A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou, nesta quarta-feira, que pessoas que nunca tiveram Dengue não tomem a vacina Dengvaxia, criada para evitar a doença. Segundo comunicado da Anvisa, a Sanofi Pasteur— laboratório responsável pela fabricação da vacina— apresentou dados de um estudo complementar que indica que pacientes que não tiveram dengue podem desenvolver, no futuro, uma forma mais grave da doença após serem imunizados.
De acordo com a nota da Anvisa, a "vacina em si não desencadearia um quadro grave da doença nem induzia ao aparecimento da doença de forma espontânea". Mas o que ocorre é que, caso a pessoa seja picada posteriormente pelo Aedes aegypti e venha a ser infectada, a doença pode se manifestar de forma mais grave. Além da recomendação, a Agência afirma que irá alterar os dados presentes na bula da vacina. Enquanto a avaliação sobre a vacina não é concluída, a Anvisa recomenda que ela não seja tomada por pessoas soronegativas, ou seja, que não tiveram contato com o vírus.
A Dengvaxia, que foi aprovada em 2015, não é oferecida pelo Ministério da Saúde, mas está disponível em laboratórios particulares e é a única imunização registrada no país. A Anvisa afirma que na época do registro não havia nenhum indício de que a vacina podia trazer complicações como as relatadas agora e destaca que, para quem já teve a doença, a imunização continua sendo positiva. A agência ressalta que o caso está sendo analisado em conjunto com o laboratório produtor da Dengvaxia, e que já realizou uma reunião com o grupo de vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Embora a vacina tenha sido testada em cerca de 40 mil pessoas em todo mundo antes de ser aprovada, a Sanofi Pasteur realizou um estudo complementar, ao longo de seis anos, que trouxe à luz os riscos para quem nunca teve contato com o vírus.
— A forma severa da doença após a infecção por dengue é rara, mas pode ocorrer depois de qualquer picada de um mosquito que carregue o vírus. Entretanto, a dengue é uma doença complexa e as pessoas têm maior probabilidade de contrair a forma grave após uma infecção secundária de um subtipo diferente do vírus— afirmou Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur Brasil, em nota.
A vacina é indicada para pessoas de 9 anos ou mais que sejam moradoras de áreas endêmicas da doença. O laboratório afirma que, embora tenha identificado o problema em relação a pessoas que nunca tiveram o vírus, nos demais casos a vacina tem apresentado alto nível de eficácia.
Em nota, o Sanofi afirmou que "Dengvaxia tem demonstrado prevenção de 93% de casos severos e redução 80% de hospitalizações causadas pela doença durante os 25 meses de estudos clínicos de larga escala conduzidos em 10 países da América Latina e Ásia, onde a dengue é muito difundida"
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Redação iBahia
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