Ciclistas fazem manifestação pacífica contra a violência em Salvador

O desenho de uma bicicleta no chão da avenida Centenário, uma das mais movimentadas da cidade, relembrou a morte de Jaimilson Pereira Gomes, 33 anos, atropelado quando andava de bicicleta na mesma avenida, no último dia 10. A imagem foi criada por cerca de 62 ciclistas da capital que, na manhã de ontem, se juntaram em frente ao 5º Centro de Saúde em uma manifestação pacífica. Batizado de Paz no Trânsito, Por uma Cidade Mais Humana, o protesto foi criado para chamar atenção dos condutores contra a violência no trânsito da capital. “Esse é um movimento a favor da vida. Sabemos que um carro temmotor e pode matar, uma bicicleta não”, alerta a ciclista Ana Elisa Assunção, 34, que há um ano e meio escolheu a bicicleta como meio de transporte.

Ciclistas se uniram para protestar contra violência (Foto: Evandro Veiga)

Durante a manifestação, alguns desenhos em formato de placas de sinalização foram colocados em postes da avenida Centenário, como forma de chamar atenção dos condutores sobre os direitos dos ciclistas nas vias. Segundo a ciclista Rosa Maria Leiros, o desrespeito aos que vivem sobre duas rodas se tornou meio banal. “Existe um artigo no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que diz que os veículos devem permanecer a uma distância de 1,5m das bicicletas nas vias, mais isso não é respeitado”, explica Rosa, lembrando que essas regras são expostas no código de trânsito, mas as autoescolas não as ensinam.Para Ana Elisa, a bicicleta é um meio de transporte que contribui para a mobilidade urbana. “Andar sobre duas rodas me fez enxergar as deficiências do trânsito em Salvador. Pude perceber o quanto o meio ambiente é castigado. Além das facilidades que temos em fugir desse caos que é o nosso trânsito”, enumera. Em meio ao trânsito caótico, uma das propostas do movimento é conscientizar as pessoas para o uso da bicicleta como meio de transporte. “Isso é algo desafiador, mas a bicicleta nos possibilita fazer tudo aquilo que fazemos no nosso dia a dia. Com ela podemos trabalhar, ir ao shopping e até ao médico”, relata Rosa. A manifestação terminou por volta das 11h, quando os ciclistas deixaram o avenida Centenário e seguiram, em uma pedalada simbólica, em direção ao Dique do Tororó.