Um confronto de campeões brasileiros vem aí: Bahia x Atlético Paranaense, na Copa do Brasil. Depois de vencer o Paulista, fora de casa, por 2x0, o Furacão passou para a próxima fase. Chegou a vez do Bahia, quarta-feira agora, lá em Belém, diante do Paysand... ops, Paysandives, corrijo rapidinho.
Não sei que santo afrobaiano nos dá a graça de tanto bom humor assim, mas o certo é que a rapaziada inventou de substituir a letrinha u do final das oxítonas, na intenção de evitar qualquer rima perigosa para reputação lá-deles. Bom tema para os acadêmicos fróidianos: dá um artigo relacionar fantasias de futebol e sexualidades reprimidas.
Os torcedores mais receosos se acautelam e traduzem para Paysandives, em bom baianês contemporâneo. E no caso deste valoroso adversário, é bom mesmo jogar mais plantado porque o hino é cheio de rima: “Uma listra branca, outra listra azives, estas são as cores do Papão da Curuzives...”. Mussum, se vivo estivesse, ia dar risada.
O temor da derrota em casa por diferença de dois ou mais gols tem colocado em rota de colisão a torcida parense e o treinador Sergio Cosme. A organizada Terror Bicolor já invadiu até treino. Mas um ex-jogador do Bahia e outro ex-Vitória estão por lá. Mendes, artilheiro descartado pelo bicampeão brasileiro, tem feito seus golzinhos.
Pena que o Bahia não teve com Mendes a mesma paciência que vem tendo com outros atacantes. Vanderson, ídolo do Vitória, também tá lá. Esse merecia uma festa de despedida do Vitória: chegou na Série C e levou o time à Série A. Ganhou um monte de títulos e decidiu uma Copa do Brasil.
Marcos - Bom lateral do Bahia não tem nada de tímido. Curte balançar rede. Aposto nele para aproveitar a Avenida Paysandives no lado esquerdo da defesa. O Papão levou quatro gols do Penarol. Em dois jogos. E nem foi o do Uruguai, que tem acento no n (Peñarol). A defesa gente-boa do Paysandives sofreu dois gols por partida do Penarol sem acento. O do Amazonas.
Rafael - Esse me lembra muito a história de Charles. O Bahia tinha Renato e testava outros no ataque em 1988. A torcida se retou e desceu pro vestiário pra tirar Renato. Evaristo topou. Apostou no menino de Itapetinga. Rafael também é da base. Lembram do golaço que ele fez na Copa de júnior? Banho de cuia, arrancada e lá dentro. Bom na cabeça, bom de pontaria. Gol certo lá em Belém.
Ramon - Ele tirou as trancinhas mas mantém o balanço. Muita visão, passe certo, tabela rápida, lá vai Ramon. O bom meia faz a diferença e Ramon vem jogando certo. Mesmo se não rolar uma forcinha do apito, tá tranquilo. Bahia 3x0. Que venha o Atlético. Só vou apostando.
Paulo Leandro é Secretário de Redação do Correio* e escreve aos sábados. Coluna publicada na edição impressa do dia 26 de março de 2011
Veja também:
Leia também:
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!