Eslane Paixão, candidata à Prefeitura de Salvador pelo Unidade Popular (UP), se posicionou contra o foro privilegiado de políticos, durante sabatina da Central de Eleições da Rede Bahia, realizada nesta quinta-feira (15).
"Contra, com certeza. Porque de privilégio já basta, já tem muitos privilégios", afirmou a candidata.
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Eslane Paixão foi a quarta entrevistada na série do g1, TV Bahia, iBahia e plataformas digitais da Bahia FM com os candidatos à prefeitura de Salvador. A ordem das entrevistas foi estabelecida por meio de sorteio. As sabatinas são realizadas aos vivo, entre 12 e 19 de agosto, às 9h30, com transmissão no g1 Bahia.
Durante a sabatina, Eslane Paixão também afirmou que, se eleita, pretende implementar educação sexual nas escolas municipais. Ela afirma que o objetivo do projeto é prevenir crimes de abuso sexual infantil, que frequentemente ocorrem dentro de casa.
"As professoras e professores que a gente tem hoje no nosso município são totalmente capacitados para isso (...). Com essa iniciativa, a gente visa que menos crianças sofram o que sabemos que hoje é a realidade do nosso país. O objetivo é ter escolas onde as crianças sejam de fato acolhidas, porque hoje isso não acontece de fato", afirmou.
Eslane também falou que pensa em criar uma empresa pública de aplicativos que substituiria os aplicativos existentes. Ela argumenta que o objetivo é garantir a dignidade dos trabalhadores de aplicativo, destacando que, no modelo atual, os lucros são predominantemente direcionados para grandes empresários.
Confira aqui os principais pontos abordados pela candidata.
Pinga fogo com Eslane Paixão, candidata à Prefeitura de Salvador pelo Unidade Popular (UP)
Você é contra ou a favor da redução da maioridade penal para 16 anos?
"Contra. Somos contra porque a gente sabe que a juventude precisa de oportunidade. A nossa juventude, que hoje está construindo nas periferias, que tem propostas, que tem ideias, que precisa de incentivo a cultura, a essa educação que a gente falou aqui, e não merece ser encarcerada. A gente acha que precisa de oportunidade".
Você é contra ou favor do uso de câmeras nas fardas dos policiais?
"Somos a favor, mas a gente sabe que só isso não resolve. Infelizmente, porque a segurança do nosso país é um projeto feito para que a população não seja acolhida e defendida. Mas, precisamos sim de mecanismos que hoje, no mínimo, faça inibir um pouco dessa violência".
Você é contra ou a favor do foro privilegiado para políticos?
"Contra, com certeza. Porque de privilégio já basta, já tem muitos privilégios".
Você é contra ou a favor da concessão ou privatização de empresas públicas?
"Contra. Contra, porque a gente é a favor do que é público, do que é do povo, do que é do estado. E que as pessoas possam gerir, que elas possam decidir, porque são dessas iniciativas que nascem esses interesses de garantir o lucro acima da vida, o lucro acima do nosso bem-estar. Então, que a gente tenha transparência, que a gente tenha tudo isso a serviço, não só do poder público, mas da própria população para poder decidir".
Você é contra ou a favor de militares em cargos executivos?
"Contra. Acho que não tem dado certo, ainda mais com essa mentalidade que hoje existe. Não existe uma desmilitarização, não existe uma justiça de transição no nosso país. A gente precisa rever várias questões".
Você é contra ou a favor de cotas nas universidades públicas?
"A favor. Com certeza. E somos a favor, inclusive, do livre acesso a universidade. À educação como um todo".
Você é contra ou a favor da legalização da maconha?
"Nós somos contra, porque a gente entende que a violência, em primeiro lugar, precisa ser debatida no nosso país, porque se utiliza a política de guerra às drogas para poder, nos nossos bairros, a polícia entrar e assassinar a nossa juventude. Porque, a gente sabe que a própria cannabis medicinal é utilizada em tratamentos de doenças em nosso país".
Você é contra ou a favor da prisão da mulher em caso de aborto?
"Contra. E acho que a gente precisa debater o que foi essa luta travada pelas mulheres contra a legalização desse estupro. Porque a gente viu a PL 1904 que, infelizmente, é uma proposta para criminalizar as pessoas que sofrem. Então, a gente precisa de acolhimento e não de prisão"
Você é contra ou a favor da adoção de crianças por casais homoafetivos?
"A favor. Com certeza, porque as nossas crianças não merecem viver sem pai e sem mãe, abandonadas, porque já basta o abandono do estado. Então, se as pessoas que se amam querem adotar e cuidar dessas crianças, que elas possam e com todo o apoio e acolhimento do estado".
Redação iBahia
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