Nesta quarta (28), véspera do aniversário de 463 anos de Salvador, quem participa do Raio X é a educadora Maribel Barreto. A profissional que recebeu o título de Cidadã baiana pela Câmara de Vereadores de Salvador, mostra como o tema Educação está sendo tratado na primeira capital da Bahia, além de mostrar soluções para os problemas enfrentados pela população local. É um desafio e tanto comentar significativamente sobre a educação em terras soteropolitanas. Das 27 capitais brasileiras, a nossa cidade está posicionada em 26º lugar no que se refere ao IDEB – índice de desenvolvimento da educação básica (Jornal da Globo, 10/05/2011). Porém, de acordo com o INEP/MEC, em 2009, nos anos iniciais do ensino fundamental o IDEB foi de 3,7, ultrapassando a meta de 2011 que era 3,6 e nos anos finais do ensino fundamental foi de 2,8, atingindo a meta que era de 2,8. Conforme indica no mesmo Portal do INEP/MEC, os indicadores mostram uma evolução na qualidade da educação em todos os níveis de ensino previstos, numa escala de 0 a 10. É verdade, deixamos a desejar, contudo, o Portal do MEC cita a evolução. O Brasil cresceu 2,7 (IBGE).
Os Salvadorenses hoje convivem com, de muitos, três problemas que entendemos serem centrais na educação, senão vejamos: 1 - Na Educação Infantil, e no 1º ano do Ensino Fundamental, a qualidade de ensino tem sido considerada, por muitas famílias carentes, como precária. É observável o fato do desconforto das famílias em confiar seus filhos à Escola Pública e matriculá-las em escolas particulares, no seu próprio bairro, ainda que para tanto retirem parte significativa de sua renda mensal; 2 - Problemas vinculados à família que, em sua nova estrutura, resultam numa dificuldade a mais para se educar o Ente Humano no que respeita, por exemplo, a construção de valores morais, éticos e estéticos elevados. Prioridade da família, embora hoje absolvida pela escola que, sobrecarregada, senão não consegue, diminui sua capacidade de realizar o todo de sua função pedagógica; 3 - A Educação Infantil, que é a base de construção do indivíduo – pois todo princípio é fundamental e direciona as construções vindouras – está, senão negligenciada, pouco observada, acarretando na construção de indivíduos sem noções de valores importantes para o Ser em relações. Exemplos Reverter esta situação não é uma questão apenas de desejar, mas de experiência. Temos exemplos de países como a Noruega, o Japão e a Suíça, que em algum tempo devem ter tido também os mesmos problemas, contudo, já conseguiram construir um sistema educacional de qualidade “invejável”. Experiência esta, construída, a partir da valorização da Educação Infantil. Nestes países, os profissionais mais qualificados são os que se dedicam a este segmento da educação, e por isso são também os mais bem remunerados. Soluções No entanto, é provadamente verdadeira a teoria de que investir em capacitação profissional e melhoria salarial não basta para transformar a educação num ponto que transcenda a instrução. É necessário centrar a base de formação do ser humano num foco que o propicie construir noções de moral, ética e estética elevadas, isto é, laborar em prol da Consciência das nossas crianças. Implementar, em sala de aula, um momento específico para este fim é, além de urgente, inteligente para a garantia deste trabalho na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Já implantamos a disciplina Iniciação à Ciência, parece-nos claro ser este o momento de implantarmos outra, Iniciação à Consciência, porquanto antes de nos tornamos cientistas somos seres humanos. Ora, já aprendemos que a ciência sem a consciência é manca. Disciplina esta na qual as crianças refletirão sobre valores universais, tais como: liberdade, justiça, direitos e deveres, amor, moral, amizade, dentre outros. Neste sentido, para a criação, implantação e manutenção de tal disciplina, de forma a tornar regular e sistemático o trabalho na sua construção, as unidades escolares devem formar núcleos de estudo regulares sobre a Consciência como meio de capacitar os educadores a trabalhar com a referida disciplina. Finalizo compartilhando o avanço nos diálogos recentes com a SECULT – Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer/Salvador-Ba, no sentido de realizações conjuntas em prol da melhoria da qualidade do ensino a partir do despertar da consciência dos estudantes e do processo de formação dos docentes. Há muito interesse e empenho de todos os envolvidos no processo da educação soteropolitana.
Por Maribel Barreto Educadora; Pós-doutora em Consciência, Transdisciplinaridade e Educação (Universidade Católica de Brasília/Brasil, 2009); Coordenadora do Mestrado em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social da Fundação Visconde de Cairu. |
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