Metade dos 10 clubes do interior já jogou sem médico em alguma partida neste Campeonato Baiano. Itabuna, Atlético, Feirense, Vitória da Conquista e Juzeiro descumpriram o regulamento ao entrarem em campo sem médico no banco de reservas. No caso do Feirense, além de admitir que não levou médico para a vitória de 1x0 sobre o Juazeirense, na 4ª rodada, o clube apresentou o fisioterapeuta Walter Palmeira Costa como médico em cinco jogos, mas o Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb) afirma que Walter não é registrado no órgão.E que o CRM 6502 informado por ele pertence à médica Regina Tosoratti. O Itabuna usou este mesmo CRM falso em um jogo, contra o próprio Feirense, na 8ª rodada. Ou seja: não houve médico em campo, pois Walter é fisioterapeuta. Na última terça-feira, o Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD/BA) julgou três clubes: Feirense, pela 4ª rodada; e Atlético e Itabuna, que se enfrentaram pela 5ª rodada. Mesmo ferindo o regulamento, todos foram absolvidos.
As duas decisões, por unanimidade, foram semelhantes. A denúncia foi julgada improcedente sob argumento da “existência do médico no banco de reservas” da equipe adversária. Em Atlético e Itabuna, que eram adversários no estádio Marianão, em Serrinha, a informação da ficha técnica entregue pelo Atlético prevaleceu ao escrito pelo árbitro Edvaldo Soares Santos. “Foi um erro que cometeram”, disse o gerente de futebol do Atlético, Raimundo Queiroz. Em julgamento de atletas, no entanto, a súmula do árbitro costuma ter o peso maior.O Atlético, no entanto, provavelmente será citado mais duas vezes pelo TJD/BA. Contra o Juazeiro, pela 3ª rodada, e contra o Serrano, na 6ª, ambas como visitante, o clube também não teve médico, segundo as súmulas dos jogos, disponíveis no site da Federação Bahiana de Futebol (FBF). Vitória da Conquista, na 6ª rodada, e Juazeiro, na 10ª, estão em situação semelhante.Tribunal será acionado Após a denúncia publicada ontem no CORREIO, a FBF vai acionar o TJD/BA para julgamento do Feirense e do Itabuna, times que apresentaram o fisioterapeuta Walter Palmeira Costa como médico em partidas do Campeonato Baiano. “A FBF faz o regulamento, mas não pode mais aplicar uma punição administrativa, como já ocorreu há uns dez anos. Quem julga é o Tribunal. Agora, é um ato desabonador. A Federação tomou conhecimento desse fato através da reportagem e vai encaminhar a reportagem para o Tribunal”, comentou o presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues, que promete acionar o TJD hoje. O regulamento do Campeonato Baiano diz que, se condenados, os times podem sofrer multa, perda de mando de campo ou outra sanção que o TJD entender cabível, nos termos da Lei Pelé. A Lei Pelé sujeita o infrator até a exclusão do campeonato ou suspensão por tempo. Quando à decisão de dar início a uma partida mesmo sem médico, Ednaldo afirmou que “a FBF não tem o poder de ingerência de dizer se ele deve começar ou não. O árbitro é a autoridade máxima do jogo”.
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