Por se tratar de uma cidade com uma vocação artística e cultural muito forte, Salvador atrai em todas as épocas do ano, um grande número de turistas e os shows que são realizados constantemente na cidade, contam sempre com um público bem diverso. Mas essas festas podem acabar sendo prejudiciais para a vizinhança dos locais onde esses eventos são realizados. Em um estudo encomendado pela Associação de Produtores de Axé (APA), por intermédio do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), foi constatado que a cidade não tem condições necessárias para abrigar shows de grande porte, já que os 51 espaços avaliados não apresentaram infraestrutura adequada. Durante um ano, Olavo Fonseca Filho, coordenador do estudo e diretor da Sonar Engenharia, acompanhou junto com uma equipe técnica, um processo de monitoramento em todas as casas de shows da cidade. Foram medidos os níveis de ruídos, instalação de barreiras acústicas, além de pesquisa de trânsito, estacionamento e presença de ambulantes. “O projeto propõe também que a prefeitura fiscalize melhor os eventos, e bole uma maneira para deixar mecanizado esse projeto. Pretendemos organizar melhor os eventos para incomodar menos os vizinhos”, explica. Os problemas relacionados à infra-estrutura, acessibilidade e acústica prejudicam, principalmente, quem reside próximo às casas de shows. A estudante Rafaela Medeiros, por exemplo, mora há oito anos em Piatã, mas há pouco tempo sofre com o problema do engarrafamento. Ela conta que já está acostumada com som alto, mas em dias de festa seus pais e vizinhos enfrentam muitas dificuldades na hora de dormir. “Os eventos maiores são os que mais incomodam, principalmente, as festas de pagode que costumam acabar por volta das 5h da manhã”. Em janeiro, produtores, empresários de casas de eventos e representantes da Superintendência de Ordenamento e Controle do Solo do Município (Sucom), junto ao MP-BA, assinarão o Termo de Ajuste de Conduta (TAC), através do qual todos os envolvidos se comprometerão a cumprir com as orientações do estudo da Sonar e com a legalização dos espaços de shows. A Sucom deverá demarcar e fiscalizar os locais adequados para a realização dos eventos.
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