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Você sabia que estresse, ansiedade e depressão podem ser consequências de problemas auditivos? A principal causa está relacionada ao abuso do som alto. Segundo a doutora Loren de Britto Nunes, especializada em otorrinolaringologia, o paciente que se submete a som alto em excesso pode apresentar além dos sintomas de irritabilidade e distúrbios psicológicos, perda irreversível da audição que acontece na maior parte dos casos, de forma bilateral, isto é, ao mesmo tempo nos dois ouvidos. Ainda de acordo com a doutora,as principais queixas no início da perda de audição são os zumbidos e as dores no ouvido, conhecidas como otalgias. Todos os dias estamos expostos a sons e ruídos emitidos por carros através das buzinas, bares com show ao vivo, além das boates com músicas eletrônicas, e não damos conta que este som ultrapassa constantemente o limite permitido pela lei. “A Organização Mundial de Saúde permite a exposição máxima de 85 decibéis com duração de oito horas diárias”,esclarece Drª Loren. Algumas empresas trabalham exatamente para combater a poluição sonora e proporcionar o conforto acústico dos mais diversos ambientes como é o caso do Grupo Sonar. A empresa baiana realiza atividades como estudos de impacto ambiental, mapeamento e medições de ruídos, além de montagem de sistemas de áudio e vídeo. Segundo o engenheiro e diretor do Grupo, Olavo Fonseca Filho, as soluções variam a depender do espaço. “Locais fechados como teatros, exigem o chamado Enclausuramento Acústico Total. Neste caso, o isolamento é feito através de ati-camêras de acesso, paredes acústicas e piso flutuante acústico para evitar transmissão de vibrações. Já para ambientes abertos, nós estamos desenvolvendo um projeto de reformulação de critérios de show. O plano se baseia em três vértices, sendo o primeiro deles a regulagem do som através do controle das frequências para reduzir a potência. O segundo trata-se do estudo preliminar da posição ideal do palco no espaço. Muitas vezes, os produtores não dão importância ao lugar do palco. E para finalizar é necessária também a utilização de barreiras acústicas temporárias”, explica Olavo.
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As chamadas barreiras acústicas temporárias segundo o engenheiro, são uma novidade de grande utilidade feita de materiais removíveis que podem ser guardados e reutilizados a qualquer momento. Estes instrumentos podem ser translúcidos feitos de acrílico especial, ou feitos de cimento. “Tentamos com o projeto, esclarecer produtores e empresários sobre a importância da predição acústica do impacto sonoro, isto é, o estudo prévio do ambiente e do que pode ser feito para qualificar o som. Caso contrário, os gastos podem ser muito maiores em multas e reclamações dos vizinhos, problemas obviamente desnecessários”, conta Olavo. O engenheiro alerta para algumas curiosidades importantes. "A partir dos 80 decibéis, limite estipulado pela Organização Mundial da Saúde, temos variações em meia em meia hora, de 5 decibéis. Por exemplo, em um show com transmissão de 95 decibéis a pessoa pode ficar exposta por duas horas. Já com 100 decibéis, a duração é de uma hora a menos. Acima de 115 decibéis, como os aviões a jato, independente do tempo tem que se utilizar o protetor ouricular. Vale ressaltar para os jovens que costumam frequentar shows e ficar em frente a caixa de som, que a transmissão destas caixas são geralmente de 105 decibéis, portanto estas pessoas devem de acordo com a lei, ficar apenas meia hora no local".