Os mais populares sons do carnaval de Salvador se misturaram na folia de sábado no Pelourinho. As marchinhas, a guitarra baiana, o axé, o afro pop e o samba tiveram ilustres representantes que levantaram os foliões do Centro Histórico neste terceiro dia de festa, sem deixar ninguém parado. O cantor, compositor e sambista carioca Jorge Aragão foi uma das grandes atrações da noite.
Abrindo a programação do palco principal no Largo do Pelourinho, o Bailinho de Quinta agregou ao seu repertório de marchinhas carnavalescas a poesia performática do cantor pernambucano Lirinha e do poeta e compositor baiano Kalu. “Eu tenho uma alma foliã. Desde criança já frequentava o carnaval de Recife com a família. Sinto-me feliz em poder participar do carnaval de Salvador, que é uma festa que sempre tive curiosidade de conhecer e pela oportunidade de trazer a poesia para a folia”, afirmou Lirinha. O largo se tornou um grande baile de carnaval, ocupado por foliões de diferentes gerações reunidos na mesma alegria.
Foto: Rosilda Cruz / Secult |
A segunda apresentação do palco reuniu o multi-instrumentista Júlio Caldas e os guitarristas Xico Barroso e Igor Hereda. Com repertório de clássicos da folia e temas autorais, os guitarristas animaram o público presente. O Trio da Guitarra Baiana completa o seu quarto carnaval celebrando o instrumento inventado por Dodô e Osmar na década de 40. Já o show Portal Black reuniu Márcia Short, Magary Lord e Nadjane Souza em uma fusão de ritmos afro-brasileiros. O repertório passeou pelo cancioneiro popular baiano, indo de clássicos dos blocos afro, do samba-reggae e do ijexá ao balanço do kuduro e do semba. O show contou ainda com a participação da cantora do Cortejo Afro, Claudya Costta.
O palco no largo foi encerrado com chave de ouro pelo consagrado cantor, compositor e sambista carioca Jorge Aragão, que realizou uma emocionante apresentação. "Nunca pensei que Salvador fosse um lugar que eu pudesse cantar. Eu queria colocar uma bermuda e um chinelo e ficar andando pela cidade, conhecendo, curtindo, gostando de tudo isso que a gente tem aqui que é totalmente diferenciado. É um privilégio estar aqui", declarou o sambista.
Foto: Sydnei Rocha / Secult |
Os demais palcos do Carnaval do Pelô também contaram com uma programação bem animada. Carlos Pitta transformou o Largo Tereza Batista na praça do frevo e do axé. O projeto Praça do Frevo Elétrico, em seu terceiro ano consecutivo no Carnaval do Pelô, comemora os 30 anos da axé music. Alex da Costa, ex-cantor da Banda curta-metragem, e o cantor de forró Pedro Sampaio foram os convidados da primeira noite. O cantor Missinho, considerado um dos percussores da música axé, também apresentou um show especial para o público do largo.O Largo Pedro Archanjo teve mais uma noite de baile, dessa vez com o Maestro Zeca Freitas e a Orquestra Bahia de Todos os Santos. Já o show de Aloísio Menezes, que convidou a cantora Wil Carvalho, trouxe um repertório de músicas dos blocos afro, que o cantor considera as raízes da axé music.
A diversidade musical foi característica da noite no Largo Quincas Berro D'Água. A noite começou com a beleza e voz marcante da cantora Savannah Lima. Pela primeira vez no carnaval do Pelourinho, a cantora falou de sua emoção: “É muito importante para mim estar fazendo essa festa e, principalmente, esse repertório que eleva, representa e reconhece nossas raízes africanas”, afirmou a cantora. Um dos grandes nomes do samba na Bahia e no Brasil, Walmir Lima também deixou sua importante marca no Carnaval da Cultura 2015. Quem presenciou o show pôde relembrar muitas de suas composições, a exemplo de “Ilha de Maré”. Fechando a noite e compondo o quadro da diversidade, subiu ao palco a rainha do Arrocha, Nira Guerreira.
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