Uma operação policial resultou na morte de 12 homens no bairro de Fazenda Coutos, no subúrbio de Salvador, na terça-feira (4), último dia do Carnaval na capital baiana. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) está acompanhando as investigações, que estão sendo conduzidas pela Polícia Civil (PC).

A ação foi considerada "impostergável" pelo comandante da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho. Até a noite de quarta-feira (5), os corpos das vítimas estavam sendo reconhecidos no Instituto Médico Legal (IML) da cidade. Apenas dois corpos foram liberados, mas as identidades não foram divulgadas.
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Confira abaixo o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:
1. O que aconteceu?
O secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, informou ao g1 que a Polícia Militar (PM-BA) realizou um planejamento prévio antes de ocupar o bairro de Fazenda Coutos, após identificar a presença de homens fortemente armados na região.
Os suspeitos baleados estavam em uma área de mata e em duas casas no local, pontos estratégicos usados para atirar contra os policiais. Durante a operação, moradores foram retirados de suas casas ou mantidos como reféns, mas não há registros de feridos entre os civis durante os confrontos.
Após o fim do conflito, os militares transportaram os suspeitos atingidos para o Hospital do Subúrbio, onde as mortes foram confirmadas.
2. Quem são os homens mortos?
Apenas dois dos 12 mortos já tiveram os corpos liberados pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). Os nomes deles não foram divulgados.
3. O que foi apreendido com os suspeitos?
A SSP-BA informou que os agentes apreenderam 12 armas, como submetralhadoras, revólveres e pistolas, além de carregadores, balaclavas, rádios de telecomunicação, drogas e balanças de precisão.

4. O que diz a Secretaria de Segurança Pública?
Conforme o secretário Marcelo Werner, a cronologia exata dos acontecimentos ainda será esclarecida pela investigação, mas pelo menos dois tiroteios entre facções foram registrados antes da chegada dos policiais ao local.
O comandante da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho, informou que as forças de segurança foram acionadas após uma facção tentar assumir o controle do tráfico de drogas na região, causando terror entre os moradores. Desde a noite de segunda-feira (3), residentes da localidade Teotônio Vilela, que fica no bairro, denunciaram tiroteios entre grupos rivais.
Os criminosos invadiram casas para montar bases e chegaram a fazer moradores reféns. Quando os militares foram acionados para resolver a situação, foram recebidos a tiros pelo grupo criminoso invasor.
O Ministério Público da Bahia está acompanhando o caso e afirmou que tomará as "providências cabíveis dentro das suas atribuições constitucionais".
5. Como andam as investigações?
A delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, disse que duas testemunhas e parte dos policiais envolvidos na operação já prestaram depoimento. De acordo com ela, os militares "retratam com muita clareza como o evento aconteceu quando eles chegaram no local".
A perícia nos dois imóveis que abrigaram os suspeitos e a área de mata onde tentaram se esconder e atacar também já foi realizada. Ainda não prazo para que o inquérito seja concluído.
O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
6. As rotinas dos moradores foram afetadas?
O serviço de transporte público foi suspenso no bairro após o confronto. Segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), os ônibus circulam pela entrada de Fazenda Coutos, e seguem para Vista Alegre.

Redação iBahia
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