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Tráfico internacional

Justiça aceita denúncia contra grupo suspeito de tráfico de armas

'Senhor das armas' e esposa estão na lista dos integrantes do grupo suspeito de tráfico internacional de armas. Facção atuava na Bahia

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Iamany Santos

21/12/2023 às 20:40 - há XX semanas
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A Justiça Federal da Bahia aceitou a denúncia contra o argentino Diego Hernan Dirísio e sua esposa, Julieta Vanessa Nardi Aranda, envolvidos em esquema de tráfico internacional de armas. Segundo a Polícia Federal (PF), os dois comandam um grupo que contrabandeou 43 mil armas para facções criminosas brasileiras.


				
					Justiça aceita denúncia contra grupo suspeito de tráfico de armas
'Senhor das armas' e esposa estão na lista dos integrantes do grupo suspeito de tráfico internacional de armas. Casal é apontado como chefe da facção. Foto: Reprodução/Google Maps

Além dos dois, a Justiça aceitou a denúncia contra outros 26 integrantes da organização criminosa, que dividiu os membros em subgrupos:

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Leia também:

  • Os vendedores,
  • Os integrantes do Dimabel, órgão militar do Paraguai que teve integrantes envolvidos no esquema,
  • Intermediários,
  • Compradores
  • E responsáveis pela lavagem de dinheiro.

Segundo informações da PF, Diego Hernan Dirísio comprava armas fabricadas em países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia e revendia a criminosos brasileiros.

Além disso, o argentino é apontado como o maior contrabandista de armas da América do Sul e é conhecido como "Senhor das Armas". Ele e a esposa seguem foragidos e são procurados pela Interpol, que os inclui na "difusão vermelha", categoria para pessoas que podem ser presas em qualquer país estrangeiro.

Diego Dirísio foi o principal alvo da operação da PF no dia 5 de dezembro, quando foram cumpridos 25 mandados de prisão preventiva, 6 de prisão temporária e 52 de busca e apreensão no Brasil, Estados Unidos e Paraguai.

Ainda coforme as investigações, o grupo movimentou R$ 1,2 bilhão em armas vendidas para facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), fundado em São Paulo, e Comando Vermelho (CV), criado no Rio de Janeiro.

O gancho para a realização das investigações foi a apreensão feita pela Polícia Rodoviária Federal em novembro de 2020, em Vitória da Conquista, na Bahia.

Entenda como funcionava ação do grupo crimonoso

  • As armas eram importadas da Europa e da Turquia para o Paraguai, onde tinham a numeração raspada e eram revendidas a grupos de intermediários que atuavam na fronteira com o Brasil;
  • Parte do armamento acabava sendo comprada pelas principais facções criminosas brasileiras, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho;
  • A partir do trabalho de perícia para recuperar o número de série dos armamentos, foram identificadas no território brasileiro 25 apreensões de armas de fogo comprovadamente importadas da Europa e da Turquia pela IAS-PY, que eram traficadas ilegalmente para o Brasil;
  • As apreensões ocorreram nos seguintes estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

A organização criminosa atuava em seis núcleos:

1) Núcleo Central: responsável pela coordenação da empresa IAS-PY e pelo controle dos demais núcleos;

2) Núcleo de Vendedores: formado por funcionários da empresa, era responsável pela venda de armas para intermediários e compradores brasileiros;

3) Núcleo Dimabel: integrado por militares paraguaios responsáveis pelo controle de armas naquele país, desembaraçava o registro e a movimentação do armamento no Paraguai e criava dificuldades para concorrentes da IAS-PY, em troca de vantagens indevidas;

4) Núcleo de Intermediários: formado por pessoas situadas no Paraguai que serviam de vínculo com compradores no Brasil, alteravam o número de série e a marca de fabricante e forjavam a criação de novas armas com peças extraídas de marcas diversas;

5) Núcleo de Compradores: formado por brasileiros integrantes das organizações criminosas que compravam armas diretamente do Paraguai;

6) Núcleo de Lavagem: integrado por pessoas responsáveis pela ocultação e dissimulação da origem e do destino de recursos destinados ao líder da organização criminosa ou a fabricantes de armas em diversos países da Europa e na Turquia.

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Iamany Santos

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