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Partidas da segunda divisão do Baiano acontecem sem médicos

Ausência de profissionais em duelo entre Grapiúna e Juazeiro feriu regulamento da competição e foi autorizada pelo delegado da partida

• 07/05/2015 às 22:54 • Atualizada em 26/08/2022 às 20:49 - há XX semanas

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O dia 19 de abril deste ano poderia ter ficado marcado por uma tragédia. Ou mais de uma. Mas o acaso - ou a sorte - protegeu os jogadores de Grapiúna e Juazeiro, que atuaram pela 2ª divisão do Campeonato Baiano, no estádio Luiz Viana Filho, em Itabuna. Segundo a súmula do jogo, assinada pelo árbitro Reinaldo Silva de Santana, nenhuma das duas equipes contou com médico no banco de reservas. A atitude fere o art. 26 do regulamento da competição e os clubes podem ser enquadrados no art. 50 da Lei Pelé e no art. 191, inciso III, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. As penas vão de multa até eliminação ou exclusão do campeonato. A situação só não foi pior porque havia uma ambulância no estádio - normalmente utilizada para casos graves de remoção de atletas ou para atendimento de torcedores -, com uma equipe médica completa, segundo o árbitro.
Os dirigentes das duas equipes se defendem. “Eu pedi pra vir um médico na ambulância e, na hora, perguntei ao delegado do jogo (não especificado na súmula) e ao 4º árbitro (Adenilson José Rodrigues) e eles disseram que não tinha problema. Na segunda (dia 20) à noite (Wilson), Paim (presidente da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol) me ligou. Expliquei que o delegado aceitou. Se não pudesse, não teria o jogo. E teve”, diz, por telefone, Álvaro Castro, presidente do Grapiúna. “Soubemos que estava tendo um congresso em Itabuna e houve dificuldade do Grapiúna em contratar um médico. Aí uma médica da prefeitura, em comum acordo, se responsabilizou. Não houve negligência. Tivemos a preocupação. O que o árbitro colocou na súmula foi errado”, contesta Vágner Rocha, gerente de futebol do Juazeiro, responsável pela ida da equipe do Norte até Itabuna, no Sul do estado. O presidente do Juazeiro, Baé, explica que o clube tem um médico que atende gratuitamente o elenco na cidade, mas que não viaja com o time. Assim, a equipe contrata um profissional nas praças para onde viaja. A possibilidade de ser punido, claro, não está nos planos dele. “Atrapalharia. Não é fácil jogar uma 2ª divisão”, alega o presidente. Vale ressaltar que, no último domingo, em sua segunda partida na competição, o Juazeiro contou com médico contra o Flamengo de Guanambi, em casa. ComplicadaJá para o Grapiúna, a situação é mais complicada. A equipe também não apresentou médico nas outras duas partidas jogadas pela segundinha. No jogo contra o Atlético, no dia 26 de abril, em Alagoinhas, o árbitro Jurandir Santos da Hora escreveu que o médico do Atlético atendeu os jogadores dos dois times. No último domingo, aconteceu o mesmo no clássico contra o Itabuna, no estádio Luiz Viana Filho. O médico do Itabuna foi o responsável por atender as duas equipes, de acordo com o parecer do árbitro Cleuber Silva Santos. “Em Alagoinhas, eu falei com o 4º árbitro (Tiago Mercês Pinto Santos) que o médico do Atlético atenderia as duas equipes e ele disse que não tinha problema”, diz o presidente, Álvaro Castro. Ele afirma temer uma punição do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD/BA). “Pode ser que tenha. Paim me falou que ia informar ao tribunal e que a gente poderia sofrer alguma penalidade. Mas não fui comunicado de nada”, garante o dirigente. “Sou de boa fé. Se o delegado disse que não tinha problema... Mas, se acontecer, vamos nos defender pelos meios legais. É muito dispendioso levar um médico de Itabuna para Alagoinhas. Teria que pagar dois plantões. É muito dispendioso”, defende-se o dirigente do Grapiúna. RodadaO campeonato prossegue, domingo, com quatro jogos pela 4ª rodada. O Grapiúna vai a Feira de Santana enfrentar o Fluminense, líder com 100% de aproveitamento após duas partidas realizadas. No mesmo dia, Flamengo x Botafogo, em Guanambi, Atlético x Juazeiro, em Alagoinhas, e Ypiranga x Jequié, no estádio de Pituaçu. *Na leiO art. 26 (34, no da 1ª divisão) diz: “Os clubes relacionados no art. 3º deste regulamento deverão, obrigatoriamente, incluir no banco de reservas, em todos os jogos, um médico por eles contratado, devidamente inscrito no CRM, e, em caso de descumprimento a este dispositivo, responderão a processo disciplinar perante o Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Estado da Bahia”. As penas previstas, oriundas do art. 50 da Lei Pelé, vão de advertência ou multa até eliminação ou exclusão. Faltam médicos na 1ª divisão também; Colo Colo foi multadoEm nove jogos da 1ª divisão do Campeonato Baiano não houve registro de médico por uma das equipes. Em Jacuipense x Galícia, dia 28 de fevereiro, o time de Riachão do Jacuípe não apresentou médico na súmula, mas o árbitro Eziquiel Costa garantiu que havia. O Serrano (contra Vitória da Conquista, dia 1º de março, e Jacobina, em 15 e 22 de março), o Bahia de Feira (contra a Catuense, no dia 8 de fevereiro), o Jacobina (contra o Colo Colo em 1º de março), o Colo Colo (contra o Vitória, em 21 de fevereiro) e a Juazeirense (contra o Vitória, dia 8 de março, e Bahia, em 19 de abril) não registraram nome de médico e CRM do respectivo nas relações das equipes. Desses, apenas o Colo Colo e a Juazeirense, referente aos jogos contra o Vitória, foram denunciados pelo TJD/BA.
O clube ilheense foi julgado no dia 10 de março e condenado a pagar multa de R$ 5 mil por não cumprir o artigo 34 do regulamento do Baiano. Denunciada, a Juazeirense será julgada na próxima terça, dia 12. “Isso foi um equívoco do 4º árbitro (Givanildo Leandro Pereira). Houve sim o médico. Nós estamos com as provas, com a declaração do médico, as imagens da TV e fotos para provar”, alega Roberto Carlos, presidente da Juazeirense. Em relação à partida contra o Bahia, Roberto Carlos desconhece a ausência de indicação na súmula. “Isso é estranho, vou saber do meu supervisor. O médico estava com a gente desde a concentração”, garante. O presidente do TJD/BA João Paulo Oliveira não atendeu nossas ligações para explicar por que os outros clubes não foram denunciados.
Correio24horas

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