Apesar das estratégias de fisgar as vítimas por meio de vírus maliciosos e fraudes utilizando aplicativos de mensagem, existem também os falsos sequestros. Apesar de antiga, a prática delituosa ainda é comum. Foi o que aconteceu com a lavradora Gisélia Santos, de 46 anos, moradora do município de São Felipe. Ela recebeu a ligação de bandidos informando que haviam sequestrado a filha dela, que estuda em Salvador.
“Era uma ligação de um número desconhecido. Ao atender, ouvi uma menina gritando, chorando e pedindo socorro. Ela falava: 'mãe, eles me pegaram aqui, estão apontando uma arma para minha cabeça'”, conta. Assustada, ela falou o nome da filha, o que deu mais munição para a ação dos criminosos, que pediram o pagamento de R$ 3 mil para o resgate. Ela chegou a informar que não tinha toda a quantia, mas a pessoa do outro lado da linha passou o número da conta e pediu que ela fizesse o depósito do dinheiro que tinha disponível.
Após o episódio, o mesmo número voltou a fazer ligações para a lavradora, mas ela passou a recusar as chamadas. “Recentemente, recebi uma ligação com as mesmas características: número desconhecido, uma menina gritando e pedindo socorro... mas nem esperei. Desliguei o telefone e liguei para a minha filha”, lembra.
Consumado
Quem não teve a mesma sorte de descobrir o crime antes de tomar o prejuízo foi a aposentada Maria da Conceição, de 71 anos. Há seis anos ela também recebeu uma ligação de um suposto sequestro. A vítima em questão seria a irmã dela. “Uma mulher me ligou se passando por minha irmã e dizendo que havia sido sequestrada. Um homem tomou o telefone e pediu para que eu colocasse crédito em dois celulares”, lembra.
Como não conseguiu falar com a irmã e os familiares, a aposentada acabou colocando R$ 500 em cada linha telefônica dos bandidos. Só depois de conseguir contato com os familiares e saber que a irmã estava visitando o ex-marido em um hospital ela percebeu que havia caído no golpe. “Eles deram 15 minutos para colocar o crédito e faziam ameaças a todo o momento. A voz da mulher parecia muito com a da minha irmã”, conta. Conceição lembra que na época o prejuízo foi grande, já que o dinheiro perdido seria utilizado para custear os tratamentos de radioterapia do marido. Ela conta que após o golpe não procurou a polícia pois teve medo de represália dos criminosos. De acordo com especialistas, em momentos como esse, o importante é tentar manter a calma, confirmar se o caso de sequestro é verdadeiro e entrar em contato com a polícia.
Na maioria dos casos, a estratégia dos criminosos é agredir psicologicamente a pessoa com frases fortes e proferir ameaças ao suposto refém, além de manter a vítima ao telefone, impedindo-a de desligar. “No momento de pressão eu não pensei duas vezes em fazer o que eles queriam”, lembra Maria da Conceição.
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Redação iBahia
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