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Cigano: "tenho que pensar no que sou capaz de fazer" |
O tão disputado cinturão dos pesos-pesados do UFC pode ser brasileiro pela primeira vez. No próximo dia 12 de novembro, Junior Cigano encara o americano, atual campeão da categoria e invicto Cain Velasquez, na Califórnia. O evento será o primeiro a ser transmitido pela TV Globo.O protagonista da noite carrega uma história tipicamente brasileira. Nascido na pequena cidade de Caçador, em Santa Catarina, com cerca de 70 mil habitantes, Cigano saiu cedo de casa atrás de oportunidades e uma vida diferente. O destino inicial era São Paulo, mas a companhia de um amigo acabou guiando o jovem, que tinha apenas 18 anos, para Salvador, onde sua vida mudaria de forma radical.Depois de ralar muito trabalhando como garçom na capital baiana, ele recebeu um convite para começar a treinar jiu-jitsu já com 21 anos. A partir de então, a história de Cigano foi acontecendo de forma meteórica. Para ele, tudo parece uma ficção. "Tem horas que acho que estou em um filme, daqueles que o cara sai do nada, de família humilde e vira um grande ator, jogador. Sinto que estou vivendo isso. Eu não tinha oportunidades lá em Caçador. Venho de uma família muito humilde e queria ir atrás de uma vida melhor. Foi muito difícil no começo, o trabalho de garçom era complicado. Depois cheguei a vender brinquedos. Mas depois que comecei a treinar as coisas aconteceram muito rápido. Apanhei muito para chegar neste momento incrível da minha vida", disse o lutador, que realiza um camping de preparação ao lado de Minotauro e Minotouro Nogueira. Aos 27 anos, o ''careca'' Junior dos Santos já não carrega aquilo que lhe rendeu o apelido Cigano, hoje mundialmente conhecido. Quando começou a treinar jiu-jitsu contava com uma enorme cabeleira preta que, segundo os amigos, lembravam o personagem ''Cigano Igor'' da novela ''Explode Coração''. "Quando eu tinha cabelo (risos), eu sempre prendia para treinar, aí a rapaziada dizia que eu parecia o tal Cigano. Eu detestava, mas quanto menos você gosta mais esses apelidos pegam. Não deu outra - lembra. Me dou bem lutando em pé e vou entrar para nocautear". Em Anaheim, na Califórnia, Cigano vai encontrar uma torcida toda a favor de seu rival Cain Velasquez, que nunca perdeu uma luta sequer. No entanto, todos esses fatores parecem passar despercebidos pelo brasileiro que, com tranquilidade e segurança típicas de quem já está pronto para se tornar um campeão. Sem papas na língua e sem discurso ensaiado, Cigano garante que vai usar o que tem melhor na luta, pometendo que aos torcedores brasileiros um belo nocaute. "O Velasquez é muito completo. Não é a toa que é o campeão. Mas tenho que pensar no que sou capaz e o que posso trazer para o octógono. Me dou bem lutando em pé e vou entrar para nocautear. Estou me preparando para isso", revelou. Sobre as vaias da torcida, Cigano fez pouco caso. Preocupado apenas com os brasileiros que vão acompanhá-lo pela televisão, ele garante que as vaias motivam ainda mais. "Eu sou um cara que consegue manter o foco nessas horas. Isso tudo vai me motivar ainda mais. O Brasil tem grandes campeões como o Aldo e Anderson Silva, mas vou atrás de mais um cinturão para o nosso povo, eles merecem", disse Cigano.