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Falsidade ideológica

Suspeito de matar delegada usou CRM do pai em dois hospitais na Bahia

Hospital Português de Euclides da Cunha desligou o pai de suspeito de matar delegada após exercício ilegal da profissão; saiba detalhes

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Ilana Pêpe

13/08/2024 às 6:00 • Atualizada em 14/08/2024 às 15:25 - há XX semanas
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Tancredo Neves Feliciano de Arruda, homem suspeito de matar a delegada Patrícia Neves Jackes Aires, já atuou em outros dois hospitais da Bahia usando o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) do pai, além do Hospital Português de Euclides da Cunha.


				
					Suspeito de matar delegada usou CRM do pai em dois hospitais na Bahia
Suspeito de matar delegada usou CRM do pai em outros 2 hospitais na BA. ​Foto: Reprodução/Redes Sociais

A informação foi obtida com exclusividade pelo iBahia nesta terça-feira (13), mesmo dia em que Tancredo Neves Feliciano de Arruda, de 26 anos, foi levado para Complexo da Mata Escura, em Salvador.

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Além de ser investigado pela morte da delegada, o suspeito já foi indiciado pelos crimes de falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina, ambos previstos no Código Penal Brasileiro.

Veja abaixo mais trechos obtidos com exclusividade pelo iBahia, do relatório final da 1ª Delegacia Territorial de Euclides da Cunha, que mostra uma ocorrência de 15 de outubro de 2022, no Hospital Português de Euclides da Cunha. As identidades de terceiros que aparecem na ocorrência foram preservadas. Veja abaixo:


				
					Suspeito de matar delegada usou CRM do pai em dois hospitais na Bahia
Suspeito de matar delegada usou CRM do pai em outros 2 hospitais na BA. Arquivo Exclusivo iBahia

Suspeito de matar delegada teria trabalhado ilegalmente em outros dois hospitais na Bahia:

Um dos médicos interrogados no inquérito, explicou que trabalhou no Hospital Unidade Regional da Cidade de Conceição do Coité-BA, onde conheceu o médico A. F. de A. e o filho Tancredo Neves Feliciano de Arruda. Ele descreveu como a dupla agia.

“O Sr. Tancredo Neves atuava como álibi, deixando as condutas mais invasivas para o filho, o Sr. Tancredo Neves, que detêm um suposto diploma de medicina lavrado no Paraguai, sem indícios de validação no Brasil”.

O médico afirmou ainda que, "quando foi remanejado para o Hospital Municipal de Euclides da Cunha, deparou-se novamente com a dupla atendendo no local". Ele também ressaltou que "ambos faziam parte apenas de plantões esporádicos".

O iBahia tentou contato com as assessorias do Hospital Municipal de Euclides da Cunha e do Hospital Unidade Regional da Cidade de Conceição do Coité-BA, mas não conseguiu respostas até a última atualização da matéria.


				
					Suspeito de matar delegada usou CRM do pai em dois hospitais na Bahia
Suspeito de matar delegada usou CRM do pai em outros 2 hospitais na BA. Arquivo Exclusivo iBahia

Hospital Português de Euclides da Cunha desligou pai de Tancredo Neves; veja abaixo o posicionamento na íntegra

1. Tancredo Neves Feliciano de Arruda nunca integrou o corpo clínico da Instituição;

2. A Unidade nunca permitiu atendimento de médico não cadastrado em seu corpo clínico;

3. O médico A. F. de A. pai de Tancredo Neves Feliciano de Arruda, não integra o corpo clínico da Instituição; tendo sido desligado imediatamente, após a Unidade tomar conhecimento de que o referido profissional utilizava suas dependências para estágio irregular de seu filho, Tancredo Neves, sem consentimento;

4. A atuação médica na Instituição está condicionada a apresentação prévia de documentos cadastrais e devida aprovação pela Coordenação Médica;

5. A Instituição reitera o rigor no seguimento das melhores práticas de assistência ao paciente, visando garantir segurança e qualidade a todos que procuram a Instituição.

Cremeb se posiciona sobre pai de Tancredo Neves Feliciano de Arruda

No Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), não há expediente sobre o médico A. F. de A. pai de Tancredo Neves Feliciano de Arruda. Quando solicitadas informações cadastrais pela Polícia Civil (PC), em 2022, o Cremeb atendeu a solicitação enviando as informações.

É importante ressaltar que ambos foram indiciados pela PC, em inquérito remetido ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Procurado pelo iBahia, o órgão não deu retorno até a última atualização deste texto. No entanto, um documento exclusivo que o iBahia teve acesso mostra que o MP-BA não os encontrou para interrogatório.

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