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SALVADOR

Casa de pais de suspeito de matar jovem em passarela é incendiada

De acordo com a polícia, testemunhas teriam visto um homem ateando fogo na casa de Jean Cerqueira, suspeito de assassinar a ex-mulher

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08/01/2014 às 9:27 • Atualizada em 27/08/2022 às 3:23 - há XX semanas
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A casa dos pais do rapaz suspeito de assassinar a vendedora de 20 anos na passarela do shopping Paralela, na manhã da terça-feira (7), pegou fogo na manhã desta quarta-feira (8). De acordo com informações da Central de Polícia, o crime aconteceu por volta das 4h na rua Oeste, Lote 4, no bairro Parque São Cristóvão. Testemunhas teriam visto um homem ateando fogo à residência dos pais de Jean Silva Cerqueira, 21 anos. A casa foi destruída pelo fogo, mas ninguém ficou ferido. Principal suspeito de ter matado a ex-mulher, Jéssica Ramos dos Santos, o jovem está foragido da polícia.

Jéssica já tinha denunciado o ex-marido
após ele agredi-la com uma faca

Na tarde de ontem, o carro do pai de Jean foi encontrado abandonado no Centro Administrativo da Bahia (CAB). O veículo vai passar por uma perícia. Jéssica tinha uma audiência marcada com o ex-marido na próxima semana, depois de, há cerca de um mês, tê-lo denunciado na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em Brotas, por agredi-la com uma faca. Mas ontem de manhã, a jovem, que completou 20 anos na última sexta-feira, foi morta com 15 facadas na passarela que dá acesso ao Shopping Paralela, onde ela trabalhava na loja de sapatos Comparatto. Para a polícia, o ex-marido, o motorista particular Jean Silva Marques, 35, é o principal suspeito. Os dois, que moravam no Parque São Cristóvão, estavam separados há um ano, mas, segundo a família da vítima, o acusado não aceitava o fim da relação. Há cerca de um mês, o acusado chegou a passar uma noite sob custódia no xadrez da Deam. “Ele marcou o rosto de minha filha com uma faca. A delegada disse na época que, como ele foi levado um dia depois da agressão, não tinha como ser flagrante”, lamentou o pai de Jéssica, Ailton Oliveira dos Santos, amparado de joelhos por amigos e parentes, enquanto chorava em frente ao corpo da filha. Segundo ele, funcionários do shopping, que o conheciam de tantas vezes ir procurar Jéssica, o reconheceram durante o ataque. O crime aconteceu por volta das 8h30. O assassino chegou em um carro prata e estacionou a alguns metros do ponto de ônibus onde Jéssica costumava descer para seguir ao trabalho pela passarela. Algumas pessoas aguardavam no local a abertura do shopping, às 9h, como a costureira de prenome Michele, que ia ao SAC. Ela notou que um homem bem vestido estava agachado em um dos pilares da passarela. “Achava que ele estava como eu, aguardado o shopping abrir. Foi quando ela passou por ele e foi atacada”, contou. Segundo ela, houve correria e o assassino correu em direção ao shopping. No final da passarela, atravessou as duas pistas da avenida. “Não sei como ele conseguiu passar entre os carros e fugiu em um carro cinza que já estava parado”, completou. Pelas costasSegundo a polícia, a maioria das facadas foi nas costas. “Foram 15 perfurações. Ela foi pega inicialmente pelas costas. Oito golpes atrás e sete na frente”, disse o perito Arivan Gomes, do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Familiares de Jéssica se desesperam ao ver corpo da jovem na passarela que leva ao Shopping Paralela

A delegada Marilene Laura, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse ontem que policiais da unidade já iniciaram a busca por Jean. “Ele é nosso principal suspeito. Nossos policiais foram ao Parque São Cristóvão em busca dele e do carro usado na fuga”. Jean trabalha como motorista particular transportando funcionários do Polo Industrial de Camaçari. Até as 20h de ontem, ele não havia sido encontrado. No fim da tarde, o veículo do pai dele foi localizado abandonado no CAB. O carro será enviado para perícia. Ciúmes Segundo a tia de Jéssica, Sônia dos Santos Weber, Jean era obcecado pela ex-mulher. “Ele a matou porque era doente por ela. Jean não queria que Jéssica trabalhasse, tinha ciúmes até dos primos dela. Ela se separou dele e mesmo assim ele a perseguia. Muito antes de marcar o rosto dela, já tinha cortado o cabelo dela duas vezes com uma faca”, contou Sônia. De acordo com Sônia, Jéssica deixa um filho de 2 anos, fruto do relacionamento com Jean. “Os dois eram vizinhos no Parque São Cristóvão”, disse. A relação durou 3 anos. Jean deixou a casa onde moravam e foi residir com a mãe dele, próximo à residência da ex. Jéssica trabalhava na loja do shopping há um ano. “Algumas vezes, ele (Jean) vinha aqui, mas não entrava. Ela saía, conversava, e retornava”, declarou a gerente da loja, sob anonimato. O sepultamento será realizado hoje, às 14h, no cemitério de Portão.

Jéssica, 20 anos, deixa filho de 2. Família e polícia suspeitam de ex-marido, contra quem ela registrou queixa por agressão há cerca de um mês. Ela morreu com 15 facadas

Polícia pediu medida protetiva para Jéssica há cerca de um mêsA delegada Ana Virginia Paim, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas, informou que a unidade solicitou medida protetiva para Jéssica, quando a jovem prestou queixa contra o ex-marido há cerca de um mês, com marcas de faca no rosto. “Às vezes, o juiz defere e a gente não é notificado. Tentei até saber hoje, mas o portal do Tribunal de Justiça estava fora do ar”, declarou a delegada. Na ocasião, Jean foi conduzido por policiais militares à unidade, foi ouvido e liberado após passar a noite custodiado. Sobre o fato de o suspeito não ter ficado preso, a delegada explicou: “Dias depois do episódio (agressão), ela encontrou com ele em via pública e, com medo, parou uma viatura da Polícia Militar, que o trouxe aqui”, disse a titular. De acordo com ela, todos os procedimentos cabíveis naquele momento foram adotados. “Fizemos toda a parte burocrática. Uma delegada (substituta) ouviu as duas partes, expediu guia de lesão corporal para a vítima e solicitação da medida protetiva”, argumentou Paim. “Ela tinha uma audiência marcada sobre a denúncia na segunda-feira que vem”, informou Cristiane Gomes, uma das tias da vítima. O CORREIO tentou contato com o Tribunal de Justiça para saber sobre o andamento do pedido da medida protetiva. No entanto, a assessoria informou que consta um processo em nome de Jéssica na 12ª Vara da Família, mas não poderia informar qual era o conteúdo desse processo. Matéria original do Correio Casa de pais de suspeito de matar vendedora em passarela é destruída por incêndio

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