As obras do metrô já mudaram completamente o canteiro central da Avenida Paralela e agora já influenciam também na vida dos motoristas que trafegam pela via. Obras complementares prometem mudar ainda mais as características da avenida: saem os retornos em nível e entram novos viadutos. A previsão é de que, até o final do ano, quando o metrô deve chegar a Mussurunga, a Paralela ganhe dois novos retornos elevados. No primeiro semestre de 2017, outro viaduto na avenida Caribé deve facilitar a fluidez do tráfego ligado a avenida Paralela e ao bairro de Stella Maris.
Os viadutos fazem parte do programa de mobilidade do governo do estado. Na Paralela, haverá tanto os viadutos executados pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado (Conder) quanto pelo CCR Metrô Bahia. "Pelo metrô são três viadutos, um no sentido do Aeroporto para o Centro voltando para o Aeroporto que fica nas imediações da Ferreira Costa, um outro nas imediações da FTC e Shopping Paralela logo após o Alphaville e um último na saída de Stella Maris, naquela região da Orla, já na Avenida Caribé, para quem hoje usa um retorno ele passará por um viaduto para voltar para o centro de Salvador", afirma o presidente da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), Eduardo Copello. Os três equipamentos estão em fase de conclusão dos projetos, segundo o gestor. Copello listou que entre as obras da Conder estão os dois viadutos do Imbuí e da Narandiba, já concluídos, e em execução o viaduto da Avenida Orlando Gomes que terá ligação com a nova Avenida 29 de março, próximo ao Bairro da Paz, e outro viaduto com ligação com a avenida Pinto de Aguiar, próximo da avenida Gal Costa, que será feita através de um túnel. Retornos O retorno que fica nas imediações do Extra, no sentido aeroporto, foi fechado por causa das obras há algumas semanas. Agora, para retornar, é preciso usar os viadutos localizados no Imbuí. Para o aposentado Rui Calmon, 53, a mudança foi positiva. “O trânsito está fluindo melhor. Eu sempre pego o viaduto e acho que é mais fácil de atravessar do que usar o retorno”, explicou. Diariamente ele usa o viaduto para ir a Orla, onde faz caminhadas. “As pessoas ficavam atravessando a via para pegar o retorno, aí é que engarrafa mesmo”, completa. Morador do condomínio Amazonia, o aposentado Everaldo Cosme Pereira, 64, diz que usar os viadutos ou ir até o CAB na maior parte das vezes é a melhor opção. “Eu usava o retorno, mas hoje é mais fácil ir no CAB retornar do que enfrentar o engarrafamento. Eu acho que fica mais tranquilo sem o retorno ali e as pessoas têm outras alternativas para usar”, disse. Por meio de sua assessoria, a Transalvador informou que o retorno já tinha perdido a sua funcionalidade após o viaduto de Narandiba ser construído. Ainda segundo o órgão, o retorno vai continuar fechado mesmo após a conclusão das obras do metrô. Além desse, a avenida conta com 9 retornos em toda sua extensão. Ainda não há previsão de quando outros retornos devem ser fechados na região. Por meio de sua assessoria, a CCR Metrô Bahia informou que três novos retornos serão implantados: na altura da Ferreira Costa, no sentido Aeroporto – Centro, na região de Tamburugy (depois do Le Parc e Alphaville), no sentido Centro –Aeroporto e na região do acesso à Stella Maris, no sentido Stella Maris – Centro. Ainda segundo a CCR, após as mudanças, os retornos deverão ser feitos pela faixa da direita ou pela via marginal, “tornando a avenida mais segura aos usuários, melhorando significativamente a fluidez do tráfego”, afirmou em nota. Segundo Coppello, nenhum retorno de nível será fechado antes que haja um viaduto pronto nas proximidades. Via Expressa Com as mudanças, a avenida retoma suas características para as quais serem projetadas: a de uma avenida expressa. “Essa avenida, no momento que concluirmos todas as obras, retirar todos os retornos, implantar os retornos em viadutos e retirar todos os semáforos as faixas centrais da paralela será expressa, não faz sentido nenhum os veículos desacelerarem para entrar em um posto de gasolina, parar para estacionar no canteiro ou fazer um retorno saindo em baixa velocidade na faixa da esquerda onde os veículos passam em maior velocidade, não tem sentido nenhum. Rotina As obras compõem a linha 2 do metrô, que terá 13 estações: Acesso Norte, Detran, Rodoviária, Pernambués, Imbuí, CAB, Pituaçu, Flamboyant, Tamburugy, Bairro da Paz, Mussurunga, Aeroporto e Lauro de Freitas. Nesta terla-feira (8), a CCR Metrô Bahia divulgou que 22% das obras estão concluídas. A rotina da avenida mudou nos últimos meses. O cenário é de guindastes, operários e estruturas em fase de montagem no canteiro central. Em toda sua extensão, placas de sinalização indicam a possibilidade de saída e entrada de caminhões a qualquer momento. Em alguns trechos, algumas máquinas acabam ocupando parte da via, mas com o auxílio de agentes da Transalvador. Mesmo com os transtornos, o aposentado Everaldo Pereira acredita que valerá a pena esperar pelo novo modal e já planeja aposentar o carro, quando o metrô estiver em funcionamento. “Em prol do metrô vale a pena, até porque a gente vai evoluir com o metrô, mas já somos atrasados em 30 anos”, afirma. O taxista Antônio Nascimento reclama das alterações. “É o retorno que fecha, são as máquinas na pista, tudo engarrafa. Aqui já é engarrafado sempre, mas tem ficado pior”, conta. Já o taxista José Oliveira é mais otimista e espera que, com o fim das obras, os congestionamentos diminuam. “Pelo menos eu acho que uns 50% de carros devem diminuir e as pessoas devem usar menos os ônibus também. Espero que melhore mesmo”, disse.
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