Os suspeitos de agredir um torcedor do Vitória no bairro da Graça, em Salvador, foram liberados pela polícia após prestar depoimento, na tarde desta terça-feira (24).
A dupla que aparece em um vídeo de câmera de segurança e outro homem se apresentaram por volta das 12h na Delegacia da Barrra, onde o crime é investigado, e saíram cerca de duas horas depois.
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De acordo com a polícia, os homens, que são torcedores do Bahia, confessaram as agressões e alegaram que teriam confundido a vítima com um desafeto, que havia batido neles antes.
Segundo o advogado Otto Lopes, que defende os suspeitos, a situação teria ocorrido após um jogo do Bahia, também no bairro da Graça. A abordagem à vítima seria uma reação ao caso.
A defesa alega ainda que o torcedor do Vitória teria agredido os clientes primeiro, na confusão ocorrida no último sábado (21), levando ao revide. A situação teria acontecido quando eles ainda estavam dentro do prédio, fora do alcance da câmera.
Em nota, a Polícia Civil informou que outras testemunhas serão ouvidas e laudos periciais vão complementar as apurações.
Versão da vítima
Aversão da vítima desmente a que os suspeitos deram. O homem, que tem 44 anos e prefere não se identificar, diz que nunca viu os homens antes e que eles teriam iniciado as agressões.
A vítima chegava no prédio onde mora quando foi abordado pelos suspeitos. Ele estava com uma camiseta dos Imbatíveis, torcida organizada do Vitória, que é considerado rival do Bahia.
Câmeras de segurança flagraram o momento da agressão. Nas imagens, é possível ver que a vítima estava com outras duas pessoas (irmão e cunhada), e a suspeita é de que eles tenham sido seguidos. Assista abaixo:
Depois que o grupo entra no prédio, um homem vestido com a camisa do Bahia se aproxima e invade o imóvel, puxando a vítima para fora do local. As agressões começam logo em seguida, com a ajuda de um outro suspeito, que estava de camisa branca.
O vídeo mostra ainda que a vítima tenta se safar do ataque, mas não consegue e acaba caindo. O homem recebeu chutes, socos e tapas em várias partes do corpo.
O irmão do torcedor tentou ajudar e partiu para cima dos suspeitos, mas as agressões só acabam quando os homens conseguem levar a camisa da vítima.
Trauma
Em entrevista à TV Bahia, a vítima contou que chegou a receber três chutes na cabeça e afirma que não conhece os agressores.
"Eu recebi três chutes na cabeça. Eu poderia não estar falando com vocês agora. Um dos chutes, inclusive, me deixou um pouco grogue e permitiu que eles me arrastassem pelo asfalto", contou.
Ainda segundo o torcedor rubro-negro, apesar das imagens só mostrarem as agressões do lado de fora do prédio, o ataque teria começado ainda dentro do imóvel.
"Eu acordei, escolhi a primeira camiseta para sair. É uma camiseta muito bonita, tem vários brasões do Vitória. Eu acabei sendo abordado dentro do meu prédio, eu pensei que fosse um vizinho. Ele puxou minha camisa por trás e eu cambaleei na escada. Eu olhei pra trás e achei que fosse o vizinho. Ele fez assim 'Bamor'. Ele puxou mais e falou 'Bamor, Bamor' e o outro também, aí eu percebi que era esse caso de briga de torcida", contou.
A vítima detalhou o trauma após as agressões. "Eu estou me sentindo impotente. Foi covardia. Vieram dois contra mim, não sei que modo operandus é esse que eles fazem. A sensação é de impunidade, covardia, insegurança", afirmou.
"Quero deixar claro que eu não tenho nada contra torcida organizada nenhuma, nem a torcida do Bahia", disse.
Times e torcidas se pronunciaram
Em nota, o Vitória repudiou a ação e afirmou que o time não representa a torcida organizada dos Imbatíveis, além de reiterar que esse é um caso de polícia. O Bahia também se pronunciou e afirmou que "lamenta o ocorrido e repudia qualquer ato de violência".
A torcidas organizadas também se pronunciaram. A Imbatíveis, do Vitória, repudiou o ato de violência e afirma que a "TUI reitera o compromisso com a paz e deseja que os órgãos de seguranças através das imagens, identifiquem e punam os agressores para que sirva de exemplo com os demais". Já a Bamor diz que os dois agressores não fazem parte da torcida organizada e condenou a ação.
Alan Oliveira
Alan Oliveira
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