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SALVADOR

Doenças mentais: veja os principais desafios enfrentados para se ter um diagnóstico precoce

Dr. Raimundo Pinheiro esclarece o papel da sociedade e a importância de um diagnóstico precoce dessas doenças

Especial Publicitário • 27/09/2022 às 17:39 • Atualizada em 28/09/2022 às 10:44 - há XX semanas

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Anualmente milhares de pessoas são diagnosticadas com algum transtorno mental. Entre eles: insônia, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e, principalmente depressão. Dados da pesquisa realizada pela Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), em média, 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico médico de doença mental durante o ano de 2021.

A questão é complexa e pode atingir pessoas de diferentes origens, classes sociais, sexo e idades. Para o diretor médico do Grupo SH Brasil Saúde Ocupacional, Dr. Raimundo Pinheiro, a melhor forma de prevenção ainda é o diagnóstico precoce. Entretando o preconceito é um dos principais desafios a serem enfrentados quando o assunto é doença mental. “Infelizmente a sociedade ainda não aprendeu a falar sobre o assunto, que é tratado sorrateiramente e com muito desvio”, afirmou o especialista.

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O médico esclarece ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelece algumas recomendações para ajudar na prevenção, o que inclui o diagnóstico precoce - afim de acelerar o tratamento e a recuperação do paciente; e a atenção aos históricos familiares das pessoas. Mas, ainda assim a falta de espaço para a escuta é um dos pontos negativos que a sociedade precisa reverter.

Geralmente quando ouvimos alguém se queixar da própria vida aplicamos a metodologia do ‘que besteira, deixa isso pra lá’, ou de não valorizar o que acabamos de ouvir. Essa é uma clara demonstração de que a sociedade não está preparada para tratar a questão. Precisamos derrubar os estigmas, falar sobre o assunto, e principalmente, orientar as pessoas sobre o que fazer quando alguém verbalizar o que está sentido”, esclarece. 

Desafios médicos, tecnológicos e sociais

De concreto, ainda são poucos os estudos sobre o assunto, não por desinteresse dos pesquisadores, mas sim, pela metodologia científica complicada apesar dos recursos tecnológicos que já possuímos. Na prática, até em exames como uma ressonância, comparando a atividade cerebral de duas pessoas, já é possível afirmar quem está triste e quem está alegre. Entretanto, não é possível afirmar qual das duas pessoas terá depressão ou outro transtorno.

“Trata-se de uma questão tão complexa, que grande parte dos estudos que se tem hoje sobre o assunto, são os mesmos de quando eu estava na universidade, há 40 anos atrás. Então é um tema que merece destaque, por se tratar de vidas que poderiam ter sido salvas. Volto a frisar que a melhor maneira de evitar é através do diagnóstico precoce e para isso precisamos discutir o tema nas escolas, nas empresas, de forma intensa, tirando o máximo possível dos estigmas”.

Depressão e síndrome de burnout nas empresas

Os casos de depressão e a Síndrome de Burnout cresceram muito nos últimos anos. E alta chamou atenção não só para a necessidade de escutar o próximo, mas também de todo o cenário empresarial e dos modelos de trabalho. Dr. Raimundo Pinheiro acredita, por exemplo, que as empresas brasileiras estão extremamente sensíveis, sobretudo depois da pandemia, no intuito do cuidado com a saúde dos funcionários - desde a identificação de comorbidades até na orientação para que os próprios funcionários sejam agentes cuidadores uns dos outros, observando sintomas, por exemplo.

Atualmente, existem três características para se definir um diagnóstico de burnout: ocorrência na área profissional (esgotamento profissional), sintomas psíquicos e sintomas físicos.

“O Brasil possui hoje 212 milhões de habitantes. Se fizermos o recorte da população economicamente ativa, de 18 a 75 anos, 20% apresenta algum sintoma de baixa estima, tristeza, afeto diminuído, insônia, falta de interesse sexual, total e parcial. E todos são sintomas que impactam na vida profissional, podendo desencadear a depressão ou síndrome de burnout. Então eu entendo que estamos abrindo um importante espaço de diálogo para que as pessoas verbalizem e sejam ouvidas, possibilitando assim o diagnóstico precoce”.

Vale destacar que síndrome de burnout e depressão são coisas diferentes. A síndrome de burnout é um desequilíbrio bioquímico, e a depressão pode ser uma janela para o desenvolvimento desta doença.

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