A Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-BA), órgão da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), notificou a loja Riachuelo do Shopping Boulevard, em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, após denúncia de discriminação feita por Karla Gurgel, mãe de uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A emissão da notificação aconteceu na última sexta-feira (17), mas a decisão só vou divulgada na manhã neste sábado (18).
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Em um vídeo publicado nas redes sociais, Karla Gurgel conta que foi fazer uma compra na loja, quando uma funcionária teria classificado o atendimento dela como uma "bomba".
A situação teria ocorrido na quinta-feira (16). Nas imagens, gravadas ainda na loja, Karla, que é de Alagoas, mas mora em Feira de Santana, mostra o documento da criança e protesta pela atitude da atendente.
"Meu filho não é bomba. Não gostei. Eu exijo respeito com os autistas, pessoas com deficiência, porque eu sou mãe e ninguém aqui está livre de ter um filho com deficiência. E eu não aceito, porque já é difícil a luta de uma mãe com uma criança que vem em um shopping para comprar uma roupa".
Após a repercussão da denúncia, o caso chegou à Associação de Mães e Pais de Autistas de Feira de Santana, que convocou as famílias da entidade para um protesto. O ato está marcado para acontecer no sábado (18), na porta da loja.
Posicionamento da loja
A Riachuelo demitiu a funcionária Jairta Lima por justa causa e informou que não concorda com a postura da funcionária. "Nós da Riachuelo lamentamos o ocorrido em nossa loja em Feira de Santana e pedimos desculpas. O comportamento da ex-colaboradora no atendimento não condiz com os valores defendidos e praticados por nós da Riahuelo", disse o comunicado.
Funcionária nega discriminação
A ex-atendente da Riachuelo gravou um vídeo para explicar o lado dela da situação. Na gravação, enviada para a TV Subaé, que é afiliada da TV Bahia, Jairta Lima diz que não teve a intenção de ser preconceituosa e que, em momento algum, teria distratado Karla Gurgel e o filho.
"Essa mãe sabe que a nenhum momento eu destratei ela, a nenhum momento eu destratei a criança. Ela sabe que em nenhum momento eu falei qualquer coisa com a criança ou com ela".
"Quando eu atendi essa cliente no meu caixa, eu atendi ela super bem com a criança, e, quando eu terminei de atender ela, eu falei: 'Porque você está trazendo essas bombas para mim?'".
Durante o relato, Jairta explicou como funcionava a meta. "Bomba lá na loja, quando a gente quer dizer, é cartão de terceiros, que não é cartão da loja. Aí, cartão terceiros derruba a meta que a gente bate na loja. Se você passa um terceiro, derruba a meta. Se você passa um Riachuelo, você aumenta", completou.
O que diz o shopping
"O Boulevard Shopping informa que acionou o lojista para providências e reafirma que este tipo de abordagem não condiz com as orientações de atendimento ao público e boas práticas adotadas pelo shopping".
