A mãe do médico Daniel Proença, sobrevivente do ataque a tiros no Rio de Janeiro que vitimou três ortopedias, entre eles o baiano Perseu Almeida, falou sobre o crime pela primeira vez. Em entrevista para o Fantástico, exibida na noite de domingo (8), ela afirmou que o filho estar vivo é um milagre.
"Você acredita em milagre? Foi um milagre, pode ter certeza", disse Márcia Proença.
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Perseu Ribeiro Almeida, Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf de Souza foram assassinados, na madrugada de quinta-feira (5), em um quiosque na Barra da Tijuca. As vítimas receberam 19 tiros de criminosos.
Márcia Proença contou que estava em casa, na cidade de Mogi das Cruzes, perto da cidade paulista, quando soube o que aconteceu com o filho. Os quatro médicos estavam no Rio de Janeiro para participar de um congresso internacional de ortopedia.
Para a jornalista Bette Lucchese, ela contou que a primeira coisa que Daniel falou ao vê-la foi "mãe".
"Mãe", e começou a chorar. "Mãe, meus amigos morreram", contou.
De acordo com uma apuração do g1 Rio de Janeiro, Daniel Proença foi baleado 14 vezes, sendo duas de raspão. Ele passou por uma cirurgia que envolveu 19 profissionais e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular.
“Eles estavam no quiosque tomando uma cerveja, relembrando e falando sobre o futuro. Perseu falando que precisava trabalhar bastante porque tinha duas crianças pequenas, aquele senhor falando que o filho dele, o último, ia casar e depois ele disse que ia dar uma diminuída, ia aposentar. E quando um deles olhou no relógio, falou ‘gente é quase uma hora, nós precisamos ir embora’”, revelou a mãe de Daniel.
Ainda segundo Márcia, ela não acredita que o filho estava no lugar errado.
“Falaram pra mim, ‘seu filho estava no lugar errado’. Eu falei: ‘Não. Meu filho estava no lugar certo, estava com os amigos, tomando uma cerveja, estavam comemorando. Ele estava no lugar certo’”, diz Márcia.
"Cabe a sociedade agora cobrar muito. Essa violência não vai ser resolvida do dia pra noite. Não vai. Mas eles tem condição de nos dar alguma coisa melhor", declarou a mãe de Daniel sobre a resolução do caso e a segurança no Brasil.
Além disso, ela se solidarizou com a família e os amigos do médicos mortos no ataque.
"Eu me vejo na situação de que eu poderia estar no outro lugar", lamentou.
O crime
Os quatro médicos bebiam em um quiosque, na madrugada de quinta-feira (5), quando foram mortos a tiros na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O grupo de ortopedistas estava na cidade para um congresso internacional de ortopedia e estavam hospedados no prédio onde ocorria o evento. O bar onde os quatro ortopedistas bebiam ficava em frente ao prédio.
Após ataque, apenas o médico Daniel Sonnewend Proença sobreviveu. Segundo investigações realizadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, Perseu teria sido confundido com o filho do miliciano Dalmir Pereira Barbosa, Taillon de Alcântara Pereira Barbosa.
Taillon, que também é miliciano, havia sido colocado em prisão domiciliar em maio de 2023 e o endereço dele também é Avenida Lúcia Costa, na praia da Barra da Tijuca, onde fica o quiosque em que Perseu e os amigos estavam.
Pelo menos quatro suspeitos participaram do crime. Dois foram encontrados mortos na madrugada de sexta-feira.
Sobrevivente fala pela primeira vez
O médico Daniel Sonneewd Proença, de 32 anos, sobrevivente do ataque a tiros que matou três médicos na madrugada da quinta-feira (5) em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, falou pela primeira vez desde a execução dos amigos na última sexta (6).
Em vídeo divulgado pela jornalista Lu Lacerda, Daniel tenta tranquilizar amigos e familiares sobre o estado de saúde dele. "Pessoal, eu tô bem, viu? Tá tudo tranquilo graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa juntos. Valeu pela preocupação. Obrigado!", afirma.
Redação iBahia
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