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Cem anos do rádio no Brasil: entenda relação de complemento com o futebol

Em 100 anos de rádio, transmissões, jargões e nomes da comunicação esportiva foram apresentados aos ouvintes e torcedores

Redação iBahia • 23/09/2022 às 21:48 - há XX semanas

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					Cem anos do rádio no Brasil: entenda relação de complemento com o futebol
Foto: Arquivo Nacional

Certamente existem coisas na vida que precisam de um complemento para alcançar a plenitude de suas essências ou formato ideal. Algo como o tempero final para se chegar ao sucesso da receita.

Já imaginaram um jogo de futebol sem as empolgantes transmissões esportivas, onde o narrador é capaz de soltar em pouco mais de 30 segundos, “rajadas-de-metralhadora-em-formas-de-palavras-em-ritmo-alucinante?"… Seria sem graça, concordam?

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Futebol, e rádio nasceram um pro outro, para o nosso prazer. Essa é uma verdade absoluta. O padrão dado pelo rádio nas transmissões esportivas é definitivo. É a roupagem perfeita que faltava.

Imaginem um estádio lotado; a torcida empolgada com suas camisas, faixas, danças e coreografias; o jogo lá no campo, pegando fogo: chutes e jogadas sensacionais; defesas espetaculares dos goleiros; golaços; confusões, brigas; a temperatura e a chapa esquentando, o tempo fechando, “o pau comendo”… Mas só com o som ambiente, sem nenhuma rádio transmitindo… Seria uma típica cena de cinema mudo.

A eloquência, a velocidade, a vibração, o ritmo, as frases de efeito e o grito de gol dos narradores de rádio, as vinhetas e trilhas, o sinal da hora e do tempo de jogo, aquela paranoia sonora… tudo dá vida, colorido e magia ao futebol. É um complemento natural e obrigatório.

Ao longo dos anos as emissoras colocaram o futebol como peça fundamental da popularização de suas programações.

Em 100 anos de rádio alguns nomes da comunicação esportiva passaram a ser como tijolos de uma construção sagrada: Ary Barroso, Oduvaldo Cozzi, Edson Leite, Pedro Luiz, Waldir Amaral, Mário Moraes, Fiori Gigliotti, Osmar Santos, Jorge Curi, José Carlos Araújo, João Saldanha, Rui Porto, Doalcei Camargo, José Silvério, Edson Mauro, Luiz Penido, Washington Rodrigues, Luiz Mendes, Gérson, Juarez Soares, Ruy Carlos Ostermann, Dení Menezes, Kléber Leite, Ronaldo Castro, Loureiro Neto, Iata Ânderson, Eraldo Leite, Elso Venâncio, Gílson Ricardo, Wanderley Nogueira, só pra citar alguns, são nomes emblemáticos, que viraram verdadeiras lendas no rádio brasileiro.

Aqui na Bahia o time - ou melhor, a seleção - também é de primeira: José Ataíde, Genésio Ramos, França Teixeira, Fernando José, Nilton Nogueira, Sílvio Mendes, Djalma Costa Lino, Juarez Oliveira, Mário Freitas, Ivanildo Fontes, Jota Jota, Espedito Magrini, Armando Oliveira, Edson Almeida, Wilson Lago, Paulo Cerqueira, Souza Durão, Paulo Souto, Virgílio Elísio, Luiz Eugênio Tarquínio, Gérson Macêdo, Elizeu Godoy, Jorge Sanmartin, Martinho Lélis, Chico Queiróz, Cristóvão Rodrigues, Ary Pacheco, Antônio Thilemont, Silva Rocha, Carmelito Almeida, Gabriel Saraiva, Pedro César, França Almeida, Ivãn Carlos… A lista é longa.


				
					Cem anos do rádio no Brasil: entenda relação de complemento com o futebol
Foto: Agência Nacional/Arquivo Nacional

Também passaram a fazer parte para sempre nas lembranças, mentes e corações dos torcedores e ouvintes, as resenhas do meio-dia, principalmente a da Excelsior com França Teixeira, que tinha como tema de abertura o Hino ao Senhor do Bonfim. Também tivemos o matinal “Bom dia, Bola!” com o ‘mestre da voz possante’ José Ataíde; os programas temáticos do Bahia e Vitória, como os famosos “Bahia campeão dos campeões” de Oldemar Seixas e o “Grito-Rubro Negro” de Renato Lavigne.

Programa de pré e pós jornadas; os empolgantes Ba-Vis e os clássicos do passado, no extinto Campo da Graça e na Fonte Nova entre os fortes Ypiranga, Botafogo, Galícia e Leônico times que juntamente com os gigantes Vitória e Bahia e mais o Flu de Feira, tiveram grandes craques e equipes e chegaram inclusive, várias vezes, ao título de campeão baiano – façanha também alcançada pelo Colo-Colo de Ilhéus, Bahia de Feira e recentemente pelo bicampeão Atlético de Alagoinhas.

Como esquecer dos espetáculos particulares feitos no campo de jogo pelos repórteres Alvaro Martins e Zé Bim, que atiçavam as torcidas antes da bola rolar levando os ídolos Osni, Douglas, Beijoca, Mário Sérgio, André Catimba , Baiaco Dadá Maravilha, Ricky, Bobô e outros, para sentirem a energia da galera.

Atrasavam os jogos de propósito, todo mundo reclamava, xingava, mas no fundo, gostava. Era o jeito baiano de se fazer futebol e rádio. A mistura perfeita tal como acarajé e camarão ; Dodô e Osmar; caruru e vatapá; Festa e Fé.

O rádio e o futebol juntos fazem parte das nossas vidas. Sem eles tudo seria muito diferente e um vazio imenso estaria no nosso emocional e imaginário, no inconsciente coletivo e na paixão dos baianos e brasileiros.

*Texto de Paulo Cézar Gomes

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