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Entenda

MP pede que ginecologista acusado de abusos seja interrogado de novo

Denúncias foram feitas em julho de 2023; nove mulheres denunciaram o médico

Redação iBahia • 19/02/2024 às 18:53 • Atualizada em 19/02/2024 às 19:19 - há XX semanas

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O Ministério Público da Bahia solicitou que o médico Elziro Gonçalves de Oliveira, de 71 anos, acusado de assédio por nove pacientes em Salvador, seja interrogado novamente.


				
					MP pede que ginecologista acusado de abusos seja interrogado de novo
MP pede que ginecologista acusado de abusos seja interrogado de novo. Foto: TV Bahia

O crime aconteceu em julho de 2023. O profissional atuava no centro médico da Caixa Assistência dos Empregados do Baneb (Casseb), porém foi afastado dos atendimento do plano durante apuração do caso.

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Em nota, o MP-BA informou que a instituição pediu que o interrogatório seja feito pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Salvador e que aguarda a devolução dos inquéritos para análise das informações e adoção das medidas cabíveis.

A investigação começou com uma denúncia de assédio de uma das pacientes. Após ela, outras oito mulheres também afirmaram ser vítimas do profissional no passado.

O primeiro caso em apuração foi de uma administradora de 43 anos queria marcar uma consulta com um urologista, mas não conseguiu, e acabou indo ver o ginecologista, sob orientação de uma recepcionista. Foi a primeira vez dela com o profissional.

Ela diz que já tinha um laudo que constatava a infecção e precisava que um profissional passasse um medicamento. Durante a consulta, o ginecologista sugeriu um preventivo. "Eu não consigo dormir direito. Eu acordo lembrando disso. Eu me pego lembrando disso, quando eu vou para o banho, eu lembro disso. A roupa que eu usei naquele dia joguei fora", desabafou.

Além de ter os mamilos apertados por muito tempo, a administradora denunciou ainda que o médico não usou luvas, máscaras e retirou o lençol que cobria as pernas durante o preventivo. O ginecologista também teria feito movimentos no clitóris da paciente.

"Você se masturba? Ele me perguntou dessa forma e eu me calei. Aí insistiu, perguntou que tipo de aparelho eu usava para me masturbar e ainda chegou a falar assim: 'É... Você está muito tensa, muito nervosa, precisa relaxar'", relatou.

Em seguida, o profissional ainda teria levantado, e começado uma massagem nos ombros da paciente e perguntado qual era o signo dela.

Outros abusos do ginecologista

Uma outra mulher fez duas cirurgias de histerectomia e uma plástica vaginal com o médico, mas não teve problemas. Os abusos teriam começado durante as consultas de revisão. O homem teria dito para ela não se preocupar porque não tinha o que "esconder" após os procedimentos.

“Ele pediu que eu me despisse para poder fazer o curativo e disse que não era necessário usar o roupão. E eu disse para ele: ‘Mas por que não usar o roupão? Eu vou sair despida?”, relatou.

O ginecologista teria ainda feito exames que deixaram a vítima assustada. “Fez um toque anal, senti dor e perguntei o porquê de estar fazendo esse toque, desde quando a cirurgia foi histerectomia e abdômen. Ele disse que tinha que fazer o exame para que pudesse verificar se estava tudo normal".

Para a TV Bahia, a mulher relatou que saiu do consultório triste, envergonhada e com sentimento de que teve a privacidade invadida. Uma semana depois, voltou para outra revisão e o médico teria feito mais um pedido para que ela não usasse o roupão.

"Ele disse que era desnecessário. Mais uma vez, ele fez outro toque retal, mas quando ele fez novamente o toque retal eu questionei: ‘Doutor, de novo?’", relatou a mulher.

A vítima disse que o ginecologista justificou que estava verificando se "estava tudo normal". “Eu disse: ‘É, mas o senhor está me machucando e eu não estou gostando”.

Quando não voltou mais para as revisões, o médico teria entrado em contato com a mulher para saber o motivo e ela abriu o jogo. "E eu disse para ele: ‘Não volto para revisão porque o senhor não teve um comportamento correto comigo”.

Para completar, a ex-paciente afirmou ainda que conversou com o companheiro sobre a situação, e, para a surpresa dela, ele não acreditou no assédio. "Ele disse para mim que se aconteceu pela segunda vez é porque eu tinha dado liberdade pra isso”.

Uma outra vítima, que é corretora de imóveis e tem 41 anos, conta que o ginecologista a examinou sem luvas com a justificativa de que estava com uma "pequena alergia" ao material do item.

"O procedimento do toque nos seios foi bem mais delicado do que o normal. Mais no formato de carinho do que de toque, apalpar. Quando ele foi fazer o exame mesmo, fez perguntas como se eu fazia sexo anal, se me masturbava", afirmou.

A ex-paciente afirmou ainda que o médico alisou uma das pernas dela enquanto perguntava se ela estava tensa, e que, ao sair do consultório, registrou uma denúncia em uma urna, no Casseb, mas nunca recebeu resposta. A mulher disse que chegou a se identificar e colocar telefone para contato, mas não adiantou.

Ao assistir a reportagem na TV Bahia, na quarta-feira (19), ela reconheceu o médico, começou a chorar e procurou a emissora. "Quando falou o nome, comecei a chorar, me tremer. Doeu em mim e veio a sensação de que realmente aconteceu e passei por aquilo. Durante 10 anos isso me perturba", lembrou.

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