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SAÚDE

Para não agravar o problema com a vesícula, fuja dos refinados

A presença de cálculos na vesícula é a doença do aparelho digestivo com maior número de indicação cirúrgica

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08/02/2015 às 13:18 • Atualizada em 31/08/2022 às 22:12 - há XX semanas
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Quem não dispensa fast foods, salgadinhos, ama massas refinadas, além de carnes e comidas gordurosas, precisa tomar cuidado redobrado, afinal, esses excessos combinados com fatores hereditários e metabólicos podem levar ao desenvolvimento de pedras ou cálculos na vesícula. A presença de cálculos biliares é a doença do aparelho digestivo com maior número de indicação cirúrgica. Estatísticas do Ministério da Saúde indicam que são realizadas todos os anos, no Brasil, aproximadamente 200 mil cirurgias de retirada de vesícula (colecistectomias). A doença ocorre em 20% das mulheres e 10% dos homens. Segundo o gastroenterologista Antônio Trindade, diretor médico do Hospital Teresa de Lisieux, a vesícula é uma víscera oca, que fica abaixo do fígado e serve para armazenar a bile, que vai atuar no processo de digestão dos alimentos.
“A bile é formada por colesterol e sais biliares, quando o colesterol aumenta muito, a bile fica mais espessa e há a formação dos cristais, que são os cálculos”, explica o especialista, lembrando que o tamanho das pedras varia muito e que, ao contrário do que se possa imaginar, as menores representam um perigo maior, pois podem sair da vesícula e provocar outras doenças, como a pancreatite. “A vesícula passa, então, a ficar doente e a tentativa de expulsão desses cristais causa grande dor e desconforto que são as cólicas biliares”, pontua, destacando que as dores geralmente levam o paciente à internação.
Dores
O cirurgião gástrico Álvaro Nonato, gerente da Unidade de Saúde da Fundação José Silveira, lembra que, ao contrário do que muitos pensam, a formação dos cristais na vesícula não traz sensação de empachamento. “Geralmente, a queixa é uma dor abdominal, embaixo das costelas ou na boca do estômago”, esclarece, pontuando que é mais comum do lado direito, mas que também pode ocorrer no esquerdo. “A dor aparece de modo súbito, mas é muito intensa”, pontua.
Ele lembra que o tratamento não consiste na retirada das pedras, mas na extirpação da própria vesícula. “A retirada da vesícula é a opção indicada na maioria dos casos e todo o procedimento é feito por videolaparoscopia, o que permite receber alta em 24 horas”, diz. O cirurgião lembra que o procedimento é simples e dura em torno de 30 a 40 minutos. Como na videolaparoscopia os cortes são mínimos, o paciente retorna mais rápido às atividades normais e a recuperação também é acelerada.
“As cirurgias só são mais demoradas quando o paciente tem problemas relacionados, como a obesidade”, esclarece. Os principais fatores de risco para o surgimento dos cálculos são: obesidade, diabetes, uso de estrogênio, gravidez e cirrose hepática. “A formação de cálculos na vesícula é resultado de uma soma de fatores, como questões hormonais e alimentação rica em gordura”, explica o cirurgião Álvaro Nonato. Ele explica ainda que náuseas, vômitos e febre podem acompanhar a queixa de dor, especialmente nos casos mais graves. “Há pacientes que podem ter o cálculo sem saber e aqueles que descobrem quando a situação é grave, a partir de uma forte cólica abdominal”, diz o especialista. Com a retirada da vesícula, a bile vai direto para o intestino, percorrendo seu trajeto normal.
Prevenção
Embora reconheçam o fator hereditário como o mais forte para a predisposição aos cálculos da vesícula, os médicos são unânimes em pontuar que uma vida mais saudável pode ser bastante útil na prevenção dos problemas na vesícula. Nutricionista da clínica AMO e professora da Unime, Graziela Brandão lembra que, embora não seja uma causa direta, o excesso de peso acelera o surgimento das pedras em pacientes com propensão a desenvolver o problema. “Por isso mesmo, é preciso evitar os excessos”, finaliza Graziela.
Correio24horas

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