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Jornalista prepara 'armadilha' para atletas gays e é detonado

Artigo escrito pelo editor britânico do site "The Daily Beast", Nico Hines, vem gerando polêmica a

Redação iBahia • 12/08/2016 às 12:14 • Atualizada em 01/09/2022 às 14:09

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Um artigo escrito pelo editor britânico do site "The Daily Beast", Nico Hines, vem gerando polêmica ao "tirar do armário" alguns atletas que estão no Rio para a Olimpíada. O jornalista, que é heterossexual, criou um perfil no aplicativo de paquera Grindr, voltado para o público LGBT, mapeou alguns atletas que surgiram no raio de GPS da Vila dos Atletas e preparou "armadilhas" para eles, inclusive chegando a marcar encontros em que não apareceu. O artigo, chamado "Consegui três encontros no Grindr em uma hora na Vila Olímpica", detalha a facilidade com que Nico conseguiu marcar encontros, não somente pelo Grindr, como também por outros apps do tipo, como Hornet, Tinder e afins. Em seu texto, o editor afirma que não tinha intenção de abordar exclusivamente os atletas homossexuais. No entanto, sua ótica fica, basicamente, em cima deles. "Um viveiro de atletas em festa, pegação, e sexo, sexo, sexo", diz o jornalista. Em determinado momento de seu artigo, Nico menciona um atleta oriundo da Ásia Central, de um país onde a homossexualidade é extremamente criminalizada e os LGBTs vivem praticamente em situação de risco extremo. Esta informação compartilhada pelo texto de Hines vem levantando polêmica e questionamentos sobre o limite da ética jornalista.

Imagine the one space you can feel safe, the one space you're able to be yourself, ruined by a straight person who thinks it's all a joke?

— Amini Fonua (@AminiFonua) 11 de agosto de 2016

Shame this inhumane CREEP who thought it'd be funny to endanger people's lives in the village 🖕🏼🖕🏼🖕🏼 @NicoHines pic.twitter.com/5TTom3i9c6

— Amini Fonua (@AminiFonua) 11 de agosto de 2016
No Twitter, Amini Fonua, nadador que está no Rio para os Jogos e nasceu em Tonga, país onde os homossexuais são violentamente criminalizados, criticou de forma pesada o trabalho do editor do "Daily Beast". "Algumas dessas pessoas que você tirou do armário são meus AMIGOS. Com família e vidas que serão afetadas para sempre", disparou Amini, que publicamente se declara homossexual.
Foto: Reprodução
"Imagine um espaço onde você pode ser você mesmo, se sentir seguro, sendo arruinado por alguém que acha que tudo é brincadeira?", escreveu o nadador em outro post. "Nenhum heterossexual saberá alcançar a dor de revelar a sua verdade. Não tenho nem palavras, só consigo chorar", complementou Amini.Ainda é ilegal ser gay em Tonga, e enquanto sou forte para enfrentar isso, nem todo mundo consegue. Respeite isso", continuou o atleta em seu desabafo. "Vergonha deste lixo desumano que achou que seria divertido colocar em risco a vida dos atletas desta vila", detonou Amini.
Foto: Reprodução
Em seu Instagram, o nadador fez um post polêmico em resposta a Hines, exibindo seu bumbum: "Ei, Nico Hines e Daily Beast - se vocês estavam procurando no Grindr por fogo no rabo (e não vejo outro motivo para vocês estarem lá), vocês têm o meu aqui em toda sua glória. Agora, beijem-na e vão se f**er". Por outro lado, o artigo de Hines também vem sendo alvo de críticas da própria classe jornalística. Redator do site "MIC.com", Mathews Rodriguez publicou um desagravo sobre a matéria do editor do "Daily Beast" em que faz referência ao limite ético da profissão de ambos. "Para referência, o código de ética da Sociedade de Jornalistas Profissionais tem uma seção inteira sobre 'minimizar os danos'. Nele, está escrito "O jornalismo ético trata fontes, temas, colegas e membros do público como seres humanos merecedores de respeito'", escreveu Rodriguez.

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