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SALVADOR

Em clima de insegurança, ônibus não circulam em Valéria

Dois suspeitos foram mortos pela PM e há boatos de toque de recolher e represálias

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05/08/2015 às 7:08 • Atualizada em 28/08/2022 às 17:37 - há XX semanas
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Os ônibus não estão circulando pela região de Nova Brasília de Valéria, por conta do clima de insegurança. No bairro de Valéria, duas pessoas foram mortas pela Polícia Militar - segundo informações da Central de Polícia, se tratam de suspeitos de tráfico de drogas que receberam viaturas da Rondesp a tiros. O local vive clima de temor, com boatos de toque de recolher. Segundo Daniel Mota, diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, há comentários de que traficantes poderiam responder a morte de um comparsa pela PM com ações criminosas. Desde o final da tarde, os ônibus pararam de circular na região. "Os rodoviários estão tensos, com medo de trabalhar por conta do comentário de que iam tocar fogo em ônibus. Estivemos lá no fim da tarde, observamos umas três viaturas fazendo presença, depois uma saiu em disparada... A gente decidiu que caso a segurança não estivesse plena, não vamos entrar (em Nova Brasília)", diz ele. Daniel ressalta que não houve nenhum conflito envolvendo rodoviários e nenhum ônibus foi atacado até agora, mas a "sensação de insegurança" é grande, mesmo com reforço da Polícia Militar. "A gente não pode também ser vítima dessa violência. A população está compreendendo isso, até porque não é só motorista e cobrador que ficam em risco, o passageiro também", explica. Os dois suspeitos mortos foram baleados em situações diferentes, segundo registro na Central de Polícia. A primeira delas foi às 17h45, em Nova Brasília. O homem não identificado foi socorrido ao Hospital do Subúrbio, já chegando sem vida. Às 18h12, na localidade da Palestina, outro suspeito aparentando ter 20 anos foi baleado pela Rondesp. Ele também foi levado ao Hospital do Subúrbio, onde chegou morto. Com o segundo suspeito, a polícia apreendeu uma pistola 9mm, várias munições, dois carregadores de arma - um de pistola 380 e outro de 9mm, além de pasta base de cocaína e maconha. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria da Polícia Militar. Reportagem do CORREIO deste domingo destacou o modo de operação da facção, que tem um estatuto do crime inspirado no PCC. Violência No último dia 24, uma chacina deixou quatro mortos – entre eles, o policial militar Osvaldo Costa da Conceição Filho, 49 anos, e o filho dele, Railander, 24, na localidade de Nova Brasília de Valéria, próxima à Lagoa da Paixão, antigo território do traficante Cebola, morto este ano, supostamente a mando do traficante Adílson Souza Lima, o Roceirinho, 31. A região é dominada pela facção Katiara - liderada por Roceirinho, que está preso desde 2012, mas, segundo a polícia, controlava, de dentro do presídio de Serrinha, no Centro-Norte do estado, o tráfico em Maragojipe, Salinas da Margarida, Itaparica, Nazaré das Farinhas, Vera Cruz, Santo Antônio de Jesus e Santo Amaro, no Recôncavo. Desde maio, o traficante se encontra no presídio federal de Campo Grande (MS).

Em Salvador, Roceirinho domina parte do bairro de Valéria, Águas Claras e Lobato. Em dezembro, depois da morte do traficante conhecido como Mamano, o número 3 da Katiara, o bairro viveu uma onda de protestos, com três ônibus incendiados. Na época, moradores de Nova Brasília também ficaram sem coletivo.

Também foi em Nova Brasília de Valéria que a polícia encontrou o Hyundai HB20 do administrador Felipe Rauta Cabral, 25, morto em assalto no Imbuí no último sábado. Os ladrões levaram o carro com uma amiga da vítima, a estudante de jornalismo Aymée Francine, que foi abandonada na Estação Pirajá.
Correio24horas

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