|
---|
"Recebi uma mensagem de Deus que algo de bom iria acontecer" |
A indisciplina de João Neto ganhou contornos celestiais. O atacante do Bahia de Feira se recusou a ser substituído no jogo contra o Bahia, domingo (8). Só resolveu deixar o gramado depois de fazer um gol e justificou a birra a um chamado superior. “Recebi uma mensagem de Deus que algo de bom iria acontecer”. O problema é que Deus não passou o recado a Arnaldo Lira, que ficou revoltado com a desobediência. “Ele tá dizendo que seguiu o coração dele. Eu queria saber se ele recebe mensagem pra ganhar na loteria também. É por isso que não jogou no Bahia, não jogou na Portuguesa...”, largou Lira. A situação ficou feia para o artilheiro do time, com 12 gols no Baiano. Ontem pela manhã, ainda em Salvador, Lira falou em afastar o camisa 11. “Quando eu chegar lá (em Feira) vou tomar decisões drásticas, talvez ele nem jogue mais comigo. Ele pode fazer 1.500 gols, pra mim, acima de tudo, está a disciplina”, comentou. O destino do atacante foi resolvido em uma reunião entre João Neto, Arnaldo Lira e Jodílton Souza, presidente do conselho e dono do time, à tarde. Amanhã tem São Paulo no Joia pela Copa do Brasil. E João Neto vai jogar. “A diretoria vai multar o jogador, mas ele vai jogar contra o São Paulo, contra o Juazeiro e o restante do Baiano. Eu não posso tirar o jogador e prejudicar o clube tecnicamente, financeiramente. Ainda mais que não tenho atacantes”, explicou Lira, bem mais calmo após a reunião.
Perdoado - João Neto errou, mas não dá pra dispensar os gols do atacante na véspera do duelo com o São Paulo. “Conversamos, está tudo certo. João é um jogador disciplinado, evangélico. Vou dar uma multazinha nele, senão fica meio escancarado”, defendeu Jodílton. Só não ache que Lira perdoou totalmente o jogador, que terá no mínimo mais dois jogos, um pela Copa do Brasil e outro na última rodada da 1ª fase do Baiano, para se retratar com o chefe. “Quando terminar o campeonato, vou tomar uma decisão. Aí vai ser do meu jeito. Não posso falar o que vai ser”, antecipou Lira.
‘O gramado é nosso aliado’ - O time de Feira conta com uma arma que não está na relação dos 11 que iniciam o jogo. “Eu tenho um grande aliado que é o gramado. O São Paulo é um time de velocidade e toque de bola. Quando Lucas colocar a bola na frente e começar a tropeçar na grama vai facilitar pra gente”, brincou Jodílton Souza, dono do time que colocou até outdoor na cidade pra promover o jogo. “Colocamos umas quatro placas pra esquentar a partida”. Jodilton admitiu que o estádio ainda passa por ajustes para a festa.