Para o prefeito João Henrique, “é um verdadeiro Big Brother coletivo”. E foi o que pareceu quando, durante o anúncio de novidades no decreto da Carga e Descarga, um caminhão foi flagrado no Comércio por uma das 46 câmeras de monitoramento. Exatos três minutos depois, um carro da Transalvador chegou ao local para aplicar a multa. Agora, quem descumprir os horários de carga e descarga pode ser multado pelos agentes ou pelo registro das câmeras. Além disso, João Henrique determinou o aumento em 200% dos valores da diária do pátio da Transalvador para os veículos que forem apreendidos nessa situação. Os donos de veículos de um eixo pagam R$ 375. Aqueles com dois eixos pagam R$ 450 e os de três eixos, R$ 600 por dia. De acordo com o prefeito, a multa pela carga e descarga em local indevido é de R$ 53, valor que não pode ser alterado por se tratar de uma determinação do código de trânsito. “Mexemos na ferida e onde temos autonomia”, completou. A intenção é que, até o final de 2012, 400 câmeras estejam ativas na cidade, sob os cuidados da Companhia de Governança Eletrônica do Salvador (Cogel). O decreto permite a carga e descarga somente das 21h às 6h durante os dias de semana, da 0h às 6h nos sábados e das 14h às 8h entre os sábados e domingos. Os donos de estabelecimentos reclamam da medida, por terem que manter funcionários à noite, além de apontarem a falta de segurança como outro problema. “Isso aumenta a vulnerabilidade da carga”, afirmou Jeferson Cerqueira, proprietário de um bar na Calçada. Segundo Vinícius Teixeira, executivo da Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado da Bahia (Asdab), a entidade vai recorrer da medida. Ele afirmou, entretanto, que se veículos com até 5,5 metros de comprimento puderem operar durante o dia, pode haver diálogo.
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