Verão e Carnaval são períodos de férias, muita praia, almoço à beira mar e viagens. Diante de tanto entretenimento, alguns cuidados com a saúde são deixados de lado, e, por conta dessas falhas, alguns vírus, como os das hepatites A e B, entram em ação. O especialista em Saúde Pública e responsável pelo setor de vacinas da maior empresa de medicina diagnóstica na América Latina (DASA), Ricardo Ferreira da Cunha, afirma que os cuidados na prevenção são muito importantes, porém, a vacina ainda é a melhor opção para evitar a contaminação.
Hepatite A - O Verão costuma ser a estação de maior ocorrência de hepatite A. De cada mil adultos que vão à praia, de três a cinco apresentarão a doença. Ricardo explica que a contaminação acontece através de alimentos ou água contaminados por fezes, sendo os mais propensos ao vírus, os frutos do mar. No litoral, principalmente nessa época do ano, a população está mais próxima do consumo de alimentos que nem sempre estão com as condições ideais de higiene.
A hepatite A costuma ser um pouco mais leve nas crianças e mais grave nos adultos. O quadro típico apresenta náusea e vômito, mal-estar, febre, perda de apetite, fezes mais claras e um amarelão no corpo e nos olhos.
É recomendável que os veranistas além de tomarem os cuidados necessários, como ter bons hábitos de higiene e evitarem o consumo de alimentos sem procedência, tomem a vacina no mínimo duas semanas antes de ir à praia. Essa vacina não está disponível na rede pública e pode ser tomada em qualquer idade, sendo uma dose inicial e uma segunda após seis meses. A imunidade definitiva é adquirida após a segunda dose.
Quando contaminado, o paciente apenas irá tomar remédios que amenizem os sintomas. A doença tem um curso natural e se cura sozinha. O que está ao alcance da população é a prevenção. São raros os casos em que a hepatite A cause óbitos, porém, todo cuidado é necessário.
Hepatite B - Transmitida através de relações sexuais ou sangue contaminado, a hepatite B possui uma gravidade muito maior do que o tipo A. O médico explica que quanto mais nova for a pessoa contaminada, as chances da doença se tornar crônica é maior. Assim, a pessoa terá o vírus para o resto da vida, o que é muito perigoso, pois a doença pode ocasionar futuramente um câncer de fígado ou cirrose, levando ao óbito.
A hepatite B tem uma incidência maior no período de Carnaval. O sexo seguro é extremamente importante como prevenção, além dos cuidados com a manipulação de instrumentos que tem contato com sangue, como alicate de unha e seringas. Porém, a vacina ainda é a melhor forma de prevenção.
Diferente do tipo A, essa vacina é oferecida na rede pública para pessoas até 19 anos de idade. São tomadas três doses, com intervalos de um mês e seis meses. Crianças contaminadas têm acima de 25% de chances de ficarem com o vírus para a vida toda. Os sintomas da hepatite B são muito semelhantes ao tipo A. Apenas um exame de sangue detalhado poderá classificar o tipo de vírus que foi instalado no corpo do paciente.
Veja também:
Leia também:
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!