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SAÚDE

Vigorexia: entenda a obsessão pelo corpo perfeito

O nome esquisito esconde um transtorno que atinge quatro vezes mais homens do que as mulheres

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Redação iBahia

10/11/2017 às 18:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 14:04 - há XX semanas
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Com a proximidade do verão, a cobrança externa ou interna pelo corpo perfeito é crescente, sobretudo, em uma cidade como Salvador, em que o calor pede roupas mais confortáveis, e que às vezes deixam a barriguinha, pernas e outras parte de fora. O nome esquisito esconde um transtorno que atinge quatro vezes mais homens do que as mulheres. A vigorexia ou transtorno dismórfico muscular é um distúrbio classificado como uma das manifestações do espectro do transtorno obsessivo-compulsivo. O problema é caracterizado pela ideia de que a pessoa tem alguma deformidade ou defeito no corpo. De acordo com Ana Hounie, psiquiatra e doutora pela Universidade de São Paulo (USP), a vigorexia pode ser encarada como um tipo de anorexia nervosa masculina.

Foto: Divulgação

Conhecida como "Síndrome de Adônis" - na mitologia grega, Adônis era uma jovem de beleza notável e o favorito da deusa Afrodite - a vigorexia tem como principal sintoma a distorção da própria imagem por quem é afetado pelo distúrbio. Para Hounie, o limite do treino 'obstinado' e o patológico é sutil e até difícil de ser feito. 'A primeira coisa é entender como a pessoa se sente e se ela nunca está satisfeita. Sempre se enxerga magro,nunca está forte. Esse é considerado um indício de um componente patológico", alerta. Para especialista, um comparativo que ajuda a entender a doença pode ser feito com a anorexia. 'Da mesma maneira que as mulheres com anorexia nervosa quando se olham no espelho e se veem gorda e esquelética, o homem com vigorexia vai se ver magro, fraco, apesar de estar forte e todas as pessoas que olham para ele, também o o acham forte, inclusive de uma maneira exagerada', explica.

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Questionada sobre a vigorexia estar associada a outros transtornos, Hounie esclarece que a associação pode acontecer como o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), ao transtorno disfórmico corporal - porque outras partes do corpo podem ser alvo de preocupação ou desgosto, como achar que tem o nariz grande, a orelha grande ou pênis pequeno). Ainda segundo a psiquiatra, a depressão também pode estar presente por conta da baixa autoestima e o uso de hormônio de maneira desorientada.

Automedicação e Riscos
A pessoa que desenvolve o transtorno está suscetível a desenvolver outros problemas já que realiza a automedicação. 'As pessoas que têm vigorexia, na maioria das vezes, se automedicam, elas usam substâncias que não são aprovadas, que deveriam ser usadas com um controle médico adequado. Elas usam, por exemplo, hormônios que são uso para uso veterinário, além de drogas para aumentar massa muscular, redução de gordura, enfim o uso de substâncias legais e ilegais de uma forma arriscada', aponta.

Foto: Divulgação

Para Hounie, o tratamento da vigorexia exige uma equipe multidisciplinar. 'É necessário que haja um médico do esporte, que saiba utilizar todos os medicamentos de maneira adequada. Além de um nutricionista, psicólogo ou psiquiatra, além de um profissional da área de educação física para que os pacientes reduzam a prática arriscada e danosa', afirma.

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