Ainda que tenha ficado internado durante um mês em um hospital particular em Salvador, o aposentado Roberto Pereira, de 70 anos, segue com a mesma opinião: "não bebo água e não paro de tomar Coca-Cola", afirmou ele ao g1. O baiano ressaltou que, nos último 50 anos, só bebeu o refrigerante e que, inclusive, chegou a esconder o consumo.
"Tenho um estoque de Coca-Cola em casa. No hospital, fiz um estoque no frigobar quando fui transferido para o apartamento", contou.
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O único momento em que Roberto abriu uma exceção no consumo de Coca-Cola Zero aconteceu durante o período internado com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele recebeu alta em abril.
Na época, o aposentado vuralizou ao deixar um aviso escrito no prontuário do hospital: "Não bebo remédio líquido, não insista. Não bebo água, só bebo Coca-Cola"
Ele ficou na UTI por uma semana e afirmou que estar na unidade de saúde não foi um problema. Para ele, o pior mesmo foi ficar sem Coca-Cola e ter que engolir remédios com água de coco, que foi a solução encontrada pela equipe médica diante das negativas de Roberto sobre o consumo de água.
"Quiseram me dar água para que eu engolisse os remédios, mas expliquei que não descia, então, a solução foi a água de coco. Não fiquei preocupado por estar na UTI, só não gostei porque lá não entrava Coca-Cola", contou.
Ao g1, a administração do Hospital São Rafael, onde o aposentado ficou internado na época, informou que a unidade de saúde não teve comunicação formal sobre Roberto não beber água e que, “provavelmente, o paciente fez isso de brincadeira”.
Roberto começou a consumir Coca-Cola no lugar da água ainda na adolescência
A paixão de Roberto pelo refrigerante começou ainda na juventude. Ele não gostava de água mineral e começou a substituí-la pelo refrigerante na verão normal.
Aos 30 anos, o então aposentado foi diagnosticado com diabetes e passou a consumir a versão com menos açúcar do refrigerante. A partir daí ele virou um fã da bebida e não conseguiu consumir nenhum outro refrigerante.
A família de Roberto vive com a decisão e, segundo ele, os filhos "não se metem" no assunto. Nos encontros com o afilhado, João Victor Paixão, os dois chegam a dividir uma coquinha.
"Não tem nada nem ninguém que faça ele mudar esse hábito", afirmou o jovem.
Apesar do alto consumo de refrigerante e a falta de exercício físico, o aposentado afirma que está bem de saúde. "Meu cardiologista disse que, já que me recuso a parar de beber Coca-Cola, eu deveria fazer vários exames. Quando levei os resultados, ele falou: 'não podia estar melhor'".
Alerta dos especialistas
O exemplo de Roberto não é um padrão, uma vez que nem todo mundo consegue ter a saúde em dia consumindo muito refrigerante. Apenas um copo do refrigerante preferido do aposentado possui 28 mg de sódio, uma substância que retém líquido no organismo.
Conforme especialistas, o excesso de sódio tem impactos parecidos com o da cafeína no organismo, ou seja: ambos causam a propensão de aumento da pressão arterial. Esse aumento pode favorecer casos de hipertensão e traz rscos à saúde de pessoas que já são hipertensas.
Além disso, o consumo de refrigerante está associado aos seguintes problemas:
- sensação de desconforto abdominal;
- piora do refluxo gastresofágico;
- piora da sensação de inchaço, estufamento e sintomas associados aos gases abdominais;
- favorecimento da erosão do esmalte dentário;
- desregulação metabólica;
- aumento do desejo por alimentos doces.
Iamany Santos
Iamany Santos
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