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Da Fazenda Grande à série na Netflix: a trajetória de Ana Mametto

Na 1ª entrevista da nova edição do 'Fora do Ar', cantora fala de carreira, intimidades, novos projetos e mais

Redação iBahia • 08/04/2022 às 8:00 • Atualizada em 26/08/2022 às 18:48 - há XX semanas

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Foto: iBahia

Quem diria que aquela menina da Fazenda Grande do Retiro, bairro periférico de Salvador, teria uma trajetória tão sólida como artista? Na 1ª entrevista da nova temporada do 'Fora do Ar', o iBahia foi até a casa de uma das artistas mais completas do estado para embarcar nas raízes de Ana Mametto.

Foto: iBahia

Aos 41 anos, Ana Mametto vive um momento ímpar na vida. Momento este pelo qual a cantora tem trabalhado há anos. De pés descalços e totalmente à vontade, ela relembrou a infância e, emocionada, saudou a primeira cantora que lhe deu oportunidade.

"Comecei a cantar com 13 anos, já recebendo por isso. Essa coisa do canto, da arte, ela se manifesta muito cedo. Eu sou a caçula [de 5 irmãos], a que veio dizendo: 'sou cantora', a que sobe na mesa, a que anda 'se aparecendo' porque a gente gosta de aparecer mesmo. E apesar do pouco estudo, eles sempre me incentivaram a cantar. Nunca existiu um convite que eu tive que negar...e que bom que eu tive como amadurecer na vivência, cantar com outros artistas, pegando estrada...", relembrou ela quando cantou com Tânia Luz.

Com 13 anos, Ana Tereza (nome de batismo da cantora) trabalhava em um supermercado para ajudar os pais em casa. Na época, ela ganhava R$ 80 por mês. Um belo dia, um amigo do irmão dela a ouviu cantar. A partir daí, ele a convidou para fazer parte da banda de Tânia Luz.

"Ela, uma cantora da década de 90, que na época estava na Bahia. Ela é mineira e tinha um projeto com Ademar e a banda Furta Cor. Tânia tinha uma canção com ele que fazia sucesso: 'Amor e Laser'. Esse foi o meu primeiro convite, a primeira vez em que eu cantei profissionalmente foi com ela. Tânia se propôs a me ensinar, a fazer coro... e me ofereceu R$ 70 por show. Eu aceitei na hora. A partir daí foram viagens e mais viagens, interior da Bahia... Ela foi quem abriu as portas", contou ela.

"Quem não é visto não é lembrado. Quando você está em movimento as coisas acontecem. E foi de indicação em indicação que cheguei em [Carlinhos] Brown, Gilmelândia, Claudia Leitte, Daniela Mercury...Eu já saí do Brasil cantando com a banda de rock Scorpions", disse a artista.

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Carreira solo

Em 2010, Mametto resolveu encarar o novo: sair do backing vocal e assumir o holofote. A partir desse ano, Ana Tereza se despede para a Ana Mametto, solista, chegar. A decisão se deu a partir do momento em que ela conheceu o marido, Yacoce Simões.

"A partir daí é uma construção da ligação do meu coração com outro coração, quando eu conheci Yacoce. Quando esses corações se cruzaram, nos apaixonamos, nos casamos, e vamos completar agora 20 anos de casamento. Ele foi quem me questionou o motivo de eu não cantar algo meu, principalmente depois de ter cantado com tanta gente", conta.

A palavra "Mametto" significa "a mãe que cuida de todos", e foi o cantor Mateus Aleluia quem "batizou" a artista com esse nome. "Desde que ele me conheceu, ele me chama de 'menina Ana Mametto'. Ele sempre me via filha de Iansã, e eu nem sabia que no futuro que eu seria filha dela. A partir deste momento ele me ofereceu 'Deixa Gira Girar' [o primeiro single solo]", contou ela.

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"É um privilégio você fazer o que ama e viver disso. Eu sou uma pessoa de muita sorte de poder, nesta encarnação, vir uma pessoa artista e ser feliz com a minha música, com a minha arte, com o que eu faço", disse.

É preciso saudar quem veio antes

Foi com o pensamento acima que Ana Mametto e o marido, o pianista Yacoce Simões, criaram o álbum "Saudação". No trabalho, lançado em 2020, a cantora homenageia compositores e intérpretes da Música Popular Brasileira com quem tem grande identificação, entre eles Dorival Caymmi, Os Tincoãs, Vinicius de Moraes e Baden Powell, além de canções interpretadas por Clara Nunes.

Foto: iBahia

Com a pandemia em alta na época, o álbum não pode ser cantado ao vivo para o público. No entanto, esse desejo finalmente deixa de ser reprimido. A artista se apresenta no sábado (9), no Teatro Sesc do Rio Vermelho, em Salvador, às 20h. Com sede de performar para o público, Mametto promete um verdadeiro espetáculo.

"Gravei Saudação no auge da pandemia. Eu lembro do dia em que sentei aqui [em casa], e arrumando minhas coisas eu encontrei o livro de Clara [Nunes], de Dorival Caymmi, Tincoãs, olhei para Yacoce e falei: 'Vamos fazer algo com isso'. Ele: 'Tá bom, vamos'. E agora, em um 'pós-pandemia', eu vou conseguir matar esse desejo de palco, de público, de dividir essa experiência. Vai ser um grande espetáculo", dividiu a Ana.

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Teatro e Netflix

A carreira em ascensão de Mametto como atriz deu o primeiro passo no espetáculo "De um tudo", e foi com esse trabalho que ela foi indicada ao Prêmio Braskem como atriz revelação. Um ano depois, após interpretar "Titânia" em "Uma Noite de Verão na Bahia", ela foi indicada novamente, e desta vez saiu vitoriosa.

"Minha trajetória no teatro começou com 'De Um Tudo', de Fernando Guerreiro. Fiquei com medo no início, mas logo depois foi tudo tão mágico, fui super acolhida pelo elenco [...] João Falcão [diretor da peça] é um mago. Foi ele quem descobriu Wagner Moura, foi ele quem descobriu Lázaro Ramos, ele tem um olhar diferenciado. E quando ele me chama para fazer a protagonista, 'Titânia', em um espetáculo de Shakespeare, e ainda por cima ganhar [o prêmio], foi tão importante. Eu não ligo para essa questão de premiação, eu acho que você tem que fazer. Se vai ganhar ou não, é consequência...e eu me dediquei tanto", relembrou ela.

Foto: Divulgação | Netflix

Ana agora encara um novo desafio: a 1ª experiência audiovisual em "Só Se For Por Amor", da Netflix. A personagem interpretada pela baiana ainda é segredo, mas a trama, que se passa em Goiás, conta a história de Deusa (Lucy Alves) e Tadeu (Filipe Bragança), um casal apaixonado que decide criar uma banda, a "Só se for por amor".

Mas, assim que começam a fazer sucesso, Deusa recebe uma proposta de carreira solo. Ao seguirem rumos diferentes, a relação deles vai sofrer abalos, ao passo em que o grupo sairá em busca de uma nova vocalista. É quando surge a misteriosa Eva (Agnes Nunes).

"A história da série é uma delícia, traz o que te move: a música. A gente só faz por amor. Ela é uma série que traz um elenco de 'responsa', um elenco que canta bem. É o meu primeiro projeto audiovisual e minha personagem faz parte do elenco principal. A única coisa que eu posso dizer é que ela é uma mulher forte, tem poder de decisão, as coisas acontecem muito nas mãos dela", completou.

O projeto foi gravado em 2021. O serviço de streaming ainda não definiu a data de estreia da série.

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Outras curiosidades

Ao final do bate papo, a cantora entregou cinco fatos sobre ela. Cheia de energia e bom tom, ela respondeu quais os maiores medos, sonhos e realizações.

iB: O que a Ana Mametto diria para aquela menina de 13 anos que começou lá atrás?

Mametto: "Rapaz tu é danada. Que menina é essa? Você falou que iria fazer e fez. Eu tinha certeza que isso iria acontecer e que isso estava em minhas mãos".

iB: Qual a comida favorita da Ana Mametto?

Mametto: "Eu sou baiana! Eu gosto de azeite, moqueca, camarão..."

iB: Qual o maior sonho?

Mametto: "Girar, girar, girar. Já consegui realizar tanta coisa na minha vida... não tenho tantos sonhos, meu maior desejo é que a minha música seja reconhecida, que ela toque as pessoas".

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iB: Qual o maior medo?

Mametto: "De não viver a minha arte. Não consigo me imaginar fazendo outra coisa. Quando eu falo da minha formação [em jornalismo] foi para complementar o que eu já faço, está tudo no mesmo lugar, tudo interligado".

iB: A Ana Tereza é feliz e realizada?

Mametto: "Afemaria, eu sou feliz demais! Tenho uma família linda, um marido que me completa, que é o meu parceiro, eu tenho uma mãe que é uma das maiores mulheres que eu já pude ver na vida. Eu não tenho o que reclamar.

A única coisa que me entristece é ver o meu país do jeito que está, com essa situação tão difícil como está, mas eu ainda tenho esperança que a gente vai dar essa virada. As eleições estão chegando e vamos poder trocar esse governo que está fazendo a gente passar necessidade."

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