O clima esportivo está cada vez maior e quem ama esportes com certeza já não aguenta mais esperar pelo início da Olimpíada 2024, que acontece em Paris, na França. A cerimônia de abertura do evento acontecerá no dia 26 de julho e o Brasil terá um time de 124 atletas, que irão representar o país nos 32 esportes que fazem parte da competição. Ao todo, 15 baianos vão participar da competição.
A Bahia, enquanto um celeiro de grandes talentos no esporte, estará muito bem representada nesta edição dos Jogos Olímpicos. Baianos de diferentes lugares do estado e com trajetórias inspiradoras lutarão por uma medalha ou um lugar no pódio.
Leia também:
Entre Salvador, Sapeaçu, Lauro de Freitas, Ubaitaba, Itacaré e outros lugares do estado, 15 atletas baianos chegam com força para defender o Brasil. Saiba mais sobre quem são e de onde vêm os talentos baianos para as Olimpíadas.
Jacky Godmann - Canoagem
Filho de um alemão e uma baiana, Jacky Goodman tem 24 anos e nasceu em Itacaré, cidade do sul da Bahia. O canoísta já representou o Brasil duas vezes nas Olimpíadas: a primeira no Rio de Janeiro, em 2016, e a segunda em Tóquio, no ano de 2020.
Ele despontou no cenário ao lado do medalhista e também baiano Isaquias Queiroz. De uma família de pescadores, Jacky tem grandes atletas na família e tem dado sequência à forte tradição da canoagem na Bahia.
Os tios, Valmir e Valdenice, são medalhistas pan-americanos na modalidade e o primo é atleta de base da seleção brasileira. A trajetória do jovem começou em torneios locais de canoa nativa em Itacaré.
Hoje, o canoísta se inspira muito na trajetória de Isaquias e promete grandes feitos durante os Jogos Olímpicos.
Isaquias Queiroz - Canoagem
Gênio da canoagem, Isaquias Queiroz é um dos maiores talentos da modalidade no Brasil, além de medalhista de ouro por outras edições dos Jogos Olímpicos. Natural de Ubaitaba, no sul da Bahia, o baiano enfrentou muitas dificuldades para seguir a carreira de canoísta.
Isaquias conheceu o esporte quando era criança, através de um projeto social em sua cidade natal. Destaque na modalidade desde o início da carreira, Isaquias foi levado para a equipe brasileira de canoagem velocidade, em Lagoa Santa, Minas Gerais, pelo espanhol Jesús Morlán.
A partir desse ponto, a trajetória do atleta teve uma virada. Em 2016, nos Jogos Olímpicos realizados no Rio de Janeiro, o canoísta fez história ao se tornar o primeiro brasileiro a conquistas três medalhas olímpicas em apena uma edição do campeonato.
Já sem o acompanhamento de Morlán, que faleceu em 2018, Isaquias foi para os Jogos Olímpicos em Tóquio em 2020, no Japão, onde conquistou sua primeira medalha de ouro.
O atleta foi o único da modalidade a ser qualificado para duas provas diferentes para a Olimpíada de 2024. Isaquias defende o Brasil nas provas de C1 1000m e o C2 500m, em Paris, na França.
Matheus Nunes - Canoagem
Entre os estreantes, o nome do canoísta Mateus Nunes, do município de Itacaré, chama a atenção por conquistar a vaga tendo apenas 18 anos, sendo o mais novo do grupo e o atleta mais jovem a representar o Brasil em uma Olimpíada.
Natural de Itacaré, Mateus passou a integrar a Seleção de Base da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) a partir de 2022 e, hoje, já treina no grupo de profissionais. Até 2021, o jovem aprendeu a técnica e a colocava em prática nas aulas do projeto social Remando no Rio de Contas, atualmente denominado Remando em Águas Baianas, Na primeira vez em que Mateus Nunes participou do projeto, tinha apenas sete anos.
Ele também destaca que participar de uma Olimpíada é o sonho de todos os atletas. “Com certeza, a indicação do meu nome é a conquista mais importante da minha vida. Estou alegre demais por estar participando deste grupo e por ter oportunidade de representar o Brasil nos Jogos de Paris. Estou realizado e também muito contente por ser o atleta brasileiro de canoagem mais jovem a disputar uma Olimpíada”, ressalta Mateus Nunes, que disputará a prova C1M1000.
Valdenice Conceição - Canoagem
Também estreante na competição, Valdenice Conceição tem 34 anos e é a primeira mulher brasileira a disputar uma prova de canoagem de velocidade olímpica. Natural de Itacaré, ela mora e treina a cerca de cinco anos em Maraú, cidade que fica a 366 km de distância de Salvador.
Apesar de ser reconhecida nacionalmente por sua conquista olímpica, a atleta, carinhosamente chamada "Neta Canoa" já havia deixado sua marca no esporte, ao se tornar a primeira mulher brasileira a ganhar uma medalha de velocidade nos Jogos Pan-Americanos de canoagem, nos Estados Unidos, em abril deste ano.
Agora, Valdenice planeja os próximos passos: “Meu principal objetivo é me preparar bem, me concentrar em corrigir os erros, para chegar bem aos Jogos de Paris. A gente sabe que as adversárias são grandes, mas temos condições e capacidade para chegar lá, e brigar por medalha”, disse.
Beatriz Ferreira (60kg feminino) - Boxe
Além de estar na vida do baiano, o boxe está no sangue de Beatriz Ferreira, atleta nascida em Salvador e filha do bicampeão mundial de boxe Raimundo Oliveira Ferreira, o Sergipe.
O pai dela foi seu primeiro treinador e, durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, a baiana participou do projeto Vivência Olímpica, no qual 20 revelações de diferentes modalidades conviveram com os atletas olímpicos brasileiros.
Depois disso, a baiana colecionou uma série de ótimos resultados. Em 2018, a boxeadora foi campeã dos Jogos Sul-americanos Cochabamba. Também foi venceu Jogos Pan-americanos Lima 2019 e tornou-se campeã mundial na Rússia, no mesmo ano.
Em 2020, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Bia fez história como a primeira brasileira a disputar uma final olímpica da modalidade e ganhou a medalha de prata. Este ano, Bia compõe o time do boxe brasileiro, repleto de baianos e grandes promessas.
Bárbara Santos (66kg feminino) - Boxe
Com 31 anos, a baiana, nascida em Salvador, é um exemplo de carreira meteórica. Em 2023, Bárbara saiu da condição de estreante para medalhista no Campeonato Mundia Feminino de Nova Déli, onde figurou o pódio com uma medalha de bronze.
Conhecida como Bynha, a baiana fez três lutas no mundial, na categoria de 70 kg. Venceu duas delas e foi direto para a semifinal, onde perdeu para a australiana Kaye Scott.
Bárbara descobriu o boxe através do treinador Amônio Silva, o "Mone Nocaute". Com a orientação dele, ela chegou até a Equipe Olímpica Permanente. Apesar de ter enfrentado dificuldades para se manter no time, Bárbara defendeu o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, e desde então vem se destacando na modalidade.
Keno Marley (92kg masculino) - Boxe
Nascido na cidade de Sapeaçu, cidade que fica a cerca de 160 quilômetros de Salvador, Keno Marley, de apenas 23 anos, é mais um talento baiano para o boxe brasileiro.
Em 2021, o baiano ficou com a medalha de prata no Mundial de Boxe, e em 2023, aumentou o peso para disputar os Jogos Pan-Americanos e garantir uma vaga para os Jogos Olímpicos deste ano.
Em Tóquio, o baiano acabou na quinta posição, a apenas uma vitória do bronze. Focado, Keno acredita que a experiência da última Olimpíada pode ser a diferença para conquista o pódio em 2024.
Wanderley Pereira (80kg masculino) - Boxe
Também com 23 anos, Wanderley é conhecido como "Holyfield" - em referência a outro grande nome do boxe baiano - e é mais um destaque na modalidade. Nascido na cidade de Conceição do Almeida, a cerca de 168 quilômetros de Salvador, o baiano foi prata no Mundial de Boxe em 2023.
No Grand Pix Internacional, que aconteceu em Brasília, Wanderley garantiu o cinturão na categoria de 80 quilos. Em 2024, o boxeador espera conseguir sua primeira medalha olímpica.
Tatiana Chagas (54kg feminino) - Boxe
Inspirada na trajetória de Bia Ferreira, a soteropolitana de 32 anos Tatiana Chagas também irá representar o Brasil na Olimpíada 2024. Medalha de prata no campeonato Pan-Americano em Santiago, em 2023, quando conquistou a vaga para os Jogos Olímpicos em Paris.
Também campeã dos Jogos Sul-americanos, em 2022, Tatiana começou a lutar boxe após o Ensino Médio e procurou o esporte também como forma de melhorar a autoestima. A atleta vai para a França cheia de vontade para conseguir uma medalha olímpica.
Paôla Reis Santos - Ciclismo BMX
Nascida em Salvador, Paôla é um dos talentos brasileiros no ciclismo BMX e vencedora do Campeonato Pan-Americano da modalidade, que aconteceu em 2023.
Também com uma trajetória consistente no esporte, a baiana de Salvador foi medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima. A ciclista começou a praticar o esporte aos 11 anos, através do Projeto Pedal.
Inicialmente, Paôla começou a competir com o apoio da Associação de Bicicross de Salvador (ABS). Hoje, aos 24 anos, a baiana é uma das maiores representantes do ciclismo brasileiro.
Ulan Galinski - Ciclismo
Filho de pai francês e mãe baiana, Ulan Galinski já conhece bastante Paris, onde passava férias desde criança. Agora, o jovem de 26 anos embarca para uma experiência única e vai representar o Brasil na Olimpíada 2024. Natural do Vale do Capão, na Chapada Diamantina, ele foi classificado para os Jogos Olímpicos no mountain bike.
A vida de competidor de mountain biking de Ulan começou no final de 2013, quando ele tinha cerca de 14 anos. Logo de cara, a inspiração veio de dois exemplos da Bahia: Alexandre Arthur e Anilton Marques, os melhores mountain bikers do estado naquela época.
Em 22 de junho, conquistou o 19º lugar numa prova short track de Copas do Mundo, melhor resultado de sua carreira. Ulan Galinski chegou ao topo do ciclismo mountain bike no Brasil, seguindo os passos de seu mentor e amigo, além de atual chefe Henrique Avancini na Equipe Caloi Henrique Avancini Racing. >
Rafaelle Souza - Futebol
Zagueira da seleção brasileira, Rafaelle Leone Carvalho Souza, 33 anos, é natural de Cipó, no norte da Bahia. A atleta começou a carreira por lá, no São Francisco, em 2010, e atualmente defende o Orlando Pride, dos Estados Unidos (EUA), e se prepara para sua terceira Olimpíada.
A baiana já integrou diversos times no futebol estrangeiro. Em janeiro de 2022, Rafaelle se tornou a primeira brasileira contratada pelo Arsenal, da Inglaterra. Ela permaneceu no clube inglês até maio de 2023, quando anunciou sua saída por motivos pessoais. Durante seu tempo no Arsenal, a defensora conquistou a Copa da Liga Inglesa. Rafaelle foi convocada para a Copa do Mundo de 2023 enquanto estava sem clube, mas sua situação mudou. Em 3 de julho, o Orlando Pride, dos EUA, anunciou a contratação da brasileira.
Ela participou da Copa do Mundo de 2015, dos Jogos Olímpicos de 2016 e 2020, das Copas Américas de 2018 e 2022, e do Pan-Americano de 2015. Em 2019, uma lesão a impediu de competir no Mundial da França. No seu currículo, Rafaelle possui troféus das Copas Américas e do Pan-Americano que disputou.
Guilherme Caribé - Natação
O baiano Guilherme Caribé, de apenas 21 anos, se consolida no cenário nacional e internacional como um dos grandes nadadores do mundo. Para o Brasil, o jovem nascido em Salvador é a esperança de "retorno" aos grandes recordes nacionais na natação.
Em março de 2024, Caribé bateu o recorde de César Cielo, lenda da natação brasileira, na final da NCAA, maior campeonato universitário dos Estados Unidos. O velocista marcou o tempo de 40s 55, superando o tempo de Cielo de 40 s 92, e ficou com a medalha de prata no torneio. O brasileiro também é o atual campeão dos Jogos Pan-Americanos.
Breno Correia - Natação
Também de Salvador, Breno Correia é mais um dos talentos baianos na natação. O soteropolitano também esteve na Olimpíada de Tóquio, em 2020, e irá compor o time Brasil em 2024.
Cheio de expectativa para sua segunda Olimpíada, para a qual se sente mais preparado. Ele irá representar o país no time de revezamento 4x100m livre.
Cheio de expectativa, o baiano está animado para essa nova oportunidade de representar o Brasil. Ele irá nadar ao lado do também baiano Guilherme Caribé, Marcelo Chierighini e Gabriel Santos.
Ana Marcela - Maratona Aquática
Nascida em Salvador, a nadadora Ana Marcela Cunha é um dos grandes talentos brasileiros, e baianos, que irá para a Olimpíada 2024, em Paris. Em 2020, Ana Marcela se consagrou como um fenômeno brasileiro das águas abertas e nos Jogos Olímpicos de Tóquio ela conquistou a medalha de ouro para o Brasil.
Atualmente, a soteropolitana é considerada umas das melhores atletas da modalidade em todos os tempos. Colecionando grandes marcos, Ana Marcela disputou sua primeira edição dos Jogos Olímpicos, em Pequi (2008), com apenas 16 anos. Na época, ela foi protagonista de outro marco histórico, ficando em 5º lugar na competição.
Iamany Santos
Iamany Santos
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!