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SALVADOR

Após morte de Ace, bandidos disputam a sucessão em Saramandaia

O corpo do traficante foi sepultado, às 16h, no cemitério Quinta dos Lázaros. Em torno de 150 pessoas, incluindo o pai, a mãe e o irmão, compareceram ao enterro

• 10/03/2012 às 9:09 • Atualizada em 27/08/2022 às 7:09 - há XX semanas

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Com a morte de Wallace de Oliveira Santos, o Ace, 22 anos, e a prisão do seu braço direito, Emerson Santos, o Leno, 20, o governo do tráfico em Saramandaia, localidade de Pernambués, deve ganhar novos contornos, segundo a polícia. O corpo do traficante foi sepultado, às 16h, no cemitério Quinta dos Lázaros. Em torno de 150 pessoas, incluindo o pai, a mãe e o irmão, compareceram ao enterro. Por um lado, os interesses do poderoso chefão Cosme da Paixão Lisboa, o Coe, 26, preso desde janeiro de 2010, devem ser representados por um traficante conhecido apenas como Fiapo. Na outra ponta da disputa, porém, rivais conhecidos como Ronaldo e Pita, “donos” de um território compreendido entre as ruas das Flores e Minas Gerais também podem, de acordo com a polícia, entrar na briga pelo comando geral.Fonte ligada à Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que esse criminoso já atuava ao lado de Wallace, mas seu nome não circulava no jogo do poder. “Ninguém falava em Fiapo, que dividia o comando com Wallace, porque ele não matava”, comenta a fonte. Na escala hierárquica do tráfico de drogas, o sucessor natural do ditador Wallace, que atuava como uma espécie de ministro de Coe, seria Leno. “Com a morte de um e a prisão do outro, Fiapo é o nome mais cotado para a sucessão. A boca não fica desguarnecida”, ressalta a fonte.
Execução A morte de Ace é investigada pela delegada Clelba Regina, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O “presidente de Saramandaia”, como chegou a ser denominado por moradores, foi encontrado morto, anteontem, na rua Paraíso, em Mata Escura, perto do Complexo Penitenciário. O corpo dele foi sepultado ontem à tarde, no cemitério Quintas dos Lázaros.Antes de morrer, Ace conseguiu fugir de um cerco policial durante a Operação Saramandaia, deflagrada cinco dias após o CORREIO denunciar a atuação do criminoso na comunidade. A operação tinha como objetivo cumprir cinco mandados de prisão.Segundo o delgado Guilherme Machado, titular da 11ª Delegacia (Tancredo Neves), Wallace estava refugiado naquela região e pode ter sido executado por uma facção rival. “Ninguém gosta de um traficante tão procurado na sua área. Pode ter sido uma retaliação por estar em território que não o pertencia”.A fonte da SSP, porém, ressalta outra hipótese: “O serviço de inteligência recebeu a informação de que Coe mandou matar Wallace. Ele desafiou a cadeia e Coe não estava gostando da administração”.De acordo com essa fonte, Wallace não teria sido morto por rivais da Mata Escura. “Ele tinha rivais em Saramandaia. O fato do corpo ter sido encontrado lá não garante que facções locais tenham executado. O corpo dele foi desovado lá”, assegura. A Ace, a polícia atribui pelo menos dez homicídios. O último contra o comerciante Luis Carlos Ribeiro, 33, em fevereiro. Segundo testemunhas, ele e seis comparsas invadiram a mercearia e o mataram com mais de 30 tiros. Luis Carlos pode ter sido morto porque vendeu recarga para celular para um integrante de uma quadrilha rival. Assistência A distribuição de cestas básicas, botijões de gás e outros tipos de assistência fizeram Coe ganhar a confiança da comunidade. “Coe é assistencialista e não gosta que mate, a não ser que roubem na área. Ele é querido pelos moradores, que já pensaram em fazer abaixo-assinado para que o criminoso deixasse a cadeia”, diz a fonte da SSP. Apesar da lei do silêncio imposta por Wallace, há quem afirme desejar o retorno de Coe. “Sem ele aqui, Saramandaia pega fogo”, lamenta um morador, sem se identificar.

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