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'Só consigo lembrar do abraço', diz irmã de brasileira morta em Israel

Bruna Valeanu estava em rave, próximo da Faixa de Gaza, quando ataque do grupo Hamas foi iniciado; cerca de 260 pessoas morreram na festa

foto autor

Nathália Amorim

16/10/2023 às 10:56 - há XX semanas
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A irmã de Bruna Valeanu, morta em uma rave que acontecia próximo da Faixa de Gaza, em Israel, no dia do ataque do grupo Hamas ao país, relembrou os últimos momentos com a irmã. Ao Fantástico, Nathalia Valeanu contou que a mãe delas chegou a pedir para filha não ir para a festa, e que agora só consegue lembrar do último abraço entre as duas.


				
					'Só consigo lembrar do abraço', diz irmã de brasileira morta em Israel
'Só consigo lembrar do abraço', diz irmã de brasileira morta em Israel. Fotos: Reprodução/Fantástico e Reprodução/Redes Sociais

"Só consigo lembrar do último abraço que eu dei nela, que foi aqui na porta do metrô. Eu não podia imaginar que poderia ser a última vez. Ela desceu e falou: 'Tchau, Naque' - que era como ela me chamava. Eu falei: 'Tchau, meu amor. Eu te amo'. 'Eu também'. Eu nunca mais vou ver minha irmã, então eu não tenho revolta, sabe? Eu tenho tristeza. Se não parar, muitas pessoas vão continuar passando por isso", lamentou a irmã.

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Bruna Valeanu era carioca e morava em Israel há oito anos. Após o ataque à festa Universo Paralello, no dia 7 de outubro, ela se escondeu em uma área de mato. Ela chegou a mandar uma mensagem para amigas. Em outras imagens, feitas momentos antes dela ser assassinada, é possível vê-la deitada no chão e encolhida em um bunker com outros jovens.


				
					'Só consigo lembrar do abraço', diz irmã de brasileira morta em Israel
Imagens feitas momentos antes de Bruna Valeanu ser assassinada mostram ela deitada no chão e encolhida em um bunker. Foto: Reprodução/Fantástico

À reportagem, a irmã de Bruna contou que a mãe delas pediu para a filha não ir a festa, mas ela negou, com a justificativa de que já tinha pago o ingresso.

“Aí ela: você tem certeza? Não vai, não vai não. Aí ela disse: 'não, eu já comprei o ingresso'. Não era muito barato assim... Minha mãe: 'Eu te pago esse ingresso, eu te dou o dinheiro'. Ela: 'não é isso, eu vou na festa'", contou Nathalia.

A morte de Bruna foi confirmada cerca de três dias depois ao ataque, após o Exército israelense ir até a casa dela e informar que o corpo da jovem tinha sido encontrado.

O enterro de Bruna causou comoção em Israel. Após a família pedir, nas redes sociais, ajuda para garantir a despedir da forma como diz a religião judaica, que necessita de ao menos a presença de dez judeus adultos. Milhares de pessoas compareceram.

“Foi muito emocionante. Eu vi alguns vídeos e as pessoas se comoveram por ela não ter família lá. Então, fiquei sabendo que essa mensagem circulou e teve um trânsito de 2 km de pessoas; 10 mil pessoas foram lá e eu fiquei muito emocionada, assim, de ver como todo mundo se mobilizou, né? Para poder se despedir dela, homenagear ela”, diz Nathalia.

Outros dois brasileiros que estava no evento, Karla Stelzer e Ranani Glazer também morreram. Ao menos 260 pessoas que estava na rave estão entre os mais de 4 mil mortos desde o início dos conflitos no Oriente Médio.

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