Os números de casos de gripe dobraram em relação ao ano passado. Apenas nos seis primeiros meses do ano foram registrados 2.715 casos e 446 óbitos pelo vírus influenza - H1N1, H3N2 e influenza B e subtipado A. Nesse mesmo período do ano passado foram contablizados 1.227 casos e 204 óbitos. O número em 2018 já supera o do ano passado inteiro, em que foram 2.691 casos, já as mortes totalizaram 498. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde.
A coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações, Carla Magda Domingues explicou as razões para esse aumento no número de casos.
— Há uma sazonalidade. A população parece que só se vacina quando há casos da doença e de óbitos, quando a imprensa toca nesse assunto. As pessoas ficam despreocupadas. O sucesso do programa tem que ser sustentado, doenças que desapareceram podem voltar a surgir. Se tivermos um inverno mais rigoroso, pode ser que teremos uma elevada circulação do vírus e um aumento dos casos.
Campanha prorrogada
O ministério ampliou a campanha de vacinação do público-alvo, que agora será prorrogada até o dia 22 de junho. A partir do dia 25 de junho poderão ser vacinados crianças de 5 a 9 anos e adultos de 50 a 59 anos. Tudo dependerá da disponibilidade. Em todo o país 11,8 milhões de pessoas ainda não se vacinaram.
O público-alvo da campanha é: professores da rede pública e privada; profissionais de saúde;crianças entre 6 meses e cinco anos; gestantes; mulheres com parto recente (com até 45 dias); idosos a partir de 60 anos; povos índigenas; portadores de doenças crônicas; população privada de liberdade (inclui funcionários do sistema prisional e menores infratores).
Apenas três unidades da federação alcançaram a meta de 90% de imunização dessa população específica. Foram os estados de Goiás, Amapá e Ceará. Até o momento os estados de Roraima, Rio de Janeiro e São Paulo registraram os resultados menos expressivos, com 53,59%, 57,29% e 68,58%, respectivamente.
Foram adquiridas 60 milhões de vacinas para atingir um grupo prioritário de 54 milhões de pessoas. Apenas 77% da meta foi alcançada. Em todo o país verificou-se que o público alvo de crianças e gestantes registraram o menor índice de vacinação, com cobertura de apenas 61,5% e 66% respectivamente.
O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Guimarães Junqueira, faz um apelo para a população alvo dessa campanha.
— Se tivéssemos 200 milhões de doses, estaríamos fornecendo para toda a população. Mas não temos essa capacidade, então fornecemos doses apenas para esse grupo específico. Queria chamar a atenção dessas pessoas, pais e gestantes.
O ministro da saúde Gilberto Occhi explicou quais serão os próximos passos para alcançar essa meta.
— As secretarias de saúde também não podem ser passivas, se a população não veio se vacinar não se pode esperar essa população ficar doente, é preciso ir de encontro ao público-alvo como em creches, escolas e pré-natais. O ministério elaborou uma orientação, já que o cidadão não pode ser obrigado. Se o pai não quiser vacinar essa criança que está estudando, eles terão que nos comunicar. A doença mata. Saúde é uma responsabilidade de todos. Não é nossa intenção prorrogar, mas a gente acaba tendo uma demanda muito maior.
No próximo ano poderão ocorrer mudanças como a ampliação do público alvo, como o aumento da faixa etária.
*Estagiário sob supervisão de Francisco Leali
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Redação iBahia
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