O capitão do cruzeiro naufragado Costa Concordia, Francesco Schettino, vai ficar em prisão domiciliar, disse na noite desta terça-feira (17) seu advogado, Bruno Leporatti. A decisão foi tomada pela juíza Valeria Montesarchio, do Tribunal de Grosseto. Schettino negou nesta terça, diante do tribunal, ter abandonado o barco após o naufrágio do cruzeiro ocorrido na noite de sexta-feira na costa da Itália. Pelo menos 11 pessoas morreram no acidente. O comandante é acusado de ter cometido "erros" que teriam ocasionado o naufrágio e também durante a evacuação dos passageiros. Ele é investigado por homicídio culposo (não intencional), naufrágio e abandono do navio. Ele pode pegar um máximo de 15 anos de prisão. "Ele declarou aos juízes que não abandonou o navio e que salvou milhares de vidas", disse Leporatti após o depoimento. Schettino disse a um juiz de instrução que estava "no comando do navio" no momento do impacto da embarcação com um banco de areia próximo à Ilha de Giglio, no Mar Tirreno, a cerca de 40 quilômetros da costa italiana. A afirmação confirma os primeiros resultados da investigação, segundo a qual o comandante dispunha do controle da rota planejada nas imediações da ilha. Schettino depôs em uma audiência preliminar por três horas. A procuradoria italiana havia pedido ao Tribunal de Grosseto que mantivesse a ordem de prisão contra Schettino. Ele está preso desde sábado. A empresa proprietária da embarcação, a italiana. Costa Cruzeiros, também o acusou de ter arriscado a vida de milhares de pessoas e um navio de meio bilhão de dólares em o que qualificou de uma "bravata irresponsável". TelefonemaUm tenso telefonema dele para a Capitania dos Portos, vazado nesta terça-feira pela imprensa italiana, dá a entender que ele havia abandonado o navio sem prestar socorro aos passageiros. Gritos ouvidos ao fundo da gravação dão ainda mais autenticidade ao áudio. As autoridades não confirmaram a origem da fita, mas não desmentiram. O advogado de Schettino disse que ele não comentará o assunto. O acidente deixou, até agora, 11 mortos, 24 desaparecidos e 60 feridos. As buscas continuam no barco, que ficou parcialmente submerso e virado em um ângulo superior a 80 graus. Um vídeo em infravermelho, feito pela Guarda Costeira, mostra parte do resgate aos passageiros na noite da sexta-feira.
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