Área de telemarketing tem 425 vagas para a capital baiana

A semana está promissora para quem mora em Salvador e tem interesse pelo trabalho na área de telemarketing, graças à abertura de processos seletivos para quatro grandes empresas do setor. No momento, pelo menos 425 oportunidades para operador de telemarketing estão em aberto nos bancos de vagas do Simm e do Sinebahia, com salário base de um mínimo (R$ 545) e carga horária reduzida e flexível, o que facilita a vida de quem precisa conciliar o trabalho com outras atividades. Em muitos casos, o candidato não precisa ter experiência na área. Basta ter concluído o ensino médio. Nos primeiros seis meses do ano, somente pelo Simm foram 2,5 mil contratações em telemarketing. Apesar da oferta e dos pré-requisitos relativamente simples, muitas vezes as vagas passam várias semanas sem serem ocupadas. O índice de aproveitamento dos profissionais na hora da seleção é muito baixo: apenas 20 em cada 100 que se candidatam são aprovados, segundo o Sinebahia. “Tem gente que pensa que por não exigir experiência não é exigida competência. O empregador quer contratar o mais habilitado. Não é fácil ingressar nessa área”, avisa Moisés Frutuoso, gerente do Sinebahia. Ele conta que o processo seletivo para operador de telemarketing é extenso, composto por três etapas que não são moleza. “Primeiro vem um teste de fluência verbal de dicção. Muitos são eliminados nessa fase, e os que conseguem passar fazem uma prova de português, conhecimentos gerais e informática. Se for para atuar em instituição financeira ainda tem matemática e raciocínio lógico. Por último, participam de uma dinâmica de grupo”. No começo deste ano, o estudante de Administração Márcio Lopes, 22 anos, achou que seria fácil conquistar uma das vagas em um call center em Salvador. “Passei por todas as etapas. Achei que ficaria, mas na dinâmica de grupo me enrolei todo e não tive um bom desempenho”, lamenta. Com a experiência, ele procurou ler sobre dinâmicas de grupo e acredita que está preparado para outra seleção. “Tomara que eu consiga, porque pelo menos posso continuar minha faculdade ganhando meu dinheiro”, diz. Reprovação - Segundo Hildenízia Chagas, gerente do Simm, muitos candidatos são reprovados por falar e escrever errado, o que prejudica o desempenho. “No telemarketing, não há contato visual entre o operador e o cliente, então quem está atendendo deve ter dicção e fluência verbal muito boas”, comenta. Foi justamente para melhorar o desempenho dos candidatos que o Simm desenvolveu oficinas gratuitas com temas variados. “Depois que os candidatos passam pelas oficinas, nós percebemos que eles melhoram significativamente. No mês passado, por exemplo, tínhamos 1,4 mil vagas e conseguimos preencher 230 delas em uma semana. O resultado foi melhor do que esperávamos”, festeja. Na opinião de Hildenízia, o candidato que se esforçar pode conquistar o seu lugar ao sol. Ela recomenda que eles invistam na leitura de livros, revistas, jornais e mantenham-se atualizados, participando de cursos, palestras e oficinas. “Quem não pode pagar pelos cursos pelo menos deve aproveitar o que está à mão, como as oficinas do Simm. Mesmo quem está há muito tempo sem estudar deve procurar se atualizar, usar a internet e a televisão para isso e não apenas para bater papo ou ver novelas”, aconselha. Atividade é pouco valorizada - Muita gente torce o nariz para o trabalho de telemarketing. Na opinião de Hildenízia Chagas, do Simm, isso é fruto do preconceito. “Ninguém pensa em como esse profissional é importante, o que é uma injustiça. Muitas áreas não sobrevivem sem o operador de telemarketing, peça fundamental para a relação da empresa com os clientes. Com quem é que você fala se for assaltado e levarem seu cartão de crédito, se você quer fazer uma reclamação ou se quiser registrar a falta de energia na sua casa? É com o operador de telemarketing”, destaca. Já Moisés Frutuoso, do Sinebahia, ressalta que uma experiência na área é enriquecedora, pois vai ser útil em outras profissões. “O profissional desenvolve habilidades que ele pode usar em qualquer área da sua vida”. Melhore seu desempenho na entrevista: - Leia jornais e revistas em voz alta e pausadamente para treinar a dicção. Resuma notícias, para desenvolver sua capacidade de síntese; - Peça que um amigo o ajude a fazer um ditado com palavras do texto lido; - Fique atento às notícias da televisão, rádio e internet. A boa comunicação também envolve conhecimento; - Treine em frente ao espelho, como se estivesse prestando informações ao telefone. Peça a um amigo para anotar suas falhas; - Se precisar ler algo em voz alta, respire fundo e, se possível, evite ser o primeiro. Isso dará tempo para você ler em silêncio e falar com naturalidade; - Fale de forma pausada e não interrompa o selecionador. Evite o uso de gírias. Fonte: Luciana Caetano, psicóloga da Duo RH