O tempo gasto na internet e o uso de ferramentas digitais tem crescido entre crianças e adolescentes, no período de isolamento social. Até fevereiro, um estudo realizado pela Hoopsuite e a We Are Social mostrava que o Brasil já era o segundo país do mundo que passava mais tempo conectado à internet, em média, eram 9 horas e 20 minutos on-line.
Essa hiperutilização dos meios digitais traz preocupações a respeito de como as ações on-line estão sendo realizadas e a que riscos as crianças e adolescentes estão expostos ao utilizar a internet. Pensando nessa segurança e no que pode ser feito para estar mais seguro e respaldado, o Sistema Positivo de Ensino fez uma live com a advogada especialista em Direito Digital e Cyber Segurança Patrícia Peck, que deu algumas dicas para os pais:
Não deixar senhas automáticas
Ao utilizar o computador em locais com acesso de outras pessoas ou até em ambiente corporativo virtual, a orientação é encerrar as sessões conectadas sempre que terminar o acesso, uma vez que, com as senhas automatizadas, alguém com acesso ao computador pode facilmente conectar-se indevidamente.
Agir como se estivesse no ambiente presencial
"Se o estudante não ficava utilizando o celular ou o videogame dentro de sala de aula, por exemplo, na sala de aula virtual deve ser a mesma coisa", expõe Patrícia, lembrando que realizar atividades on-line só muda o meio pelo o qual aquilo está sendo realizado, e não o fim.
Utilização de ferramentas de controle parental
A advogada orienta que os pais façam a verificação dos sites que estão sendo acessados pelos filhos, monitorando a utilização de webcam e atividades nos aparelhos eletrônicos, tendo em mente que o responsável é quem responde legalmente por tudo o que a criança faz, on-line ou não.
Manter a educação e a calma
Não se envolver e não permitir que os filhos se envolvam em discussões de forma agressiva é importante para não perder a razão, inclusive do ponto de vista jurídico. "Não faça justiça com o próprio mouse", alerta a especialista.
Cuidado com a fofoca digital
Não compartilhar informações sobre terceiros de forma impulsiva, principalmente sobre menores. Tudo o que é registrado na internet, pode ser usado juridicamente contra você.
Observar a idade mínima dos recursos
Jogos, mesmo que educativos, têm idades indicativas. "Conheça os recursos que seu filho está utilizando e saiba o que ele está fazendo. Jogue o jogo, assista ao youtuber, esteja a par do que ele faz e se realmente ele deveria estar fazendo aquilo", orienta Patrícia.
Colocar senha de controle de idade nos aplicativos on demand
É comum a família dividir a conta da Netflix, por exemplo, então é necessário colocar senhas fortes para que a criança não acesse conteúdos impróprios.
Cometer ciberbullying é crime
Brincadeiras não autorizadas, a respeito de uma pessoa ou utilizando imagens sem permissão pode ser ato condenado judicialmente. Patrícia ainda lembra que, mesmo que haja um desconforto algumas vezes, para que a ação seja caracterizada como bullying, é preciso haver intenção e repetição.
Não mentir sobre seus dados online
Colocar idade maior do que tem, nome ou informações pessoais em cadastros pode ser caracterizado como falsidade ideológica. "Não é porque seu filho está atrás de um computador que não precisa dizer a verdade sobre si mesmo", alerta.
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Redação iBahia
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