Pilares dão sustentação. E o Brasil tem dois que ajudam a manter a seleção de pé há 16 anos: Marta e Cristiane. Nesta quinta-feira, a dupla retomará a parceria contra a Austrália, às 13h (de Brasília), em Montpellier, na segunda partida do Grupo C da Copa do Mundo da França. A presença delas em campo é essencial para um bom resultado. E a seleção precisa da vitória para praticamente garantir vaga nas oitavas de final (a classificação se confirma em caso de derrota da Jamaica para a Itália, na sexta).
Na longa jornada que as atacantes já trilharam juntas com a camisa do Brasil, o sucesso, na maioria das vezes, tem sido garantido. Com ambas em campo (de início ou ao longo da partida), a seleção, em jogos oficiais ou não, venceu 76 das 106 partidas. Ou seja, quase 72% de aproveitamento.
A importância da dupla artilheira se traduz em mais números. Marcaram 149 (Marta fez 84 e Cristiane, 65) dos 285 gols do time com a presença delas — mais da metade. Em apenas três vezes, o Brasil passou em branco com a dupla em campo.
Não é para fazer média com as veteranas que as companheiras insistem em afirmar: elas fazem a diferença.
Sem qualquer sinal de inveja, mas sim de admiração, nenhuma delas parece se importar se o time for Marta, Cristiane e mais nove.
— Há mais chances de fazer gol. A Marta e a Cristiane são as duas principais jogadoras —disse Andressa Alves.
Dentro da trajetória das goleadoras, alguns períodos se destacam, principalmente a partir de 2006, quando elas passaram a formar, na maior parte do tempo, o ataque titular. A dupla conquistou a medalha de prata em nos Jogos de Atenas-2004 e Pequim-2008, ouro no Pan-Americano de 2007, além de inúmeros campeonatos sul-americanos.
As atacantes, porém, não jogam juntas desde abril do ano passado. Coincidentemente ou não, a ausência de Cristiane, por diversos problemas físicos, aconteceu pouco antes do período de jejum da seleção: foram nove partidas sem vencer.
Na França, a atacante já teve seu retorno triunfal com os três gols da vitória sobre a Jamaica na estreia do Mundial. Porém, sem tirar o mérito de Cristiane, que mostrou faro de gol, elas sabem que o adversário era fraco.
Confronto clássico
Agora, a estreia de Marta na Copa do Mundo, depois de quase 20 dias de recuperação de lesão muscular, se dá numa situação distinta. A Austrália, antes de começar a Copa, era considerada favorita do Grupo C — e também na briga pelo título. A derrota para a Itália a deixa num momento de tudo ou nada.
A presença da melhor do mundo, confirmada apenas horas antes do jogo, já fora indicada na véspera pelo técnico Vadão. E comentada pela goleira Bárbara.
— Ela (Marta) disse que está tudo bem, vai para o jogo e está 100%. Nos dias em que ficou tratando e fazendo trabalho físico, conseguiu dar o máximo, e não está atrás das outras jogadoras (fisicamente) — afirmou a goleira.
A rivalidade entre as seleções também pede a experiência da dupla de ataque. Se no histórico do confronto, que já virou um clássico, há equilíbrio, no passado recente o Brasil não teve o que comemorar. Foram quatro derrotas nos últimos quatro jogos.
— A Cristiane está aqui porque o Vadão insistiu, confia muito nela. Sabíamos que havia tempo para recuperar a Marta. São jogadoras que não se dispensa — disse o coordenador das seleções femininas da CBF, Marco Aurélio Cunha.
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Redação iBahia
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