O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, se pronunciou oficialmente pela primeira vez nesta quinta-feira (21) sobre a acusação de agressão contra um torcedor no Rio de Janeiro. A situação aconteceu na terça-feira (19), dentro de um shopping. A vítima é o entregador Leandro Campos.
Marcos Braz iniciou a coletiva nesta quinta falando, em ordem cronológica, a versão dele dos fatos. O depoimento durou 17 minutos. Para a imprensa, ele afirmou que ouviu ofensas sem reagir durante alguns minutos, até que ameaças foram feitas ao lado da filha de 14 anos de Braz. O VP afirmou que partiu para cima quando ouviu a frase "Foda-se a sua filha".
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"Quando eu estava dentro da loja, dois ou três homens e mais algumas pessoas no fundo começaram a questionar, começaram a fazer cobranças, e aconteceram vários eventos. Nesse momento, que durou alguns minutos, não abri a minha boca".
"Depois minha filha chega junto com duas amigas, e eu ainda comentei com a pessoa ao lado: 'Graças a Deus não estavam aqui'. (...) Elas ficam em frente à loja um pouquinho à direita. E aí chega o rapaz que deu problema. Ele chega e começam as ameaças. Aí vem o cara, e eu falo: 'Minha filha está aqui do lado'. E ele falando, falando, falando. A filha via o pai sendo ameaçado de morte, fui na direção dele e falei sistematicamente que a minha filha estava ali".
"A última frase dele foi 'Foda-se a sua filha'. O final vocês viram. Eu tenho o problema lá. Os fatos foram postados rapidamente. Parece que fizeram a conta: 40 segundos. Eu saio passando a mão no nariz e procurando a minha filha. Qual foi meu cálculo rápido? Eu não vou para o meu carro porque não tenho segurança e o carro não estava perto".
Urgente! Marcos Braz, dirigente do Flamengo, foi cobrado por um torcedor do Fla e agrediu o rubro-negro. Testemunhas relatam que Braz está errado porque o agrediu. pic.twitter.com/wiboXAVGKz
— Venê Casagrande (@venecasagrande) September 19, 2023
Marcos Braz contou ainda que permaneceu dentro da loja, à espera de seguranças do shopping e policiais, para evitar confusão nos corredores. Porém, segundo ele, rapidamente dezenas de curiosos chegaram ao local e esperaram o dirigente sair, o que ocorreu pouco depois de uma hora. Na sequência, ele foi à delegacia e ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito.
"Queria deixar claro que quando eu aceitei o cargo de vice-presidente do Flamengo, até por ser criado dentro da Gávea e desse ambiente, eu tinha noção clara do que é ser VP de futebol. Eu sei da pressão, dos questionamentos e das situações políticas".
"Eu sou preparado para estar no cargo. Mas, para o que aconteceu, eu não me preparei. Para ser ameaçado do lado da minha filha e ela sendo ameaçada também verbalmente, in loco. Peço desculpas pelo transtorno que causei, não para ele (torcedor). Peço desculpas a pares da diretoria e à torcida do Flamengo. (...) Não foi dessa vez, mas vai ter uma tragédia no futebol. Uma hora vai ter", completou.
Ao reforçar que se sente preparado para o cargo, Marcos Braz alfinetou o ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, que fez uma banana na direção de um torcedor em 2017.
"Não tenho vergonha de ser vítima. Vocês têm que acreditar em mim. Sistematicamente eu sou xingado por torcedor, e repito que nunca fiz banana para torcedor".
Já na parte das perguntas e respostas, que durou 21 minutos, Marcos Braz garantiu que em momento algum cogitou sair do Flamengo, após a confusão. O dirigente contou que telefonou para o presidente Rodolfo Landim logo depois do ocorrido, ainda na terça.
"Isso foi covardia, mas eu não vou me ajoelhar. Não sou valente nem nada, mas não vou me ajoelhar. Sou vítima, mas vou até o final dessa história. Eu estando no Flamengo ou no cargo, sendo vereador ou assumindo cargo de deputado federal. Isso aqui não tem fim".
Redação iBahia
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