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Vôlei é o esporte mais vitorioso do Brasil nos Jogos |
Foi bom, não foi? Podia ser bem melhor. O Brasil nunca trouxe para casa tantas medalhas quanto em Londres (17), mas a expectativa criada em torno da delegação como um todo e de alguns atletas em particular deixou no ar uma certa frustração. Daqui a quatro anos, a festa será no Rio e a única certeza é que o Brasil não será protagonista no quadro de medalhas. Nossos nomes mais fortes já tiveram seu auge. Ainda que planejem competir em 2016, as chances de pódio não serão as mesmas. A renovação é necessária, mas, hoje, não é possível enxergar quem vai carregar nossa torcida. E não é por falta de dinheiro. Só nos últimos quatro anos, segundo o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), foram gastos R$ 790 milhões com nossos atletas. O equívoco está no foco do investimento. Disputar as principais competições e cercar os campeões de apoio e infra-estrutura é importante, mas preparar novas gerações de atletas exige muito mais. Não adianta querer fazer isso agora, pensando em colher alguma coisa em 2016. Os atletas brasileiros que vão brilhar no Rio em 2016 são os mesmos de agora e as surpresas que vierem, terão a mesma origem.
Formação - A formação está nas mãos de grandes e poucos clubes, como o Pinheiros de São Paulo, o Minas Tênis ou a Sociedade Ginástica Porto Alegre, a Sogipa. Resta torcer para que novos Cielos, Maurrens, Fabianas - que dificilmente terão outra chance de subir no pódio olímpico - estejam prontos para vir à tona, enquanto sonhamos com mais piscinas olímpicas, pistas de atletismo e ginásios. Ao menos nas capitais. Se houver mesmo o interesse de criar uma cultura olímpica, não apenas com foco nos próximos Jogos, algumas boas experiências podem servir de parâmetro. O vôlei, em duas décadas, se tornou a modalidade mais vencedora do Brasil em Olimpíadas. E a renovação é garantida. Seleções de base, centro de treinamento de excelência, campeonatos fortes na quadra e na areia abastecem a modalidade de campeões. O judô, com a nova regra de definição das vagas olímpicas por ranking, marca presença em toda a temporada internacional e é respeitado mundo afora. Na ginástica, bebemos na fonte ucraniana para formar uma geração que agora tem uma referência, Arthur Zanetti. O basquete, depois de 16 anos, fez bonito e já tem uma base, graças aos "estrangeiros" da NBA e da Espanha. O desafio é permanecer entre os primeiros, para ver as medalhas se multiplicarem, sem mágica, em dois ou três ciclos olímpicos.
Transição não garante ao país repetir medalhas de Londres no Rio