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Equipe reunida para iniciar o Desafio |
Já pensou quanto tempo você perde no trânsito de Salvador em diferentes meios de locomoção? Para responder essa pergunta frequente no cotidiano do soteropolitano, o iBahia realizou, às 18h da última sexta-feira (14), o Desafio da Mobilidade. Cinco colaboradores do Portal saíram da sede da Rede Bahia, na Federação, com destino ao Iguatemi, em moto, carro, bicicleta, ônibus e até um corredor.
Veja também: Velocidade está entre as principais causas de mortes de jovens no trânsito Obras e projetos prometem melhorar a mobilidade urbana em SalvadorÉ uma ilusão pensar que um dia Salvador deixará de ser engarrafada, diz especialista Salvador tem uma das menores médias de automóveis por pessoa entre as capitais Salvador tem um ônibus para cada 333 moradores O desafio não foi para ver quem chegava primeiro, mas para mostrar as dificuldades e as várias opções que o soteropolitano pode ter na volta para casa. A sexta-feira foi bem atípica. O engarrafamento não era dos piores, mas serviu para comparar as cinco diferentes maneiras de como chegar a um destino final.
Ranking do Desafio Mobilidade iBahia |
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O primeiro a completar o percurso de 8,8Km, não foi muito surpreendente. A moto conseguiu driblar o congestionamento e chegou ao destino em apenas 12 minutos, seguido da bicicleta, que chegou ao ponto de encontro em 24 minutos, mesmo não tendo ciclovias e/ou ciclofaixas no trajeto. Mas a maior surpresa ficou com o terceiro colocado. Kim Freitas, que correu todo o trajeto, conseguiu chegar cinco minutos antes do carro, com o tempo total de 54 minutos. A vegetação alta, calçadas irregulares e falta de iluminação foram os pontos mais negativos da corrida, mas o estímulo dos motoristas deram um gás especial ao corredor. Camila Queiroz e Carolina Andrade, as representantes femininas deste Desafio, contaram com o conforto do carro, mas chegaram atrás de um homem correndo e só tiveram um minuto de diferença para o ônibus. Completaram o percurso em 58 minutos, mas ter que pisar na embreagem diversas vezes e por muito tempo deixou o pé da motorista doendo no final do trajeto. Mas o que mais chamou atenção da dupla foi a quantidade de ciclistas que encontraram no caminho, o que mostrou que, aos poucos, os soteropolitanos estão apostando neste meio de transporte mais barato e sustentável. As dificuldades enfrentadas foram as mais variadas, Henrique Brinco, utilizou o ônibus e foi o último a chegar no destino final. Além de ir andando até o ponto, ele esperou cerca de 10 minutos pelo coletivo e encarou metade do percurso em pé. Último a concluir o Desafio Mobilidade iBahia, chegou ao ponto de encontro em 59 minutos.
Assista ao vídeo com os melhores momentos do Desafio Mobilidade iBahia [youtube smqidJp3R54]
Saiba o que os desafiantes acharam do Desafio Mobilidade iBahia | "Pude dar adeus ao tempo perdido no trânsito" |
"Participar desta ação do iBahia me fez lembrar o motivo pelo qual havia vendido meu carro há 6 anos atrás: poder estar em qualquer lugar desta cidade em 15 minutos e dar adeus ao tempo perdido no trânsito. Confesso que estava tão acostumado a esta realidade que havia me esquecido da qualidade de vida quando optei por andar de moto por Salvador. Ao me ver chegando com 12 minutos no Iguatemi e quase 1 hora depois me encontrando com os colegas que estavam de carro e de ônibus, voltei a valorizar minha escolha por este meio de transporte. Sempre afirmo que ser um motociclista em Salvador é dirigir por você e pelos outros. Também é ter uma visão mais clara do caótico transito de Salvador, bem como das loucuras que muitos motoristas daqui fazem no trânsito (deixar de sinalizar uma virada à esquerda ou à direita, bem como “cruzar” constantemente de pista, são as mais comuns). Por isso, qualquer projeto que vise melhorar a mobilidade no trânsito de Salvador tem que passar necessariamente por um programa de educação no trânsito para ter ciência de que suas ações nas ruas refletem significativamente em cada um de nós."
| "Não há ciclovias ou ciclofaixas no percurso" |
"Para muitos, andar de bicicleta em Salvador é uma aventura e até loucura. Não é bem assim. Nas primeiras experiências o risco vai existir mas, da mesma forma de quando se aprende a dirigir carro, dá medo ir pra rua. No começo de bike também dá medo. Porém, com o tempo, você passa a entender mais o comportamento dos motoristas e como funciona tudo em sua volta. Nunca tinha feito esse percurso da Federação até o Iguatemi proposto no Desafio do iBahia. Há trechos mais tranquilos e outros bem complicados. Como não há ciclovias ou ciclofaixas, o percurso é praticamente todo feito pela rua. Segui pelo canto direito na maioria do tempo, inclusive ganhando parabéns de motoristas no caminho. Importante ressaltar que, com infelizes exceções, cada vez sinto mais os motoristas respeitando os ciclistas. No desafio, a pior parte foi ao se aproximar de onde funcionava o Colégio Teresa de Lisieux. Dali em diante o trânsito complicou, quase não se movia. Muitos carros e todo mundo disputando os mínimos espaços, carros atravessados e quase não dava pra passar mesmo de bike. A solução foi andar entre os carros, no meio da pista, mas com o tráfego travado isso também não gerou grandes problemas. A chegada não foi nenhuma surpresa. Sem precisar correr muito, bicicleta é, sem dúvida, uma ótima opção para encarar o dia dia de engarrafamentos e é muito mais tranquilo do que se pensa."
| "Me arrepiei quando vi aquele mar de carro na AV. ACM" |
"Para mim foi um verdadeiro desafio. Apesar de já correr, não sou nenhum atleta. Já percorri trajetos até maiores, mas este percurso foi diferente, nunca tinha corrido. Correr foi bem bacana e emocionante: recebi o apoio de pessoas nos ônibus, nos pontos de ônibus e das que caminhavam. Elas acharam aquilo diferente e acredito que ver uma pessoa correndo em plena sexta-feira à noite chamava atenção e talvez seja uma novidade. Quando cheguei na av. ACM e vi aquele mar de carro, foi de arrepiar. Afinal, também sou motorista, uso do carro para me locomover no dia a dia, e pude ver que realmente a nossa cidade está chegando em um momento em que a tendência é parar. Também tive algumas dificuldades durante o trajeto. Percebi que o asfalto é irregular e falta estrutura em termos de ciclovia e de calçadas, para bicicletas ou pedestres que precisam ou querem se locomover, fazendo do seu meio de transporte as suas próprias pernas. Notei também que a iluminação é precária em alguns pontos do percurso, o que me deu receio em alguns momentos. Antes do desafio, apostava que a moto ia chegar primeiro, depois a bicicleta e que estaria em terceiro ou quarto. Quando vi que o trânsito estava tranquilo na av. Garibaldi, pensei que o carro ia chegar antes de mim. Chegar antes do automóvel e do ônibus foi uma grande surpresa e foi muito interessante. Foi importante para mim e para os internautas repensarem que você ir de bicicleta ou usar as pernas, seja caminhando ou correndo, pode ser eficaz, seja para aproveitar para fazer uma atividade física ou sair do sedentarismo. É um pouco cansativo, mas acho que às vezes, dependendo do que você tenha que fazer, vale a pena deixar um pouco o carro e a moto em casa, pensando em você e no próximo, ao praticar uma atividade física e contribuir para desafogar o trânsito."
| "Pisar muito na embreagem deixou meu pé doendo" |
"Levamos quase uma hora para fazer o mesmo percurso que geralmente é feito de carro, em um horário bem mais tranquilo, em cerca de 15 minutos. Foi cansativo. E olha que, por incrível que pareça, tivemos uma ajuda do trânsito na sexta-feira, no trecho entre o Lucaia e as proximidades do Hiper posto, que estava livre. Mas a alegria durou pouco. A parte mais complicada e que durou mais da metade do tempo começou antes do Hiper Posto. Até a chegada no Iguatemi, o trânsito estava bastante lento e, algumas vezes, completamente parado, com sinaleiras abrindo e fechando e nós praticamente paradas no mesmo lugar. Apesar do conforto de estar no carro, ter que pisar na embreagem diversas vezes e por muito tempo deixou o pé doendo no final do percurso. Uma coisa que chamou atenção foi a quantidade de ciclistas que encontramos no caminho, o que mostrou que, aos poucos, os soteropolitanos estão apostando neste meio de transporte mais barato e sustentável. Quanto a educação no trânsito, havia motoristas que davam passagem e sinalizavam corretamente, mas também notei pessoas falando ao celular, outros tentando entrar a qualquer custo na faixa do lado, transitando na faixa de ônibus ou aproveitando o espaço entre as faixas para ser mais rápido. Flagramos até um 'mijão'."
| "Fiquei chocado quando avistei Kim correndo" |
"Andar de ônibus em Salvador no horário de pico é sempre uma experiência singular, pois você nunca sabe o que vai acontecer ou quando vai chegar ao destino. Partimos da Rede Bahia às 18h16, exatamente. Ao chegar no ponto, ouvi duas senhoras reclamando da demora em conseguir um veículo que as levassem para o Nordeste de Amaralina. Tentei conversar com as duas, mas elas ficaram envergonhadas e preferiam não conceder entrevista. Peguei um ônibus (Rodoviária/Garibaldi) 10 minutos depois. Foi o primeiro que passou. Fiquei em pé até a metade do percurso. Todos os assentos estavam ocupados. No início do trajeto, tudo tranquilo. As dificuldades começaram a partir da metade da Av. Garibaldi e tornaram-se críticas no início da Av. ACM. O trânsito praticamente para neste trecho e somente as motocicletas conseguem vencer o congestionamento. O momento que mais me deixou "chocado" se deu quando avistei Kim, que estava cumprindo o Desafio correndo, passando pelo meu ônibus bem em frente à MC Donald's da AV ACM. Cheguei ao Iguatemi por volta das 19h15, segundos depois do carro de passeio. O que aprendi disso tudo? As motos são a melhor opção para quem quer trafegar nas grandes capitais."
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