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Pelé 75 anos: Ninguém nunca vai superar o Beethoven do Brasil

O Rei do Futebol viveu uma carreira incrível com as camisas da Seleção Brasileira e do Santos

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23/10/2015 às 20:42 • Atualizada em 28/08/2022 às 11:56 - há XX semanas
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GOAL Redação GoalPor Carlo Garganese"Eu nasci para o futebol, assim como o Beethoven nasceu para a música".Edson Arantes do Nascimento, mais conhecido como Pelé, foi destinado à grandeza desde o primeiro momento em que respirou. Uma criança prodígio, seus talentos futebolísticos foram descobertos por um outro famoso atacante brasileiro, chamado Waldemar de Brito. A estrela da Copa do Mundo de 1934 levou Pelé ao Santos, prevendo que ele iria se tornar "o maior jogador do mundo".Em meio a muita fanfarra, Pelé fez sua estreia pelo Peixe com apenas 15 anos, contra o Corinthians de Santo André, marcando o primeiro de seus lendários 1281 gols na carreira. Aos 16, já havia se tornado o artilheiro do Campeonato Paulista na temporada, um feito que se repetiria por nove anos consecutivos e 11 vezes no total.Embora alguns tenham questionado a inclusão de jogos amistosos em seu registro geral, bem como a qualidade dos adversários nos campeonatos estaduais, é pouco provável que as estatísticas de gols do Rei fossem diferentes de outra forma. Em três temporadas, ele marcou mais de 100 gols em um ano e em 15 ocasiões balançou as mais de 50 vezes pelo Santos em uma única campanha. Ele é o artilheiro do Brasil de todos os tempos artilheiro, o que mais marcou em Mundiais de Clubes e foi o principal goleador inúmeras vezes em torneios de prestígio como o Brasileiro, a Copa Libertadores e a Copa América.O armário de troféus de Pelé é gigantesco. Ele ganhou seis títulos Brasileiros, 10 campeonatos estaduais, duas Copa Libertadores, dois Mundiais de Clubes e três Copas do Mundo, além de inúmeros prêmios individuais - de melhor jogador da Copa América de 1959 à Bola de Ouro da Copa do Mundo Bola de 1970.Mas Pelé era muito mais do que apenas gols e títulos. A influência que ele teve sobre suas equipes e companheiros de equipe, e de futebol em geral, não pode ser medido apenas por estatísticas. Enquanto José Andrade, Giuseppe Meazza, Stanley Matthews e Alfred Di Stéfano, que vieram antes de Pelé, eram famosos em todo o mundo, Pelé foi a verdadeira primeira super estrela do futebol.Com o Santos e com a Seleção Brasileira, ele embarcou em inúmeras turnês - atraindo multidões onde quer que fosse. Em 1967, um cessar-fogo de dois dias foi declarado na Nigéria para que as tropas federais e rebeldes pudessem assistir Pelé jogar em uma visita à nação devastada pela guerra. Sua presença nos EUA depois de se transferir para o New York Cosmos, em meados dos anos setenta ajudou a impulsionar a média de público em todo o campeonato em quase 80 por cento."Em alguns países eles queriam tocá-lo, em outros queriam beijá-lo. Haviam lugares onde beijavam o chão que ele pisava", revelou o ex-companheiro de equipe de Pelé na Seleção, Clodoaldo.Durante uma época em que os jogadores eram geralmente especialistas em suas posições, Pelé, juntamente com Di Stéfano, foi um dos primeiros jogadores de futebol a atuar em mais de um local do campo."Pelé foi o jogador mais completo que eu já vi", disse o capitão da Inglaterra, seleção campeã em 1966, Bobby Moore. "Dois bons pés. Magia no ar. Rápido. Poderoso. Poderia passar por adversários com habilidade. Poderia correr mais que os outros. Apenas 1,73 de altura, mas ele parecia um gigante em campo. Equilíbrio perfeito e visão impossível".Foi em Copa do Mundo, onde Pelé realmente definiu sua grandeza futebolística. Em uma excelente equipe, que também contava com Garrincha, Didi, Djalma Santos e Vavá, ele estourou na cena mundial em 1958. Na Suécia, com apenas 17 anos, vestindo a camisa 10, ele marcou o gol da vitória contra País de Gales, nas oitavas de final, um hat-trick na vitória por 5 a 2 sobre a França, pela semifinal, e na final, balançou a rede mais duas vezes quando a Seleção venceu a Suécia pelo mesmo resultado da partida anterior. Pelé tinha ajudado a aliviar a dor da nação após o Maracanazo de 1950, quando o Brasil perdeu o título em casa para o Uruguai.Duas das imagens mais icônicas da Copa do Mundo de 1958 envolvem Pelé. A primeira é ele controlando a bola no peito, dando um balãozinho sobre o zagueiro da Suécia e acertando um lindo voleio. A segunda é dele chorando nos braços de companheiro de equipe Gilmar após o apito final, dando-se conta de que era um campeão do mundo.Ele criou momentos ainda mais memoráveis 12 anos mais tarde, durante sua quarta e última Copa do Mundo. Entre eles, forçar Gordon Banks a fazer um milagre no jogo contra a Inglaterra, o chute do meio-campo contra a Tchecoslováquia, o lance com o goleiro do Uruguai, Ladislao Mazurkiewicz e a cabeçada implacável para abrir o placar na final, na vitória por 4 a 1 sobre a Itália."Eu disse a mim mesmo antes do jogo, ele é feito de carne e osso como todo mundo - mas eu estava errado", disse o italiano Tarcisio Burgnich após a final.A vitória sobre a Azzurra garantiu a terceira medalha de vencedor da Copa do Mundo para Pelé - que é ainda o único jogador a ter vencido mais de dois torneios - e este, em 1970, foi, sem dúvida, o mais bem sucedido. Pelé tinha perdido a maior parte do título de 1962, no Chile, devido a lesão, enquanto também desfalcou o Brasil na Inglaterra, quatro anos depois, após ter sido brutalmente derrubado por defensores búlgaros e portugueses.Ele esteve perto de se aposentar do futebol internacional, mas voltou a ser convocado, para, sem dúvida, o maior time da Copa do Mundo na história. No México, no time de Zagallo, ao lado de lendas como Jairzinho, Carlos Alberto, Tostão, Gérson e Rivelino, o time brasileiro exibiu a mais marca vencedora que o esporte já viu. Foi a definição do que é jogar bonito.Os críticos de Pelé muitas vezes argumentam que ele nunca testou-se a nível de clubes, já que passou quase toda a sua carreira no Brasil. Isso menospreza a força do América do Sul, que por longos períodos, na década de 1960, teve um futebol superior ao europeu. Numa época em que poucos jogadores atravessavam fronteiras, Pelé foi declarado um "tesouro nacional oficial" pelo governo brasileiro, para impedi-lo de se juntar a Real Madrid e Juventus.No Santos, Pelé formou um trio de dar água na boca com os atacantes Pepe e Coutinho. Eles ilustraram seu domínio sobre o velho continente ao bater o Benfica, campeão do continente europeu, por 8 a 4 no placar agregago, na Taça Intercontinental de 1962 (hoje Mundial de Clubes). Pelé marcou cinco dos gols. No ano seguinte, contra o Milan, de Cesare Maldini, o Santos manteve seu troféu, com mais dois tentos do brasileiro.A influência de Pelé no Santos não pode ser subestimada. Antes que ele chegasse ao clube, o Peixe não era considerado uma grande força e só havia vencido um campeonato estadual antes de 1955. Com Pelé, tornaram-se não só o melhor clube do mundo, mas um dos maiores de todos os tempos.Dentro e fora do campo, Pelé era impossível de ignorar. A marca Pelé é estimada pela Bloomberg com valor próximo aos 25 milhões dólares por ano. Desde muito cedo em sua carreira, ele foi se misturando com aristocratas e políticos. Ele se tornou Ministro Extraordinário do Esporte no Brasil, embaixador da ONU, bem como um dos nomes mais famosos da Fifa.Nem todas essas atividades isentam Pelé de críticas. Ele é considerado por muitos, entre eles seu arqui-inimigo Diego Maradona, como uma jogador que se esqueceu de suas raízes, tendo crescido na pobreza. De fato, poucos brasileiros o amam como fazem com Garrincha, que era considerado "a alegria do povo".Mas globalmente, nunca houve ninguém como ele. Ele transcendeu o esporte e em termos futebolísticos nunca houve qualquer dúvida de que 'o Rei do Futebol' seria um dos primeiros cinco indicados ao Hall da Fama do Goal.

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