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SAÚDE

Especialista comenta mitos e verdades sobre o HIV

Cerca de 135 mil brasileiros convivem com o vírus e não sabem

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Redação iBahia

29/11/2019 às 22:03 • Atualizada em 27/08/2022 às 5:07 - há XX semanas
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Recentemente, o Ministério da Saúde fez um alerta sobre o vírus HIV, cerca de 135 mil brasileiros convivem com o vírus e não sabem. Com base nesse dado e sabendo que no 1º de dezembro, se comemora o dia Mundial de Luta contra a Aids, o infectologista e professor da UNIFACS Fernando Badaró separou alguns mitos e verdades sobre o assunto.
O especialista reforçou a importância de falarmos sobre HIV: “Precisamos falar sobre esse assunto sempre. Um dos erros das campanhas de conscientização é que elas são temporárias, feitas em determinados períodos e depois o tema cai no esquecimento”, avalia Fernando Badaró.
Foto: reprodução / Pixabay
Confira alguns pontos que costumam causar confusão entre as pessoas quando o assunto é HIV/Aids.
· HIV e Aids não são a mesma coisa – Verdade. HIV é o vírus causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), mas muitas pessoas podem viver anos sem apresentar sintomas nem apresentar a doença, quando aderem adequadamente ao tratamento antirretroviral. “O mecanismo de ação do vírus é que ele ataca os linfócitos T CD4, principais células de defesa do corpo, enfraquecendo o sistema imunológico”, explica Badaró.
· Antirretrovirais controlam o HIV - Verdade. Embora ainda não exista uma cura, a terapia antirretroviral mantém o HIV sob controle e ajuda a aumentar a expectativa de vida, tornando-a semelhante à de uma pessoa sem o vírus. As medicações são distribuídas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e devem ser tomadas com acompanhamento médico, para que o profissional possa promover ajustes em caso de resistência do organismo aos antirretrovirais ou efeitos colaterais.
· Pessoas com HIV sempre transmitem o vírus em suas relações sexuais - Mito. Estudos demonstram que pessoas com HIV que aderem ao tratamento antirretroviral para controlar a infecção e conseguem suprimir a carga viral – quando a quantidade de HIV no organismo chega a um nível indetectável nos exames de sangue - não transmitem o vírus mesmo em relações sem preservativo. “Isso não significa, no entanto, que o preservativo deva ser abandonado, até porque ele impede outras infecções sexualmente transmissíveis e o contato com cepas do HIV mais resistentes”, pondera Badaró.
· O HIV pode ser transmitido pelo sexo oral – Verdade. A transmissão do HIV acontece quando há uma troca de fluidos corporais (como sêmen, fluido vaginal, sangue, leite materno ou fluidos pré-ejaculatórios) com pessoas infectadas. Embora a probabilidade seja muito menor em relação à penetração, por exemplo, é possível contrair o vírus durante o sexo oral, quando há cortes ou machucados na boca ou gengiva que permitem a entrada do HIV.
· Mães com HIV não podem ter filhos sem transmitir o vírus – Mito. Mães soropositivas que fazem o tratamento antirretroviral e durante o trabalho de parto fazem uso de AZT venoso, além de realizarem cesárea, têm chances quase zero de transmitir o vírus aos filhos. “Para garantir, o recém-nascido também precisa tomar também durante seis semanas a medicação antirretroviral”, acrescenta o especialista.
· Posso ter contraído o HIV mesmo o resultando indicando negativo – Verdade. Isso acontece por causa da chamada janela imunológica, que é o período entre a infecção e a produção pelo organismo de anticorpos contra o HIV em quantidade suficiente para ser detectada pelos testes. Assim, você pode apresentar resultado negativo dias após ter sido infectado, já que a janela imunológica dura, em média, cerca de 30 dias. Por isso, o ideal é refazer os exames após um mês.
Prevenção
Vale lembrar que melhor forma de prevenção é o uso do
preservativo (masculino ou feminino) durante as relações sexuais. Somados a ele, existem hoje outras possibilidades de diminuir as chances de transmissão como a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) e a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV).
O professor explica que a PrEP consiste no uso preventivo diariamente de antirretrovirais, reduzindo a probabilidade de infecção. Já a PEP deve ser utilizada por quem tenha passado por alguma exposição de risco ao HIV, como relações sexuais desprotegidas. Para surtir efeito, a PEP deve ser iniciada em 24h até no máximo 72 horas após a exposição, e a medicação antirretroviral deve ser tomada por 28 dias.

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