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SALVADOR

Carro com moderação: especialistas sugerem a restrição ao uso do automóvel

Mesmo sem metrô e com transporte público precário, é possível deixar o carro na garagem, especialmente nas menores distâncias

• 29/07/2011 às 9:13 • Atualizada em 29/08/2022 às 16:19 - há XX semanas

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Já houve um tempo em que o automóvel era conhecido como carro de passeio. O cidadão podia até ter seu próprio veículo, mas também fazia uso do transporte público e não apelava para o carro, simplesmente, para ir à padaria, cena comum hoje nas grandes cidades.Especialistas consultados pelo CORREIO admitem que sem transporte público eficaz se torna mais complicado deixar o carro na garagem. Mas, para eles, é possível reduzir o fluxo de veículos nas vias, especialmente para pequenas distâncias. “Cerca de 25% das pessoas trabalham a menos de 2,5 quilômetros de casa e 70%, a menos de cinco quilômetros”, diz Lincoln Paiva, presidente da entidade Green Mobility. Mobilidade Urbana será debatido no Agenda Bahia, na quinta-feira. Cada motorista pode fazer a sua parte. Ir a pé a lugares próximos de casa, como academia de ginástica, farmácia ou supermercado, ajuda a desafogar o trânsito. Combinar carona com o colega de trabalho ou da faculdade também elimina um veículo a mais nas ruas. Chefe do Setor de Ciência e Tecnologia em Meio Ambiente da Secretaria do Meio Ambiente de Salvador (SMA), o arquiteto e urbanista Carlos Alberto Querino não tem carro. Usa geralmente ônibus para transitar por Salvador. Táxi só quando há perigo devido ao horário ou região. Restrições Defensor da redução de veículos nas ruas, Querino, no entanto, admite que há dificuldade em viver sem carro em uma cidade como Salvador. Ele defende, como Paiva, melhor infraestrutura tanto para transporte público quanto urbanística para estimular o uso com moderação do carro. “Ainda não há um investimento em transporte público adequado. Tem que existir o gerenciamento da mobilidade e de projetos que entendam e atendam como as pessoas estão se deslocando”, enfatiza Paiva. Ele cita o exemplo de Curitiba, no Paraná, que começou seu projeto de mobilidade urbana na década de 70, mas hoje é a cidade mais motorizada do Brasil. Para o especialista, o erro de Curitiba foi investir em um único meio de transporte, o Bus Rapid Transit (BRT), não dando para a população a possibilidade de integrar um modal com outro, expandindo o sistema com VLTs, trens e metrôs, por exemplo. Para o especialista, a partir do momento em que o transporte público for de alta qualidade, as pessoas vão perceber que abrir mão do carro vai melhorar a qualidade de vida delas. Outros investimentos também precisam ser feitos. “Ter boas calçadas é fundamental. O que acontece hoje é que muitos carros acabam estacionando nas calçadas e o pedestre tem que passar pelo meio da rua”, reforça Paiva.
FISCALIZAÇÃOPara Querino, só a fiscalização pode resolver esta questão, além da necessidade de se usar tecnologias nos passeios para melhorar a vida do pedestre, como sistema antiderrapante, acesso para os cadeirantes, etc. “A calçada tem que ser vista como o santuário do pedestre”, diz Querino.Projetos de mobilidade urbana, como o da avenida Paralela, também ajudariam a retirar os carros do trânsito. Para o professor do Departamento de Transporte da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Elmo Felzemburg, o Metrô incentivará o usuário a deixar o carro na garagem. “Só com o transporte de massa rápido, confortável e seguro se conseguirá atrair o usuário do automóvel”, diz.Uma vez que a população possa abrir mão do carro, o próprio bolso também sairá ganhando. A Pesquisa de Orçamento Familiar, do IBGE, no período de 2003 a 2009, feita pelo Instituto Data Popular, aponta que a nova classe C já paga até 70% a mais em prestações mensais para financiar a compra de seu carro. O valor das parcelas de veículos adquiridos por famílias com renda de três a dez salários mínimos passou de R$ 285 mensais em 2003 para R$ 484 ao mês em 2009, fora as despesas com combustível, IPVA, seguro, estacionamento, manutenção... Então vale repensar: será que não é o caso de usar o carro com mais moderação? CONFIRA A PROGRAMAÇÃO do Agenda BahiaO Agenda Bahia terá quatro seminários em agosto e setembro deste ano. O primeiro irá debater o tema Infraestrutura, com foco em Portos e Mobilidade Urbana, no próximo dia 4. O evento, que reunirá executivos e especialistas renomados do Brasil e da Colômbia, será realizado no auditório da Fieb, no Stiep, na Rua Edístio Pondé, nº 342. A seguir a programação: Manhã: Abertura do evento Governador Jaques Wagner Portos e Mobilidade Urbana José de Freitas Mascarenhas, presidente da Fieb Choque de Realidade: Comparação da Operação de Portos Eficazes do País Marcio Pochman, presidente do Ipea Escoamento da Produção: Viabilidade na Bahia Marcello Spinelli, presidente da FCA e diretor de Logística da Vale Debate: Como Melhorar a Logística no Estado Com os palestrantes da manhã Tarde: Mobilidade Urbana: Transporte Público, Modelo a Ser Seguido por Salvador Fernando Paes, presidente da Transmilênio e vice-presidente da UITP Impacto da Mobilidade Urbana na Economia Baiana: Perda de Competitividade Ronaldo Balassiano, professor e consultor da Coppe/UFRJ Debate: Soluções de Mobilidade Urbana para a RMS e seu Impacto Positivo no Estado
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