Os avisos de alerta emitidos pelos megafones da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) passam despercebidos à ação dos taxistas clandestinos no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador. Eles continuam em ação, o que tem gerado nos últimos meses uma verdadeira guerra travada com os taxistas regularizados. Para tentar resolver o confronto, foi iniciada ontem a operação Aeroporto em Paz. A operação tem como base a integração da Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador), polícias Civil e Militar, Infraero e taxistas das três cooperativas que atuam no local. A junção de forças - aprovada depois de reunião entre os órgãos na última segunda-feira - pretende abolir a atuação clandestina no aeroporto da capital.
No primeiro dia da ação, até as 20h de ontem, segundo o diretor de trânsito da Transalvador, Renato Araújo, foram apreendidos três veículos que estavam fazendo transporte clandestino na área externa do aeroporto, dois no período da tarde e um pela manhã. Foram lavrados termos circunstanciados na delegacia e os motoristas foram liberados. Araújo destaca que o problema é comprovar que está havendo a ação clandestina. “Muitas vezes a transação é feita entre o motorista clandestino e o passageiro dentro do saguão do aeroporto que é área da Infraero”, explica. Ele sugere que a Infraero crie mecanismos mais eficazes para o controle interno no aeroporto dos clandestinos. De acordo com o superintendente regional da Infraero, José Cassiano, o início da operação significa um grande passo para combater a atuação desses motoristas no aeroporto. “Antes, eles só apareciam por aqui durante o dia, agora estão por 24 horas. Precisávamos dessa iniciativa”. Força-TarefaA ação conta com cerca de 50 homens envolvidos dia e noite e acontece inicialmente até o próximo domingo. “O objetivo é combater a ação durante o período junino”, afirma o tenente coronel Lázaro Pereira da Luz, responsável pelos 28 policiais militares envolvidos na operação de combate. “Depois, vamos fazer uma reavaliação da atividade para determinar como ela será feita posteriormente. O importante é que a partir de agora não há volta. Vamos manter a fiscalização”, garante. A intenção é que a presença das viaturas de fiscalização da Transalvador, unida ao suporte da polícia, venha a inibir o assédio dos clandestinos aos motoristas. Atuação conjuntaCom esquema de fiscalização especial, a polícia terá ainda o apoio de profissionais do setor de segurança da Infraero. A ideia é identificar a abordagem dos taxistas e segui-los para que seja provada a infração. Para chamar a atenção dos passageiros, taxistas oficiais estão utilizando coletes com os nomes das cooperativas para as quais trabalham. A participação da polícia foi solicitada diante da denúncia feita por taxistas de cooperativas de que os clandestinos são agressivos e andam armados. O efetivo dará suporte aos agentes da Transalvador e taxistas oficiais em casos de ameaça ou agressão. “Os motoristas cadastrados têm reclamado com frequência de situações de ameaça e por isso estamos observando a movimentação”, explicou a delegada do posto da Polícia Civil do aeroporto, Caroline Tavares. “Estamos trabalhando com seis policiais por turno e também já identificamos os motoristas através das imagens da Infraero”. O transporte irregular no Aeroporto Luís Eduardo Magalhães tem se tornado caso de polícia há muito tempo. Em 2 de junho, o taxista clandestino Danilo Almeida foi detido no estacionamento do aeroporto, acusado de receptação de equipamentos. Ele foi liberado em seguida e continua atuando. Em abril desse ano, o clandestino Valdecir Pacheco dos Santos - que atuava no aeroporto e já havia sido preso por tráfico -, foi executado a tiros quando deixava uma passageira. A polícia suspeita que desavença com colegas de trabalho foi o motivo.
Superintendente regional da Infraero diz que operação significa um grande passo |
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