O Brasil caminha a passos largos para o envelhecimento. A estimativa do IBGE é de que 25,5% da população brasileira terá mais de 65 anos em 2060. Apesar de ser uma realidade logo ali na frente, pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia em São Paulo (SBGG-SP), em parceria com a Bayer, aponta que 52% dos homens cariocas enxergam a velhice como uma ameaça. Isso não significa, no entanto, que eles se preparem para ela. Muito pelo contrário.
O câncer de próstata é o tipo mais incidente da doença em homens e tem no envelhecimento um fator de risco. Mas 40% dos entrevistados admitiram que nunca fizeram o exame de toque retal, sendo que 36% alegaram “não gostar ou achar pouco másculo”.
— É preocupante. Existe um preconceito na população com exames de rastreamento de câncer de próstata. Isso precisa mudar. O exame de toque retal dura poucos segundos, não tira a masculinidade de ninguém — orienta Fabio Schutz, oncologista do Hospital Beneficência Portuguesa.
A médica geriatra Maisa Kairalla, membro da SBGG-SP, lembra que, embora o Brasil esteja caminhando para se tornar uma nação envelhecida, ainda há despreparo:
— A grande maioria de nós certamente irá envelhecer. Isso deve ser esperado por nós. A maneira como nos prepararmos para isso será definitiva para que cheguemos bem à velhice.
O que mais aflige os moradores do Rio em relação ao envelhecimento é o medo de morrer (20%), a falta de vida ativa (20%), a dependência de outras pessoas (19%) e o desenvolvimento de doenças (14%).
Outro dado que preocupa é a crença de que o exame de toque retal deve ser feito só quando há sintomas: 13% dos cariocas acreditam nisso.
— É importante destacar que os exames são preventivos, então, é essencial que sejam feitos antes de qualquer sintoma. Se chegar ao ponto de o paciente ter sintomas, como dores ósseas, o câncer já estará avançado, com metástases, por exemplo. Além disso, é importante enfatizar que a maior parte dos cânceres de próstata não apresenta sintomas, o que reforça a importância de exames preventivos como PSA (sangue) e toque retal — alerta Fabio.
Para a geriatra Maisa, os brasileiros precisam se preparar para o envelhecimento e pensar nesta nova etapa da vida de maneira positiva.
— Emocionalmente falando, é preciso quebrar determinados estigmas que ainda permeiam a velhice quando refletimos sobre ela. Ser idoso pode ser um grande ganho para o ser humano. Pensar sobre a velhice ao longo da vida, planejar-se física, econômica, social e emocionalmente para essa nova etapa só trará benefícios, pois estaremos melhor preparados para nos tornarmos idosos — Maisa.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
Redação iBahia
AUTOR
Redação iBahia
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade