O que é necessário para conquistar o respeito e o carinho do torcedor? Tem a ver com personalidade, simpatia ou garra dentro de campo? Esses dois caras podem responder antes mesmo de entrar em campo para o Ba-Vi deste domingo (9) do Campeonato Baiano, às 16h, na Fonte Nova.
De um lado, Juninho, 31 anos. De jeito tímido, mas sempre risonho, é querido pela torcida. Chegou a amargar o banco e viu os gritos da arquibancada pedirem seu retorno ao time. Voltou, arrebentou e não saiu mais da equipe titular. Craque nas bolas paradas, tem uma técnica apurada para bater na bola, seja a distância que for. Também manja muito de alçar a bola na área e deixar os companheiros na cara do gol. Dos 17 jogos disputados este ano, Juninho atuou em 14, sendo 11 como titular. Soma dois gols e três assistências.
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Do outro, pelo Vitória, um perfil diferente. Willian Farias, 27 anos, faz o estilo “sem risadinha” em campo. Sério e até meio bravo quando a bola começa a rolar, tem característica diferente do jogador tricolor. Tem a responsabilidade de proteger a defesa e cumpre seu papel muito bem. Capitão do time, é do tipo que carrega o piano nas costas e sente orgulho da responsabilidade. Respeitado pelos rubro-negros, dificilmente é alvo das famosas cornetadas, até mesmo pela postura de chamar a responsabilidade quando as coisas não vão bem. De uma sinceridade rara nos tempos de futebol politicamente correto, o ‘galego’, como chamamos no bom baianês, atuou como titular em 17 dos 21 jogos no ano e tem duas assistências.
Juninho e Willian Farias são bem diferentes e provam que não existe fórmula pronta para cair nas graças da torcida. E, convenhamos, em tempo de carência de ídolos, é raro se apegar a um volante, camisa 5. Mas eles conseguiram isso.
Xodós
O processo de Juninho foi mais rápido. Destaque no Macaé em 2016, chegou no Bahia como uma boa aposta e logo foi abraçado pelos tricolores. Hoje, é grato por tanto amor gratuito. “Me sinto um cara realizado por jogar no Bahia. E, cair nas graças da torcida, é de uma felicidade muito grande. O carinho que eles me tratam em redes sociais, nas ruas, eu nem tenho palavras para descrever. O sentimento é de paixão. Tenho muito carinho pela torcida. Deu muito certo e eu sou muito feliz aqui”, disse ele.
Com Farias não foi bem assim. Quando chegou à Toca do Leão, também no ano passado, vinha de temporada difícil pelo Cruzeiro. Jogou pouco em 2015 e chegou sob olhares desconfiados. Caladão, construiu uma verdadeira relação de respeito com o torcedor.
“Fui questionado no começo porque eles queriam o Uillian Correia. Alguns falaram que contrataram o Willian errado. Eu vim de um tempo de inatividade muito grande, daí quando comecei a jogar e pegar ritmo, isso começou a melhorar. Hoje sou benquisto por todos e respeitado. É difícil saber como conquistei respeito. Acho que é questão de doação. Quando cheguei, falei que queria jogar o maior número de jogos possíveis. Não quero essa história de ser poupado. Meus objetivos casam com os do clube. Respeito muito a camisa que eu estou vestindo, porque quando me contrataram ninguém me queria. O Vitória me deu essa oportunidade”, opina Farias.
Olhando bem para eles, fica fácil entender o porquê de terem virado os xodós de tricolores e rubro-negros. Afinal, como dizem atualmente, como não amar?
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Redação iBahia
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