Longo, curto, liso, cacheado, colorido... É cabelo a perder de vista, sem arriscar num corte ou agredir quimicamente os fios. As laces (fala-se “lêices”), queridinhas de Kim Kardashian, Beyoncé, Rihanna e Katy Perry, só para citar as divas internacionais, são próteses capilares feitas com fios naturais costurados numa tela e coladas à cabeça (com cola ou fita adesiva dupla face), que dão a sensação de cabelo de verdade.
Foi-se o tempo em que as perucas eram vistas com olhos tortos. Aquelas versões sintéticas e artificiais deram espaço a técnicas mais elaboradas e caras. Para mudar o visual com frequência, é preciso investimento alto. Por aqui, as laces se popularizaram e vêm ganhando cada vez mais adeptas. Ludmilla é uma das pioneiras. Não há aparição nos palcos, na TV ou na internet sem que a cantora esteja com um look totalmente repaginado. A possibilidade de virar tantas em uma bombou de tal maneira, que a funkeira comercializa o produto desde 2016, importado dos Estados Unidos. As próteses vendidas por Ludmilla variam de R$ 1mil a R$ 3,5 mil.
— Eu passei pelo processo de transição (capilar) e acho que não teria tido coragem se eu não tivesse conhecido as laces. Elas deixam meu cabelo natural quietinho, respirando. Enquanto isso, posso trocar de tamanho, cor, na hora que eu quiser, sem agredir meus fios — explica a funkeira.
— Eu passei pelo processo de transição (capilar) e acho que não teria tido coragem se eu não tivesse conhecido as laces. Elas deixam meu cabelo natural quietinho, respirando. Enquanto isso, posso trocar de tamanho, cor, na hora que eu quiser, sem agredir meus fios — explica a funkeira.
E, se é para bater cabelo, que seja com glamour, sem um fio sequer fora do lugar. Pensando assim, Pabllo Vittar tem uma coleção que chega hoje a 20 perucas. E os cuidados são os mesmos, apesar da praticidade. É preciso tirar, lavar, hidratar e secar. A estrela pop também muda o corte e a coloração.
— Amo demais poder mudar de look o tempo inteiro. Eu me sinto feliz e mais potente com todas as cores — pontua a múltipla drag queen.
Também adepta do estilo, a rapper Karol Conka dedicou às laces um episódio todo do programa “Superbonita”, do GNT. Para Karol, a peruca com acabamento natural “é vida”.
E não é de hoje que elas fazem a cabeça de muitas mulheres, gays e até homens. Tanto que a especialista Zilma Moretti, do Velucci’s Coiffeur (no Leblon, na Zona Sul), desenvolveu uma técnica personalizada. Ela faz um molde sob medida, sem cola ou fita adesiva.
— É um molde elástico com tic tac, que não sai do lugar de jeito algum. Pode dançar, correr... E é bem ventilada, o cabelo cresce normalmente embaixo dela. Como a frente é toda cruzada, tem movimento para todos os lados — detalha Zilma, que já levou 15 dias para montar uma peruca implantada.
Ela conta que, recentemente, uma cliente pagou R$ 8 mil em 220g de cabelo na altura do ombro. Acrescente o valor da mão de obra, e uma peruca personalizada pode chegar a R$ 10 mil. Os fios, a cabeleireira avisa que compra no Rio Grande do Sul por serem mais sedosos e resistentes. É preciso um material de qualidade para dar o acabamento natural.
Segundo Zilma, as mulheres que geralmente recorrem às próteses são aquelas que têm o cabelo curto e querem alongar ou dar volume. Tem também as que desejam disfarçar falhas no couro cabeludo, que sofrem de calvície. O segredo para não parecer fake é seguir o estilo e a textura do próprio cabelo.
Dependendo da manutenção, a peruca personalizada tem longa duração. Não precisa tirar nem para dormir. Para isso, Zilma oferece um treinamento para a cliente fazer corretamente a higienização:
— Hoje, só não tem cabelo quem não quer!
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Redação iBahia
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